Capítulo Dez
Ana Júlia
"Você veio sozinha à essa hora?"
"Enzo me deu uma carona. Pode me preparar um drinque, por favor?" pedi enquanto me ajeitava no banco.
"Apenas um drinque e mais nada."
"Ok."
O smartwatch em meu pulso já marcava meia noite e quarenta, já era quarta-feira e em breve eu teria que viajar com o pessoal para a chácara. Não veria Rodrigo por alguns dias.
"Aqui." me serviu.
Aquela bebida parecia deliciosa e estava.
"Os meninos te falaram que vamos passar a virada do ano na chácara do meu avô?" o encarei.
"Por cima, mas comentaram. Quantos dias vocês vão ficar por lá?"
"Eu não sei. Vamos sábado bem cedo, mas não me disseram quando iremos voltar."
"Entendo." tomou um gole de cerveja.
"Por que você não vai com a gente?" perguntei entusiasmada.
"Você realmente é maluca." riu cheio de sarcasmo, enquanto negava com a cabeça.
"Da mesma forma que você deixou claro pra mim que não tem nada haver com o que aconteceu, você pode esclarecer para os meus pais que com toda a certeza sabem disso. Assim você parar de fugir da minha família."
"O que você está achando? Que eu vou até a mansão dos Sherman me esclarecer e pedir sua mão em casamento?" riu alto. "Você está bem equivocada, Ana Júlia. Eu não namoro, eu não vou noivar e nem casar com ninguém. Mesmo que essa pessoa seja você."
"Eu só queria que você não fosse mais essa pessoa solitária."
Me levantei já pegando minha bolsa e procurando pela saída, o ambiente estava cada vez mais lotado.
Me sentindo menos sufocada, procurei pelo aplicativo de táxi ou Uber pedindo pelo mais próximo, menos de três minutos.
O carro chegou e eu não demorei para abrir a porta, queria ir o mais rápido possível para casa. Fui equivocada sim, no momento em que pensei em fazer companhia a ele.
"Espera." sua mão agarrou meu braço com força.
"Solta ou eu grito." o encarei.
"Você tem que concordar comigo que é maluca." disse após soltar meu braço.
"Uma das coisas que mais machucam pessoas com qualquer problema psicológico é insistirem em chamá-las de malucas ou doidas. Obrigada por me lembrar sempre disso desde quando nos conhecemos."
Entrei no carro sem olhar para o lado ou para trás, apenas pedindo ao motorista que seguisse em frente.
Quando cheguei ainda tinham algumas movimentações na casa, mas fui direto para o meu quarto tomar um bom banho.
Já de pijama resolvi descer e me enfiar no escritório do meu pai.
Sentada na poltrona eu tinha uma ótima visão do jardim e do pessoal que estava ao ar livre correr pela chuva grossa de verão que começava a cair. Provavelmente depois de tomar meu ansiolítico eu acabei adormecendo por ali mesmo.
Naquele dia eu não saí de casa, fiquei apenas resolvendo algumas coisas da empresa e me preparando para mais um semestre na universidade. A quinta-feira foi da mesma forma, aproveitei para tomar sol e curtir a piscina, pela tarde fiz uma maratona de todos os filmes de Harry Potter.
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ATRAÇÃO PERIGOSA [FINALIZADA]
RomanceSEGUNDA GERAÇÃO DA TRILOGIA A FILHA DA EMPREGADA A atração por ele parecia um imã. Eu fugia por todos os meios possíveis, mas no final estávamos grudados de algum modo. Sabíamos que aquilo não teria futuro, mas o que faríamos se já não tínhamos mais...