Capítulo Vinte

669 83 37
                                    

Capítulo Vinte

Ana Júlia

(Chord Overstreet - Hold On)

"O que está fazendo aqui?" me perguntou num sussurro.

"É o casamento da minha avó."

"Pelo menos disso você se lembrou, tarde, mas se lembrou."

Respirei fundo, voltei a prestar atenção na cerimônia.

A vovó Vale estava radiante e como sempre um luxo de mulher. Já seu noivo e em poucos minutos, seu marido, estava sorridente e com um brilho nos olhos que com certeza eu gostaria de ter um dia ao olhar alguém.

Não tinha o sonho de casamento na igreja para quinhentas pessoas e muito menos na praia, como meus pais se casaram. Eu só queria uma cerimônia simples e para pouquíssimas pessoas. Meu sonho mesmo era um dia ter alguém comigo em todos os momentos, alguém que segurasse minha mão para encararmos tudo oque viesse pela frente.

Não me emocionava com casamentos, mas naquele momento eu estava chorando.

Peguei rapidamente o lenço na bolsa e disfarcei o máximo possível para que ninguém percebesse, detestava chamar a atenção em momentos em que eu deveria ser apenas mais uma pessoa da plateia.

Minha cabeça doía. Estar naquele país era como uma droga.

Me levantei para aplaudir o fim da cerimônia, enfim, Valéria e Mauro eram recém casados.

Após eles passarem por todos nós, eu saí às pressas do lugar. Precisava procurar algo bem forte para beber. Não deveria, mas precisava.

Me servi da bebida mais forte que encontrei na cozinha junto ao pessoal do buffet, virando o primeiro copo de uma vez só sentindo de imediato o álcool correr pelas minhas veias. Enchi novamente o copo e dessa vez voltei ao local da festa tomando aos poucos.

Para suportar aquele dia, eu precisava de álcool, ou então eu surtaria.

"Enfim, eu te encontrei!" Alessandro parou na minha frente. "Onde você estava durante a cerimônia?"

"Sentada na última fileira." respondi virando mais um gole.

"Álcool? E o seu tratamento?"

"Eu me trato a sei lá quantos anos. Já mandei Louis para o inferno milhares de vezes. Hoje eu preciso beber."

"Ei, vai com calma. Eu estou com você." me abraçou.

"Oi Ana Júlia."

Virei-me para encarar a pessoa, era Benjamin.

"Oi Benjamin. Como está?" tomei o resto da bebida.

"Acho que melhor que você." fez uma careta.

"As pessoas sempre estão melhor que eu."

"É bom te ver."

"Com certeza você é a única pessoa a achar isso." gargalhei. "Mas obrigada." senti um Alê me cutucar. "Ah, esse é Alessandro meu melhor amigo. Alê, esse é Benjamin."

"Olá." Benjamin ofereceu a mão para um cumprimento.

"Hey, baby." Alessandro correspondeu ao aperto de mão dando uma piscada.

"Bom, eu já volto." falei antes de me retirar.

Parei o garçom na minha frente, deixei o copo na bandeja pegando uma taça de champanhe.

Caminhei pelo jardim muito bem cuidado, a casa era muito bonita por dentro e por fora. Que minha avó tinha um bom gosto eu sabia, e pelo jeito seu marido também.

ATRAÇÃO PERIGOSA [FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora