Capítulo Quinze

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Capítulo Quinze

Rodrigo

Desde a última comemoração de final de ano que passei ao lado da minha mãe e dos meus avós, eu não me lembrava do quanto era bom ter pessoas queridas ao meu lado em um momento tão especial como a passagem de um ano para o outro.

Risos, abraços, gritaria, música, fogos de artifício e uma família que sempre tinha espaço para mais um. Eu jamais iria esquecer esse réveillon.

Quando cheguei em São Paulo passei em casa para deixar a mochila e tomar um banho antes de ir preparar o bar para reabrir, já que não ficaria a noite toda para ficar com Ana Júlia antes dela voltar para os Estados Unidos.

"Feliz ano novo galera!" cumprimentei meus funcionários que me esperavam para abrir o bar.

"Feliz ano novo chefe." Edu me abraçou, era o único a fazer esse tipo de coisas.

"Vou ajudá-los a organizar tudo, mas tenho um compromisso. Por isso cuide bem do meu bar Eduardo."

"Pode deixar." bateu continência.

Fizemos toda higienização, organizamos tudo e após finalmente receber o primeiro grupo de clientes eu saí.

Coloquei meu capacete e segurei o de Ana Júlia, mas antes de subir na moto Giulia apareceu na minha frente me assustando.

"Nossa, que susto!" soltei um suspiro.

"Desculpe, mas estou aqui porque marcamos de conversar. Não se lembra?"

"Ah sim...é a ressaca de ano novo que mexeu com os meus pensamentos. Mas então o que foi?" cocei a nuca ansioso para me despedir logo.

"Podemos ir para outro lugar? Estamos literalmente na rua."

"Hã...tudo bem. Vamos até o meu escritório no bar." tirei o capacete e caminhei na sua frente. "Eu já vou sair, só preciso resolver um assunto pendente." avisei Edu que assentiu.

Abri a porta esperando que ela entrasse e então a fechei.

Me sentei no sofá e esperei que ela se sentasse ao meu lado, não precisamos ser formal ao ponto de me sentar em uma cadeira e ela em outra sendo separados por uma mesa com um notebook e papeladas.

"Pode falar."

"Eu sei que faz tempo que não nos falamos, sei que não existe mais nada entre nós dois, na verdade nunca existiu pois você sempre deixou bem claro, mas eu tentei te falar antes."

"O que houve? Estou começando a me preocupar."

"Eu estou grávida." sua voz soou trêmula.

"Grávida?" engoli seco.

"Sim. Faz dois meses que eu estou atrás de você e nada. Quando descobri já estava com um mês de gestação, então consequentemente acabei de virar para três meses."

"Espera aí." me levantei. "Você não quer dizer que esse filho é meu né!? Porque nós sempre usamos camisinha."

"Sempre, exceto uma noite." me encarou com seus olhos cor de esmeralda.

"Merda!" gritei. "Como eu pude ser tão idiota? Por que não me lembrou? Eu tinha comprado a pílula do dia seguinte para você."

"Fui uma grande idiota também, aliás, você não transou sozinho."

"E agora? O que eu faço? E eu estou perdido!" esbravejei.

"Nós estamos. Eu não quero namorar com você, muito menos me casar, até porque eu sei de quem você gosta. Eu só preciso que você me apoie e seja um pai para o meu filho. Me ajuda, Rodrigo." eu podia sentir o medo em seus olhos.

ATRAÇÃO PERIGOSA [FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora