17- o bom da discussão, é a reconciliação

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Any Gabrielly

Os braços de Noah me envolvem num abraço apertado. Eu fiquei estática. Não esperava isso. Não esperava vê-lo, muito menos tocá-lo. Seu peito se movia freneticamente no meu, numa respiração descompassada.

- Céus... - diz com voz abafada pelo meu pescoço. Ele me solta e me olha. Seus olhos parecem perdidos, havia preocupação ali, e seu cabelo estava mais comprido que o normal. Como sempre, estava maravilhoso.

Sem falar nada eu olho para a porta e entro. Jogo meu vestido e sapatos no sofá e sigo para a cozinha. Isso foi uma ilusão, certo? Eu vou me virar e Noah não vai estar aqui.

Abro a geladeira e pego uma jarra com água e coloco a boca na borda da mesma, bebendo. Coloco-a na pia e fecho os olhos. Ele não pode aparecer e me deixar assim, pra depois ir embora. Ele não pode maltratar assim o meu coração.

- Krys? - grito, chamando-o. - KRYSTIAN!

- Ele saiu. - disse a o cara que eu ainda prefiro acreditar ser uma ilusão. - Any...

- O que você tá fazendo aqui? - sinto meus olhos arderem ao marejarem.

- Krystian me ligou dizendo que você sumiu na festa. Eu fiquei preocupado, claro.

Eu ri. Era uma risada triste. Neguei com a cabeça e me virei pra ele. Ele estava do outro lado da mesa.

- Onde esteve? - pergunta.

- Ah, eu? Bom, eu estava numa festa, como sabe. Bebi mais do que devia e acabei transando com John, sabe, o irmão mais novo da Zoe. - digo e ele me olha surpreso.

- Você o quê!?

- Transei. Com. Um cara. - digo firme, as lágrimas já escorrendo. - Não me arrependo. Ele disse o que sente por mim, Noah. Ele disse que estaria disposto a me ajudar a te esquecer!

- E por que não aceitou? Já que transaram sem terem uma relação. - sua voz estava alterada, três tons mais alto. - Talvez ele aceitaria que outro cara te cumprimentasse com um beijo na boca. E então, por quê não aceitou?

- PORQUE EU NÃO QUERO TE ESQUECER!

Eu já estou soluçando. Meu choro já se descontrolara. Eu passei as mãos nos olhos, limpando o excesso de lágrimas deles, voltando a olha melhor para Noah. Ele estava me olhando de boca aberta.

O silêncio durou um pouco mais, apenas meu soluço o quebrava. Era tão ruim. Depois de meses, ele vem e traz tudo à tona. Traz toda a dor daquele dia.

- No dia que esbarrei em você no Central Park, - começa, me fazendo olhá-lo. - eu disse a mim mesmo, que não gostava de mulheres desastradas. - ele andou até mim, ficando a três passos de distância. - Então descobri que minha secretária particular era a desastrada do Central Park. Não achei uma ideia muito boa, trabalhar com alguém assim. Mas você se mostrou competente. Eu comecei a gostar da forma que você ficava quando eu a tratava rudemente. - sorri. - Até que vi você com Josh, se dando tão bem. Eu não me senti bem. Eu tinha vontade de bater nele. Eu senti ciúmes. E ali descobri que estava apaixonado pela minha secretária.

Eu não consegui digerir isso rapidamente. Eu estou completamente confusa. O que diabos ele está fazendo?

- Any... eu nunca considerei você um passatempo.

- Não foi o que me disse.

- Eu fiquei louco quando vi você beijando aquele cara. - eu abri a boca para rebater, mas ele continuou. - Por mais que fosse surpresa, e você não ter correspondido, naquele momento o que eu vi e interpretei, foi que você estava me traindo. Eu diria qualquer coisa para não ficar por baixo, para não ser o traído, porque não queria demonstrar que aquilo me deixou abalado.

apaixonada pelo sr. Urrea? [noany]Onde histórias criam vida. Descubra agora