Estátua

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Meus dedos percorrem labirintos em seu rosto,

desenhando espirais no néctar que escorre de seus lábios açucarados.

Sorver de ti a eterna juventude é mais do que mereço -

Vigio teu sono noturno para que as criaturas hediondas da noite não te perturbem os sonhos lilases.

Não te posso envolver em meus braços fustigados pela guerra,

mas posso ser a estátua de bronze que te resguarda -

"O guardião das belas-artes,"

digo num sussurro,

ouvindo a poesia e a música em sua voz dançante quando canta histórias do começo do mundo;

contemplando as curvas do seu corpo que fluem vívidas em proporções áureas e cascatas de marfim.

Não mais te toco,
não mais te toco;

mas meus olhos flamejantes contornam o mundo -

e repousam em ti

O farol das memóriasOnde histórias criam vida. Descubra agora