Me pergunto como é ser livre...
completamente livre-
ter tudo o que se deseja na velocidade do pensamento;
imaginar e materializar, num instante apenas.
Penso em qual seria a primeira coisa
que se faria real diante dos meus olhos,
retirada das partes mais profundas da minha mente.
Não penso que seria voluntário,
mas que a vontade seria tão intensa
que faria real aquela voz,
aquela imagem,
aquele gosto.
E numa fagulha, num clarão apenas,
eu te faria real novamente.
Talvez seria um pouco diferente,
alguns detalhes no rosto,
o jeito de se vestir...
confesso que minha memória já não é mais a mesma
e que provavelmente perdi as entrelinhas da tua silhueta,
mas te faria o mais real possível.
Dizem que as memórias carregadas de emoção são as mais intensas e duradouras
e por isso sei que a tua é a mais vívida
e que seria a primeira a ressurgir.
Não sei quanto tempo duraria,
mas eu esperaria que fosse eterno,
e que eu fosse eterno,
pra não precisar ir embora, nem te deixar ir
novamente
