Vida borbulhante

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Cascatas de espuma meliflua
Aroma de flores do campo
Sangue quente molhando a terra gentil
Leito úmido que se retrai

O sol empalidece diante da ternura
Dos olhos fechados da menina-aurora
Que trouxe a si o julgamento infiel de quem se cala

Ao vislumbrar crime de paixão doentia
Ah, donzela esquecida
Seus ossos adornam os pomares do Leste
Pendantes e pesares que das copas galhosas se despencam em raízes
Firmam no solo a certeza inocente
De que a vingança é incrédula e impotente

Ah, doce memória que tenho de nós
Correndo pela borda do riacho
Nos quais os peixes são abundantes
Suas bochechas coradas
Seu peito palpitante
Seu corpo pulsante em minhas mãos
De baixo da água cristalina

De ti me restam as memórias
Lembrar-me-ei portanto de seu sorriso ao pousar sobre ti pássaro ligeiro
Como peregrino que encontrou ninho em ressequido vilarejo

E teus olhos que de solslaio cercaram meu olhar,
Vorazes e brilhantes
Não quero de ti lembrar a morte escaldante
Quando de mim foi tirada a paz
E de ti a vida borbulhante

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⏰ Última atualização: Apr 01, 2021 ⏰

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