Cascatas de espuma meliflua
Aroma de flores do campo
Sangue quente molhando a terra gentil
Leito úmido que se retraiO sol empalidece diante da ternura
Dos olhos fechados da menina-aurora
Que trouxe a si o julgamento infiel de quem se calaAo vislumbrar crime de paixão doentia
Ah, donzela esquecida
Seus ossos adornam os pomares do Leste
Pendantes e pesares que das copas galhosas se despencam em raízes
Firmam no solo a certeza inocente
De que a vingança é incrédula e impotenteAh, doce memória que tenho de nós
Correndo pela borda do riacho
Nos quais os peixes são abundantes
Suas bochechas coradas
Seu peito palpitante
Seu corpo pulsante em minhas mãos
De baixo da água cristalinaDe ti me restam as memórias
Lembrar-me-ei portanto de seu sorriso ao pousar sobre ti pássaro ligeiro
Como peregrino que encontrou ninho em ressequido vilarejoE teus olhos que de solslaio cercaram meu olhar,
Vorazes e brilhantes
Não quero de ti lembrar a morte escaldante
Quando de mim foi tirada a paz
E de ti a vida borbulhante