Rico, Muito rico

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- Essa é a minha casa, ou melhor, a casa da minha avó.

- O que? - perguntou Cristal no susto, esquecendo por alguns minutos que o Max ainda estava ao seu lado.

- Ta viajando, vamos entrar.

- vamos entrar aonde garoto? - perguntou Cristal confusa.

- Eu falei que essa era a casa da minha avó, você estava ai viajando, então irei repetir, essa é a casa da minha avó.

- Mentiiiira - falou Cristal olhando para aquela casa amarela desbotada, que por sinal era velha, mas muito bem cuidada, com um jardim impecável e aquela grama fofinha, parecia que nunca fora pisada. - Você é rico, muito rico e eu não sabia, e você nem para me contar.

- Estou te contando agora, e rico uma vírgula, minha avó que é eu só estou usufruindo dessa riqueza por algumas temporadas - falou Max dando risada.

- Não importa, se sua avó é rica você também é quase rico, agora vamos parar de enrolar e vamos entrar nessa casa maravilhosa, quero ver como é por dentro. - falou Cristal puxando o Max pelo braço.

Cristal tirou o seu tênis surrado e começou a passear pelo jardim como se estivesse na Lua, andando em saltos só para sentir a textura da grama, seus pés afundavam a cada pisada já na porta Max ria daquela cena.

- É muito bom estar com você sabia você me faz muito bem, sempre que estamos juntos nada me deixa triste.

- falou Max baixinho sem que a Cristal pudesse escutá-lo, isso seria um pensamento, mas ele pensou alto, quer dizer, pensou baixo.

- Vamos Cristal, ainda tenho que te levar ao psicólogo - falou Max agora aos berros.

- Vamos parando de ser estraga prazeres - falou Cristal indo a sua direção - Se você falar para a minha mãe que se esqueceu de me levar eu concordo com você - falou rindo.

- Não, nada disso, não irei compactuar com essa mentira, agora vamos entrar. - falou Max apontando para a porta que agora estava aberta.

Cristal ficou sem palavras após entrar na casa do Max e ver tudo aquilo, objetos de prata todos bem ilustrados, cada um ocupando o seu lugar em uma estante de madeira antiga mais bem conservada, bonequinhas de louça cuidadosamente arrumadas por ordem de tamanho em cima da mesa de centro, um lustre com pedras de vários tamanhos que deixava a sala bem aconchegante e um tapete de pele que cobria quase todo o chão de madeira.

- CALA A BOCA - Cristal deixou escapar esse grito assim que pisou com os pés descalços no tapete de pele, fazendo o Max levar um susto.

- Qual é o seu problema, minha avó pode estar dormindo lá em cima e você aí gritando igual uma maluca me mandando calar a boca, eu que deveria te mandar calar a boca - falou Max ficando um pouco irritado.

- Hii vamos parar de show, eu não mandei ninguém calar a boca, essa é uma expressão que eu uso quando estou surpresa, mas me desculpa por gritar e ahhhh, eu gritei por causa do tapete - falou Cristal olhando para baixo fazendo o Max fazer o mesmo movimento. - Eu gostei dele - ela então completou.

- Cara você é doida, por isso que vai ao psicólogo, a pessoa faz um escândalo por causa de um tapete e ainda apouco lá fora ficou pulando na grama, isso é o que hem? - perguntou Max rindo - É algum trauma de infância?! Isso, trauma de infância, você deve ter pedido a sua mãe aquele edredom fofinho que passava no comercial do Colchão-bom ela não te deu e você está ai com essa cede por coisas fofas, é isso mesmo produção, falei certo? - perguntou Max novamente.

- Olha meu caro Max, eu não tenho trauma de infância, só gosto de tapetes, mas minha mãe não coloca nenhum lá em casa por eu ter alergia à poeira e tapete gruda muitas - se explicou Cristal.

- Mas grama não é tapete - contestou Max.

- Não, não é, mas é a mesma sensação de um tapete, e olha, essa sua história do edredom do Colchão-Bom estava muito bem criada, e você a criou muito rápido, acho que você já tinha conhecimento dessa história, e foi você quem não ganhou esse edredom quando criança, não é mesmo senhor rico - falou Cristal entre risadas.

- Mais respeito Cris - riu Max - E sim, eu não ganhei esse edredom, mas ele não vem ao caso agora, vou lá cima ver se minha avó já acordou, desço logo.

Cristal aceitou fazendo que sim com a cabeça, sentando, ou melhor, afundando no sofá ao lado.

Meu querido diário, quer dizer, cadernoOnde histórias criam vida. Descubra agora