O Verdadeiro Motivo

123 6 3
                                    

—  A Sociedade?! A Sociedade dos Poetas, porque você me trouxe aqui Max, vamos embora, agora, agora — gritou Cristal, deixando Max muito assustado.

— Gente o que houve Cris?

— Nada, eu só quero ir embora, eu não gosto desse lugar, se você quiser entrar para falar com a sua avó tu entrar, mas eu vou ficar aqui fora te esperando.

— Ta bom, só vou ali avisar para ela que eu vou sair com você, para que ela não fique preocupada, depois você me conta o que houve.

— Ta, vai logo

Max desceu do carro fechou a porta e ficou olhando Cristal pelo vidro por alguns segundos até ir em direção ao Bar.

Sozinha naquele carro Cristal pode pensar em tudo que aconteceu no seu 17° aniversário, coisas que até então não fizera nenhuma importância ou ela mesmo não queria lembrar, mas com esse inesperado acontecimento não teve como ela deixar esses pensamentos passarem, e a primeira pessoa que veio em sua cabeça foi Luc, é, o famoso Luc. Cristal sabia muito bem que ela tinha sido injusta com ele, aquela cena que tinha produzido, ali, naquele mesmo lugar que agora ela estava olhando, tinha sido um mecanismo de defesa, todas essas cenas que ela acaba fazendo é um mecanismo de defesa, sempre achando que as pessoas querem o seu mal, que irão rir dela, mas nem sempre é assim, que foi o caso do pobre Luc, querendo agradá-la acabou sofrendo pelo medo dela, esse é o motivo que ela frequenta o psicólogo, mas até esse dia ela não assumia.

Max interrompeu os devaneios de Cristal assim que ele sentou ao seu lado e bateu a porta do carro, quando ele olhou para o lado pode ver que ela estava chorando, no momento não tanto, mas com aqueles olhos vermelhos ele pode deduzir que ela já tinha chorado bastante quando ele estava longe.

  — Ai meu Deus — falou Max quebrando o silêncio daquele lugar. — O que houve, eu vim rápido com medo de você ir embora, ainda bem que ainda está ai.

— Posso te dar um abraço? — perguntou Cristal já passando os braços pelo pescoço do Max.

Max nada entendeu, mas retribui o abraço fazendo carinho na cabeça da Cristal em quanto ela soluçava em seu pescoço.

— Minha avó mandou um beijo para você, e te chamou para almoçar com a gente qualquer dia desses — falou Max para acabar com o silêncio novamente.

— Tudo bem — respondeu Cristal ainda com a cara no pescoço do Max.

— Olha Cris, olha para mim, vamos dar uma volta você não esta legal, outro dia eu te levo ao psicólogo, eu te levo para casa e explico a sua mãe o que houve, pode ser?

— Não, não, eu quero ir ao psicólogo hoje, mas vamos dar uma volta, quero esfriar a cabeça, da tempo de chegar, vou chegar um pouco atrasada mas ela espera, minha mãe esta pagando — falou Cristal dando um sorrisinho de canto de boca.

Depois desse sorriso Max se sentiu melhor e pode dirigir mais tranquilo. Cristal saiu do pescoço do Max deixando uma marca de lagrimas.  Ela agora estava com a cabeça encostada na janela do carro, vendo as paisagens. 

— Acorda Cris, chegamos, vamos, saia do carro — falou Max saindo do carro e indo em direção a porta da Cristal para abrir para que ela pudesse sair, mas ele distraído abriu a porta sem esperar que ela se desencostasse da mesma, isso resultou na queda da Cristal no chão, Max não aquentou, começou a rir, tentava ajudá-la, mas não conseguia, pois seu braço estava sem forças de tanto que ele ria.

— Me ajuda aqui, tem formiga entrando na minha blusa — falou Cristal rindo de nervoso.

— Calma aí, calma aí — falou Max agora sem rir ele tentava ajudar puxando-a até que ela conseguiu ficar de pé em um salto.

Max começou a dar várias tapas nas costas da Cristal para tentar retirar as formigas.

— Dá para parar, as formigas já foram embora, desse jeito você vai é me matar, isso sim. 

— Foi mal, desculpa, desculpa — falou Max todo sem graça.

— Espera um pouco, nós estamos no Parque da Cidade neh, o que nós estamos fazendo aqui?

— Ué, te trousse aqui para que possa esfriar a cabeça, conversar se você quiser, e olha — ele então apontou — Aqui nós podemos ver toda a cidade, veja como ela é bonita, gosto de lugares altos, me sinto importante como se eu fosse um gigante imbatível e forte, espero que isso te ajude, me ajuda e muito.

— Muito obrigado, e desculpa por molhar a sua roupa toda — falou Cristal apontando para mancha de água embaixo do pescoço de Max.

— Ahhh tudo bem, eu vou tirar a minha blusa e vou colocar para secar até a gente ir embora

Cristal aceitou com um movimento de cabeça.

Max tirou sua blusa, para o prazer da Cristal essa ação deixou os seus músculos e abdômen trincado amostra, ele colocou a sua blusa em cima do carro e sentou no capô chamando Cristal para que ela se juntasse a ele. Ela aceitou.

Os dois ficaram olhando aquela vista quando do nada o CD que ela tinha colocado começa a tocar soando uma musica bem calma.
Head Down
As I watch my feet take turns hitting the groud
Eyes shut I find myself in Love Racing the earth
And I soaked in your Love
And Love is right in my path, in my grasp
And me and you belong
I wanna run(run) smash into you
(TRADUÇÃO: Cabeça baixa
Enquanto eu vejo meus pés tocarem o chão
Eu deveria, eu me encontro apaixonada
Correndo pelo mundo
E eu estou encharcada em seu amor
E o amor estava bem no meu caminho, em meu alcance
E eu e você nos pertencemos
Eu quero correr e me atirar em você).

Depois de levar um susto, mas prestando a atenção na musica Cristal percebeu que a letra resumia ela completamente naquele momento, o amor dela estava ao seu lado e...

Meu querido diário, quer dizer, cadernoOnde histórias criam vida. Descubra agora