❝ En asuntos de amor, los locos son los que tienen más experiencia. De amor no preguntes nunca a los cuerdos; los cuerdos aman cuerdamente, que es como no haber amado nunca. ❞
- Jacinto Benavente
"Deixa ele com seus vícios ué Conselho de um amigo ué Tu és independente é Mulher tu és valenté Tu és muito linda E não tens que sofrer Porque homem que é homem Não maltrata a mulheré"
- Homem Que É Homem Badoxa
Lunes, 9 diciembre 2019
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Pego nas chaves que estavam sobre o aparador, e logo saio do apartamento, a trancar a porta. Dirijo-me para o elevador, que me levaria até à garagem do prédio.
Desde que o Alonso apareceu, foi somente daquela vez, mas, da mesma forma, estou com muito medo. Bastante. Não posso não o ter, sabendo o que aconteceu. Ele é uma pessoa cruel.
Eu tinha a sensação que alguém estava a seguir-me, tive ligações que quando atendia, ouvia apenas a respiração da pessoa, e eu mesma desligaria. Depois do dia em que estive na loja de bebés juntamente com a Barbara, em que ele pareceu, eu tive a certeza que era a pessoa que tinha feito tudo aquilo.
Queria assustar-me, e conseguiu. Eu não conseguia dizer nenhuma palavra no dia, estava muito transtornada, e a minha mente só ia naquele momento terrível que tive.
Não contei a ninguém acerca do que se passou, apenas a Barbara e o Sergio sabem. Se eu tivesse contado ao Marcus e a minha família, iriam querer fazer justiça com as suas próprias mãos, o que eu não quero, porque será pior. Deixarei nas mãos da autoridade. Eu confiei na delegada Clara.
Não posso deixar que me assombre novamente. Não posso deixar ficar reclusa, cair em uma depressão. Não fiquei surpresa quando soube que ele possui mais fichas criminais de violências contra mulheres. É como se estivesse a fazer isto por prazer. Penso em cada mulher que enganou, que manipulou como a mim.
Não, nós não somos burras. O sentimento que podem nos deixar ingénuas, mas não é justificativa pelo que acabámos por sofrer. A culpa são deles, criminosos, que acham que nós somos objetos para satisfação do prazer, para sermos subjugadas, submissas. Nós somos seres humanas.
Temos o direito de sermos livres, autoritárias e a lutar pelos nossos direitos.
Ao chegar no carro, eu reparo que esqueci o mais importante, a chave. Bato a minha mão na testa, a culpar eu mesma pelo esquecimento. Retorno novamente pelo mesmo caminho de antes.
Ao chegar no apartamento, coloco a bolsa e as chaves sobre o aparador, e sigo para o quarto, que foi onde eu recordo que deixei a chave do automóvel.
Encontro o objeto na cabeceira, ao lado da cama. Pego-o e saio do quarto. Quando chego na sala, parece que o meu mundo desmorona automaticamente. Vejo ele ali, em minha frente, com o seu sorriso macabro, e uma faca na mão. Deixo a chave cair da minha mão, e é algo como se tudo passasse em câmera lenta para mim neste momento.
