Cap.3- Ele não vai conseguir.

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         POV. Lívia Montrose 

– Tá tudo bem amor? - Minha mãe pergunta entrando em meu quarto enquanto eu arrumava minha mochila.

– Tirando o fato de que eu sou uma vampira e vou ter que entrar em contato com um monte de adolescentes cheios de hormônios, sim, tá tudo bem.- Digo até um pouco irritada.

– Você vai se sair bem, se transformou a dois meses e nunca atacou ninguém, isso é muito bom. - Kayla sorri simpática e desce pra terminar o café da manhã, termino de me arrumar e desço encontrando Kayla e Jess se beijando na cozinha. 

– Eca, mães...- Reclamo fingindo que não acho elas o casal mais lindo do mundo então elas se separam.

– E aí? Tá pronta pra hoje? - Jess pergunta comendo uma torrada.

– Mais ou menos.- Digo pegando uma panqueca e colocando no prato com calda de caramelo.

– Qualquer coisa faça o que eu disse, corra pra casa.- Alertou Jéssica ficando séria, as duas não me deixam distinguir qual é a mãe mais preocupada. 

Nos sentamos na mesa pra comer e as duas conversavam sobre o que viram ontem na cidade quando foram dar uma volta juntas.

– Isso aqui é um desperdício de comida, sinceramente.- Kayla reclama se referindo ao fato de que nós três somos vampiras e nada do que comemos que não seja sangue é aproveitado no nosso organismo, a gente só gosta do sabor mas não tem outro sentido pra comer comida humana, depois vai tudo embora.

– Também acho, mas é gostoso.- Jess afirma enquanto eu dou um beijo em sua bochecha e depois em Kayla.– Ué, já vai?

– Sim, sabe que eu não gosto de me atrasar.- Pego as chaves do meu carro no balcão e abro a porta da sala.– Tchau, amo vocês.

– Tchau, amo você.- As duas responderam juntas.

Dirijo calmamente pelas ruas da pequena cidade até a escola, minha casa ficava no meio da floresta então demorava um pouquinho pra chegar, o bom é que ainda estava cedo.

Ao chegar na escola já sinto aquele cheiro forte de sangue e ouço corações batendo um trás do outro, respiro fundo e vou até a diretoria pegar meu horário tentando lembrar do foco que minha mãe me ensinou a ter pra não acabar atacando ninguém, enquanto procuro minha sala uma garota vem falar comigo, paro de respirar e sorrio pra ela.

– Você deve ser Lívia Montrose, né?- A ruiva pergunta me analisando de cima abaixo com um sorriso simpático.

– Sou eu sim.- Respondo tentando parecer natural e disfarçando minha falta de ar em meus pulmões mortos. 

– Muito prazer, meu nome é Sabrina.- A garota estendeu sua mão e tive que apertá-la, enquanto apertava senti seu coração pulsando e senti também o sangue correndo em suas veias por baixo da minha mão enquanto elas se tocavam, sangue, era tudo o que eu queria dela agora. – Está se sentindo bem?- Ela pergunta preocupada.

– Na verdade não, eu tenho que ir pra casa, coisa de mulher sabe.- Tento disfarçar e saio correndo deixando ela confusa pra trás.

Enquanto corria pelos corredores perdi o resto de controle que me restava, eu ouvia dezenas de corações batendo me deixando atordoada, sem falar no cheiro do sangue fresco. Eu estava tão descontrolada que no caminho pra saída acabei esbarrando em alguém, se fosse um humano normal teria voado longe com toda a rapidez que eu andava mas quem quase caiu fui eu, no começo pensei que não iria aguentar e atacar a pessoa mas não tinha nada, nem som de coração, nem cheiro de sangue mesmo tendo seis pessoas ali.

– Me desculpe, de verdade, eu sinto muito.- Peço olhando brevemente nos olhos da loira a minha frente e para o grandão ao lado dela, não entendi bem porque eles me olhavam tão profundamente daquele jeito mas não pude descobrir, sai correndo da escola indo até o meu carro, diriji rapidamente até em casa tentando me concentrar na música que tocava e sai do carro com pressa indo pra dentro.

Our Angel - ( Trisal )Onde histórias criam vida. Descubra agora