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Jisung e Minho passaram o resto do dia no quarto, foram dormir beirando as onze da noite depois de ter assistido alguns filmes juntos somente para matar o tempo e por mais focado que o moreno parecia estar ele divagava em pensamentos.

Se sentia frustrado em não conseguir admitir aquilo em voz alta nem mesmo para Hyunjin, imaginava que o loiro o acharia um bobo e riria de si o que era besteira. Por causa dos pensamentos e a ansiedade que parecia tomar conta de si acabou acordando no meio da madrugada.

O moreno olhou para o lado vendo que o outro dormia em um sono profundo e então suspirou, bagunçando os próprios cabelos, aquilo tudo estava o matando. Ainda sentia-se cansado da mudança, confuso com os sentimentos que parecia estar nutrindo pelo ruivo além de que não sabia ao certo como colocar um ponto final em sua situação com Mino.

Ele não gostava mais do outro, assim como Hyunjin o falou ele conseguiu supera-lo naturalmente, mas isso não significava que todos os seus problemas que envolviam o outro acabariam. Precisava conversar com ele, o ouvir, falar o que queria e só então consideraria tudo aquilo como parte do seu passado.

Fora a faculdade. Os meses que passou sofrendo pelo término de seu relacionamento com Mino acabou o prejudicando muito já que estava mais avoado do que o normal, dormia em praticamente todas as aulas — isso quando ele as assistia —, suas notas caíram e tudo aquilo passou a lhe frustrar ainda mais. Havia esquecido desses detalhes porque Minho sempre tomava toda a sua atenção nessas ultimas semanas, mas seus problemas resolveram virar uma bola de neve gigante e sem nenhum aviso invadiu sua vida de repente atormentando a sua noite.

Jisung entendia que o ruivo estava disposto a ir além de beijos consigo, ele sempre acabava se segurando por pura insegurança e nunca havia se sentido assim antes já que em toda a sua vida teve apenas um único relacionamento. A única coisa que sabia sobre amar ele aprendeu com Mino e agora sequer sabia se aquilo era válido já que ele sempre nutriu sentimento por dois.

Se com Mino que teve anos de relacionamento ele sequer notou que estava amando sozinho como faria com Minho que estava em sua vida apenas por alguns meses? Além de tudo o ruivo nunca namorou ninguém a sério, o que era um grande gatilho para a sua insegurança.

Minho com certeza havia conhecido e ficado com pessoas mais interessantes que si, então se com elas não tentou nada a sério não seria com ele que tentaria. Jisung sentiu sua cabeça latejar, parecia que ela explodiria a qualquer momento e dando um último suspiro desanimado arrastou-se ate sua mochila retirando de um dos bolsos uma pequena caixinha.

Bolou rapidamente um baseado tendo todo cuidado na hora de enrola-lo e então o acendeu caminhando até a pequena varanda que havia no quarto, sentou-se no chão recostando suas costas na parede fria e então deu o primeiro trago fechando os olhos. Instantaneamente sentiu seu coração aquietar-se — este que estava acelerado desde que esses pensamentos invadiram sua mente — e então suspirou após soltar a fumaça lentamente vendo-a desaparecer com o sopro do vento.

Lembrava-se que começou a fumar muito novo, roubava os cigarros de seu pai e descontava toda a sua frustração ali, não era algo que ele gostava de admitir ou uma qualidade, o seu vício pelo fumo é o seu maior defeito. 

Ainda quando morava com seu pai sua infância não foi uma das melhores, conviver com alguém machista e opressor é uma coisa horrível e Jisung não desejava isso nem mesmo para o seu pior inimigo. Odiava ver sua mãe sofrer e chorar baixinho toda noite, ele se odiava por se sentir impotente já que não conseguia fazer nada e depois que se tornou adolescente tudo pareceu piorar.

Foi durante a adolescência que trocou os cigarros pela maconha, ele precisava de algo que o desligasse por algum tempo que relaxasse seu corpo e sua alma já que os diversos maços que consumia em um dia não aliviava mais a frustração que sentia. Descontava na substância toda a dor que sentia em seu corpo. Em seu peito. 

Acreditava que toda a dor sumiria para sempre juntamente a fumaça.

Em algum momento sua mãe se separou do seu pai, ele iria entrar na faculdade e sentia que finalmente as coisas passariam a dar certo em sua vida. Se ele iria recomeçar precisaria parar de fumar, havia colocado isso na cabeça e estava totalmente convicto. 

Conseguiu parar de fumar, passou a viver feliz somente com a sua mãe recebendo vez ou outra a visita de seus avós quando estes teimavam em atravessar dois bairros para ir conferirem se estava tudo bem. Porém, quando começou a namorar com Mino logo que ingressou na faculdade de alguma forma seu pai acabou sabendo.

E foi ai que todo o problema voltou, brevemente, mas voltou. Acabou tendo uma recaída e voltado a fumar, porém diferente de antes que era algo frequente o fazia apenas quando sentia-se muito frustrado, quando precisava transformar suas dores e pensamentos negligentes em fumaça. Nunca soube ao certo quando havia desenvolvido a negligência emocional porém era algo que ainda não aprendeu a lidar.

Jisung suspirou sentindo seu corpo mole, fechou os olhos apertando-os com força e então suspirou. Sentia-se inseguro, desamparado. Odiava se sentir assim, frágil, vulnerável.

Levantou pronto para entrar e tomar um banho quando deu de cara com Minho, o ruivo estava a todo esse tempo ali, parado, observando o outro em silêncio sem saber ao certo como reagir a aquilo. Nunca havia passado pela cabeça do mais velho em hipótese alguma que o seu adorável Jisung fumava. 

Os dois ficaram se encarando por bons minutos em um silêncio desconfortável, Jisung queria falar tanto ao outro, falar o que estava sentindo e desabafar, mas valeria a pena? Conseguia enxergar somente pelo olhar que o ruivo mantinha enquanto o olhava que ele estava desapontado.

— Ji... — Minho murmurou quando percebeu que o moreno pretendia passar direto por si e o ignorar, o segurou pelo braço e o virou para encara-lo. — Você quer... conversar?

— Eu acho que agora não é uma boa hora... — O moreno falou vendo o outro concordar e larga-lo.

Jisung andou ate o banheiro, parou no meio do caminho e então voltou para trás soltando um suspiro ao encarar novamente o ruivo. Não queria que aquilo continuasse o frustrando, queria superar, precisava aprender a superar. Não poderia viver em negligência emocional a sua vida inteira.

— Hyung, você já se sentiu inseguro sobre o que sentia? 

— Como assim, Ji? — Minho fez uma expressão confusa. — Eu acho que não...

— Você... nunca cogitou em aceitar os sentimentos de alguém? Digo, com certeza alguma pessoa acabou se declarando 'pra você e... — O moreno riu, nervoso.

— Não... — O ruivo respondeu em um sussurro e o moreno sorriu minimamente enquanto concordava. — Mas por que isso do nada?

— É besteira hyung, só 'to chapado. — Jisung forçou-se a rir encarando os próprios pés logo depois. — Eu preciso tomar um banho, depois podemos assistir algo ou só... dormi.

— Claro...

O moreno assentiu sorrindo minimamente mais uma vez e então se afastou e se trancou no banheiro enquanto Minho continuou no mesmo lugar parado. Por algum motivo desconhecido por si sentiu-se mal, estava triste. Ele conseguiu captar o desapontamento no olhar de Jisung e se sentiu um monstro por perceber que talvez ele tenha o machucado.

De novo.

:x 

att dupla e gente nao me matem por issokkkkkkkkk tem que ter um drama neahate semana que vem (capítulo não revisado >.<)

Namorado de Mentirinha  [MINSUNG]Onde histórias criam vida. Descubra agora