Sudoeste II [texto 13]

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Eu sinto a sua falta, Sudoeste. E eu sei que eu não deveria.

Mas eu sinto.

Toda vez que eu ouço algo sobre o tópico "gostar de alguém", ou até mesmo "algo que se valha a pena tentar", eu lembro de você.
Eu reconheci a natureza patética dos meus sentimentos por você (de verdade, eu reconheci), mas, ainda assim, eles parecem tão... Resilientes? É essa a palavra? Como se eu pudesse pegar e continuar exatamente de onde eu parei, não importa quanto tempo passasse.

O que eu quero dizer é: eles não são frágeis.

Durante toda minha vida, eu sempre senti coisas que eram frágeis demais. Com você, não. Com você foi diferente. E eu sei que isso pode ser — ou de fato é, mesmo — só um sinal de como eu cresci como pessoa nesses últimos tempos; eu venho evoluído tanto, de tantos jeitos, tantos aspectos que poderiam muito bem incluir a paixão também, mas eu ainda não senti certeza sobre o que eu sinto por mais ninguém. Ainda não. E às vezes é difícil acreditar que eu vá realmente conseguir, um dia.

Às vezes é difícil acreditar que eu vá gostar tanto de outra pessoa tanto quanto eu gostei de você.

Mesmo que você tenha me machucado, da última vez que a gente se falou; mesmo que você tenha me dito "como" sentir meus sentimentos e eu não aceite isso vindo de ninguém; mesmo que você tivesse tanto medo de como eu me sentia. Eu ainda assim gostei muito de você. Nada muda isso.

Mas eu bem sei que mereço coisa melhor do que aquilo que você podia me dar. O meu único possível arrependimento seria não ter te dado uma chance de contato depois daquela última conversa esquisita e intimadora, mas talvez você nem quisesse essa droga de chance, de qualquer jeito. Então, dane-se. É por isso que eu desisti você. E também é por isso, porque talvez você nem queira saber, que esse texto é uma mensagem que eu nunca vou te mandar.

Não importa o quanto eu sinta a sua falta.

Rosa dos VentosOnde histórias criam vida. Descubra agora