Oeste [texto 1]

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Querido Oeste,

Eu acho que você nunca vai ser capaz de entender, em completa plenitude, o que você significou pra mim. Confesso que, às vezes, nem eu compreendo. As coisas eram engraçadas até você chegar: era tudo muito raso e sem graça. Antes de te conhecer, eu não sabia como era me sentir boba só de pensar em alguém; eu não sabia como era querer trazer o assunto "você" a tona, em toda e qualquer conversa que eu tinha; eu não sabia como era acordar pensando na mesma pessoa todos os dias, ou muito menos o quão difícil poderia ser me despedir (parece que a gente quer ficar pra sempre, não parece?). Antes de te conhecer, eu não sabia como era estar apaixonada.

Você foi único em tantos sentidos, sabia? Em cada aspecto de você, em cada detalhe decisivo na nossa dinâmica e jeito de funcionar. Você foi tão único que eu me amedronto com a possibilidade de nunca mais conseguir sentir algo assim de novo. As marcas, os resquícios que você deixou, ainda estão em mim, por toda parte. A sua pessoa foi, mas a ideia de como as coisas foram um dia, não. Daí entra outro aspecto de você, querido Oeste. Você está aqui, comigo, me perturbando, a todo momento — eu sinto isso, sinto com todo coração. E dói um pouco ter a certeza de que não é o mesmo pra você. De que, nem por um segundo, foi ou vai ser o mesmo pra você. Eu chego a me perguntar se algo, quando não visto (ou, no caso, sentido) por ambos os lados, possa ser de fato real. Eu me despeço aqui, nesses versos bonitos.

Sentimentalmente,
Joana.

Rosa dos VentosOnde histórias criam vida. Descubra agora