A resposta de Irene não saia da cabeça da mais nova.
O que ela tentara dizer com aquilo? Que Seulgi era engraçada?
Talvez Irene não a odiasse tanto assim, afinal.
Ou talvez a graça estivesse justamente nisso. Em odiar Seulgi.
Talvez não devesse pensar tanto nisso.
– Ok, você não está me ouvindo.
– Jen! Me desculpe. – Seulgi chacoalhou a cabeça e olhou arrependida para a amiga – E então ele fez o que?
– Ta tudo bem?
– Só me distrai, desculpe.
– Pensando na namoradinha, é? – A voz de Jennie adquiriu um tom provocador. Seulgi forçou uma risada.
– Por favor. – Disse – Tenho passado tanto tempo com ela que nem vale a pena gastar meus pensamentos. E ela não é minha namorada.
– É o que você diz, mas não é o que meu coração sente, sabe? Não sei não, parece que vocês não levam meus sentimentos em consideração. – Jennie ponderou, tentando ao máximo manter uma feição séria ao ver o choque e desgosto estampados no rosto da Kang.
– Eu juro que não sei mais o que fazer com você. – Foi o que Seulgi optou por dizer. Jennie apenas lhe mandou um beijinho pelo ar.
– Vocês não vão acreditar no que Yerim acabou de nos contar. É incrível. – A voz de Sooyoung se fez presente, e logo ela estava parada em frente as meninas, com a estudante de intercâmbio (chamada Rosé) ao seu lado.
– A do primeiro ano? Prima do Jongin? – Jennie perguntou, rapidamente investida no assunto antes mesmo que a história fosse compartilhada.
– Ela mesmo. – Joy confirmou.
– E o que ela disse?
– Topamos com ela no corredor agora e ela disse que viu... – Ela começou, mas logo foi interrompida.
– Não, você ta contando tudo errado. Deixa eu falar. – Rosé começou, arrancando uma revirada de olhos da amiga. Mesmo tendo chegado a escola há pouco tempo, Rosé não demorou para se tornar próxima das meninas, principalmente de Joy. – Topamos com ela no corredor e ela disse que viu Irene brigando com uns caras do time de basquete hoje. Foi bem épico, de acordo com ela.
– Ah, eu já sabia disso. – Jennie disse, com o tom de voz entediado – Ela estava defendendo Seulgi. – Completou, mas dessa vez com mais ânimo.
– É sério? – Joy ficou surpresa e puxou uma cadeira para sentar-se ao lado das garotas. – Pode me contar tudo.
Seulgi revirou os olhos. Não tinha desejo algum de contar a história novamente, ainda mais sabendo que suas amigas dariam outro sentido ao ocorrido.
– Foi no tempo livre, estávamos ensaiando no ginásio e eu fui atacada por uma bola de basquete. Os garotos foram idiotas e Irene ficou irritada. Só isso. – A Kang disse, e podia sentir os 3 pares de olhos encarando-a esperançosamente.
– Você é decepcionante. – Joy conclui. – Aposto que sua versão é melhor, Jen.
– Pior que não. Isso foi tudo o que ela me disse também. – Respondeu Jennie.
Com um pequeno sorriso no rosto, Rosé inclinou a cabeça para o lado ao fazer uma pergunta.
– Mas... o que Irene fez exatamente?
– Só disse algumas coisas para intimida-los. Ego masculino, vocês sabem como funciona. – Seulgi respondeu.
– Yeri disse que ela parecia prestes a bater em um deles.
– Com certeza, Rosie. – Jennie concordou com a amiga – Puro romance.
– De inimigas a amantes. – Joy suspirou sorrindo.
Que chatice. Era por isso que Seulgi não estava com vontade de contar.
– Ah, me deixem em paz. – Kang resmungou – Estão drenando toda a energia que restou em mim.
– Pensem bem. – Rosé ignorou, tornando a falar – Não há uma certa... tensão entre as duas?
Tensão. Que coisa mais ridícula. Seulgi não conseguia nem revirar os olhos mais, por medo de que ficassem revirados para sempre.
– Deu de doramas pra você. – Respondeu.
– Que ranzinza.
Era quase patético. Se Seulgi não se importasse, não estaria tão irritada neste momento, quando suas amigas fazem apenas brincadeiras. Sua reação tornava tudo aquilo mais divertido.
– Pelo menos admita que ela é atraente. - Joy pediu.
É, definitivamente, Seulgi não podia acreditar que estava tendo aquela conversa.
– Céus, gente, é isso que vocês querem? Sim, sim, Irene é uma das meninas mais bonitas dessa escola. Agora, pelo amor da minha sanidade, me deixem em paz.
Certo, talvez ela tenha extrapolado. Quanta impaciência.
– Alguém precisa de um rivotril. – Jennie murmurou, e Rosé não conseguiu conter a gargalhada. Joy também não. E, talvez, Seulgi também tenha rido um pouquinho, balançando a cabeça em descrença.
Mas, talvez, ao mudar a direção de seu olhar, tenha percebido o quão perto Irene se encontrava de seu grupo. Queria muito acreditar que fosse apenas talvez.
Porque, talvez, Irene tenha ouvido aquela conversa toda e esse seja o motivo de vê-la esboçar um pequeno sorriso nos lábios, enquanto encarava Seulgi descaradamente. Talvez.
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𝗰𝗵𝗲𝗲𝗿 𝘂𝗽! | seulgi + irene
Fanfictionna qual Irene precisa recorrer a Seulgi por ajuda com o time de torcida. { enemies to lovers | slowburn | kpop yuri }