– Vamos Seulgi, mais alto. – Irene pedia com um certo drama na voz, como se estivesse emocionalmente exausta de estar ali.
– Chega, eu preciso de um minuto. – A Kang declarou, deixando sua posição e praticamente se jogando no chão, com os braços e pernas abertos, esperando sentir o vento refrescar seu corpo quente e suado.
Haviam se passado dois dias desde a injúria de Irene, e este era o primeiro treino de Seulgi sob a supervisão da Bae, que havia passado esses dois últimos dias de repouso absoluto para que nada pior ocorresse com seu tornozelo.
No entanto, já passada sua quase simulação de estado vegetativo desses dias, Irene, mesmo sem poder fazer muito esforço, fez com que Seulgi aparecesse em sua casa às 8 da manha de um Domingo para treinar. Já eram quase 3h da tarde.
– Fraca. – A Bae murmurou – Teremos que melhorar sua resistência cardíaca.
– Céus, Irene, me de um tempo. Sabe há quantas horas estamos aqui? – A mais nova disse irritada, tampando os olhos com seu braço direito.
A questão é que não, Irene não sabia. Por isso, ao pegar seu celular para conferir o horário, deixou escapar um pequeno gritinho surpreso. Como não havia percebido o tempo passar?
– Porque não me avisou que perdemos o horário do almoço? – Irene disse, parecendo irritada – Você precisa se alimentar bem para apresentar resultados melhores na..-
– Dá pra parar de me dizer o que eu preciso fazer? – Seulgi interrompeu.
– Sou sua mentora agora. O que mais quer que eu faça? – A mais velha arregalou os olhos, chocada com o pedido da Kang.
– Mentora? – Seulgi riu de modo irônico – Bae, sou e eu quem está lhe fazendo um favor. Não ao contrário.
– Espera mesmo que eu deixe você me representar em algo de importância nacional de forma desastrosa?
– Não minta para si mesma. Parece que só esta com medo de perder seu lugar para mim de vez. – Seulgi se apoiou nos cotovelos, encarando a mais velha com raiva – Quer saber? Eu tenho é certeza. Você, Irene, não consegue apreciar nada bom porque sabe que nunca alcançaria isso, então se afasta por medo de ser ofuscada.
Bae não conseguia formular uma resposta.
Na verdade, ela mal conseguia assimilar aquelas palavras afiadas que saíram da boca de Seulgi. Palavras que a acertaram em cheio. Mas não porque poderiam ser verdade — e sim por causa da pessoa que as havia dito.
– Cala a boca. – Foi tudo que Irene conseguiu dizer, antes de desviar o olhar da mais nova e morder discretamente os lábios em uma tentativa de segurar um choro que ameaçava cair.
E claro que Seulgi percebeu.
Por um momento, Kang se sentiu superior por ter atingido Irene. Era o mínimo que ela merecia por ser como ela.
Mas esse momento não durou.
Logo, se sentia arrependida e se perguntava se teria pegado muito pesado.
– Não foi o que eu...-
– Sabemos exatamente o que você quis dizer, Seulgi. – Irene interrompeu, tornando a olhar para ela, dessa vez com um sorrisinho sínico nos lábios – Mas acho que nunca vamos nos entender de fato, não é?
– Acho improvável. – Seulgi respondeu, sem saber ao certo de onde veio aquela pergunta. Apenas tinha certeza da resposta.
– Talvez devêssemos desistir antes de matarmos uma a outra aos pouquinhos. Não tem sentido em insistir. – Irene disse. Kang não soube dizer se ela estava blefando ou não.
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𝗰𝗵𝗲𝗲𝗿 𝘂𝗽! | seulgi + irene
أدب الهواةna qual Irene precisa recorrer a Seulgi por ajuda com o time de torcida. { enemies to lovers | slowburn | kpop yuri }