O Dhole dos Campos [tk]

Interlúdio.

[27/05/1895]

Espero que você venha a ler esta despedida. Não pude dizer-lhe pessoalmente porque não tenho coragem, e você viria me impedir. Já faz tempo que não escrevo, e peço perdão por isso. Não encontrei as forças necessárias para vir aqui e escrever sobre sentimentos que já nem têm importância. Eles realmente não têm, eles desapareceram. Sou um baú vazio e há muito esquecido. 

Perdê-lo doeu. Oh, e como doeu. Ainda dói. Não se preocupe, irá parar de doer muito em breve. Colocarei um fim em minha vida para, assim, pôr um fim nestas reminiscências. Nunca mais irá doer tanto, e nunca mais me culparei pelo acontecido. Ainda, questiono-me: por que não eu? Por que não me levou? Aquele não era o fim que eu havia planejado. 

Amo-te de todo coração. Amo a todos que deixarei para trás. Espero, num último fio de esperança, que esse poço de tristeza que tornou-se o lugar onde vivi, chegue ao fim também. O futuro precisará ser melhor que o meu presente. Eu saberei, eu estarei aqui.

Se eu sou finitude, que finda-se então os fins dolorosos. 

Adeus, e te espero em um lugar melhor. Aguente firme. 

Jeon Gajoo