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Com a proximidade das provas finais, changbin estava com bem menos tempo que imaginaria. Passava noites em claro estudando, às vezes cochilava entre uma matéria e outra, só acordando horas depois com o canto da boca com rastro de baba e um lençol em seus ombros, sabendo que certas vezes christopher entrava sorrateiramente em seu quarto para ver se ele ainda estava vivo.

Passava tanto tempo dentro do quarto, com o rosto dentro de livros escolares e pesquisas que nem tinha tempo de fazer companhia ao alien. Vez ou outra, parava alguns minutos em seus estudos para jantar com o bang ou apenas ver televisão. Christopher não parecia se importar com sua ausência, mesmo que de vez em quando perguntava se ele poderia passar mais alguns segundos conversando consigo e compartilhando curiosidades sobre os humanos. Queria saber um pouco mais sobre como aqueles seres agiam, como se comportavam. Queria entender melhor o porquê do seo passar tanto tempo trancafiado dentro de um cômodo.

Hoje em questão era a última prova, e para changbin, a mais difícil. Não considerava medicina veterinária um curso tão complicado, apesar que seu gosto pela coisa diminuísse o estresse que poderia vir com as matérias. Gostava de cuidar de animais, gostava da sensação de ter a confiança das pessoas ao deixarem seus pequenos em seus cuidados, era um sonho antigo que vinha nutrindo aos passar dos anos, sempre quis ajudar os pequenos animais de rua que via quando ia à escola quando era mais novo e isso só o motivou mais a chegar onde tinha chegado.

A sensação prazerosa de sair de uma sala de aula sem preocupações era libertadora, caminhava alegre e com um sorriso ofuscante, não via a hora de chegar em casa e poder dormir a tarde toda ou apenas jogar conversa fora com o bang. Estava com saudade até mesmo da rotina estranha que tinha feito com o esverdeado, onde eles viam televisão e conversavam noite adentro.

Viu felix sorridente conversando com um pequeno grupo de pessoas, ponderou rapidamente em ir cumprimenta-lo já que passaria certo tempo sem vê-lo. Com o fim das provas vinham as férias, tal coisa duraria três semanas no máximo mas ainda assim era um tempo considerável longe do garoto estrangeiro. A ideia de se meter no meio daquela gente sufocante parecia desagradável para changbin, que decidiu apenas deixar de lado e se apressou em chegar em casa para ver como chan estava.

Talvez hyunjin estivesse certo em sua pequena obsessão em cuidar do alien, mas christopher parecia tão ingênuo e perdido que era inevitável não orientá-lo ou apenas lhe dar um pouco de atenção. Gostava da presença do maior, gostava quando era questionado mesmo por coisas banais, parecia uma grande descoberta toda vez que explicava algo novo para o esverdeado e aquilo enchia o seo de orgulho próprio. Eram coisas tão bobas mas para o Bang era como uma nova descoberta, como um mundo prestes a ser nomeado para em breve ser habitado.

O caminho de ônibus até sua casa foi bem mais rápido do que imaginava, talvez tenha gastado tempo demais em devaneios que nem reparou o tempo passar. Animadamente, andava com as mãos nos bolsos de forma despreocupada, feliz o suficiente para cumprimentar um casal de idosos simpáticos que passava ao seu lado na rua. Quando chegou em frente a sua residência, respirou fundo e deixou que seus ombros cansados tivessem seu merecido descanso, abandonou os sapatos e mochila pela sala e subiu as escadas sem mesmo checar se o alien estava na cozinha. Era duas e meia da tarde, para o seo o tinha o dia já poderia acabar ali, com certeza dormirá quando encostasse na cama, deixaria para se lavar quando acordasse a noite, sua prioridade no momento era descansar.

Abriu a porta do quarto e viu que as janelas ainda estavam fechadas, encontrou christopher dormindo no canto esquerdo da cama, num montinho de lençóis que provavelmente changbin tenha deixado para trás pela manhã. Não tinha dado nenhuma autorização ao ser extraterrestre para que ele pudesse ir descansar em sua cama, mas não brigaria com o mesmo, na verdade, não tinha nem mesmo forças para falar. A exaustão dos dias que gastou focando apenas nos estudos finalmente estavam caindo sobre suas costas cansadas. Antes de deitar, tirou o casaco que vestia e o celular do bolso, procurou pela cama seu porquinho cor de rosa de pelúcia, o achando com o bang, este que dormia de forma encolhida abraçado com sua pelúcia. O encarou com o cenho franzido, mas resolveu apenas cobri-lo com o cobertor de forma correta e dar as costas, deitando-se na outra direção, ajeitou o travesseiro e esperou que seu sono fizesse a mágica.

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