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Changbin admirava os céus naquela noite de brisa suave, seus olhos miúdos mal podiam ficar abertos pelo sono. Estava indo dormir tarde pela terceira vez naquela semana, mas valeria a pena ficar acordado apenas para ver aquele belíssimo fenômeno que só acontecia de vinte em vinte anos.

Sabia o horário exato que aquilo acontecia, tinha ficado o dia todo ansioso para ver a chuva de estrelas cadentes. Podia parecer bobo, mas ele também estava ali para fazer um pedido. Diziam que se você pedisse algo para a estrela mais brilhante, seu desejo seria realizado, e bom, changbin esperava vê-la. Com certeza se contasse para seu melhor amigo que estava esperando ver uma estrela para pedir algo, ele o chamaria de criança.

Pegou seu celular que se matinha ao seu lado na janela para desligar o alarme, tinha programado ele para tocar dois minutos antes da chuva, se esticou apenas para se livrar daquela preguiça e abriu mais a janela, seu corpo sendo abraçado pelo frio da madrugada, encarou o céu esperançoso mesmo que faltasse um minuto. Esperava que aquilo acontecesse de verdade. Voltou a se sentar sem postura na cadeira da sua escrivaninha, colocou o seu querido porquinho de pelúcia no colo e encolheu as pernas para cima da cadeira.

Quando deu a hora, não aconteceu nada de imediato. Changbin ficou um pouco decepcionado pelos primeiros cinco minutos por não acontecer nada no céu, tudo estava igual. Até que uma luz pequena porém forte apareceu. Era agora? Se perguntou, apoiando-se no parapeito. Ignorou o estranho constrangimento de estar fazendo aquilo e juntou as mãos em frente ao peito, olhou mais uma vez para a estrela que parecia ficar mais próxima dele a cada segundo, fechou os olhos depois de limpar a mente e pediu o que queria.

Quando voltou a abrir os olhos tomou susto ao ver que aquilo com certeza não era uma estrela e que estava vindo em sua direção. Com medo de afastou da janela e ficou do outro lado do quarto com o coração a mil, apenas escutou o barulho alto naquela coisa estranha caindo como uma pedra gigante em seu quintal. Engoliu em seco e andou cauteloso até a janela, uma fumaça tomava conta de todo espaço, sua curiosidade o atiçando a ir lá olhar o que era. Estava tão curioso que só se deu conta que já estava indo para lá quando sua mão tocou a maçaneta da porta do quintal, ficou alguns segundos pensando se deveria ir ou voltar para o quarto e ligar para polícia ou quem sabe o corpo de bombeiros.

Balançou a cabeça afastando aqueles pensamentos e decidiu ir, abriu a porta devagar e quase sem fazer barulhos, a fumaça ainda estava densa, mal podia ver os pouquíssimos degraus que levava até o gramado do quintal espaçoso, que agora estava reduzido a um grande buraco. Seus pés descalços tocaram a grama fria, seu coração batia forte dentro do peito, uma súbita vontade de voltar para casa correndo tomou conta do seu corpo. Changbin se perguntou como nenhum dos seus vizinhos ainda não tinham aparecido, aquilo fez um barulho tremendo. Caminhou tentando olhar onde pisava, balançou a manga do casaco que vestia no ar e tossiu pela fumaça, viu uma silhueta que parecia ser um homem alto saindo do meio daquele enorme buraco que tinha se formado. Seu corpo travou naquele mesmo instante, sentiu sua alma correr do seu corpo quando viu o rosto naquele homem. Se aquilo podia ser chamado de algo humano.

Quando seus olhos se encontraram, changbin gritou alto e estridente, a coisa a sua frente tampou os ouvidos.

— ya! Não grita tão alto! — ele disse.

Changbin ficou mais espantado ainda por ele falar sua língua. Ele era alto, tinha cabelos verdes e tinha duas antenas pequenas na cabeça entre os fios, vestia uma camisa laranja com a logótipo de alguma empresa, suas calças eram pretas e calçava sapatos brancos. Se não fosse pelas antenas e ele ter acabado de cair do céu, diria que ele era um humano normal.

— quem é você? Da onde você veio? Você vai me matar? Por favor, não me mate! — changbin esticou as mãos para frente como se dissesse para ele o algemar, fechou os olhos com uma força absurda e todo seu corpo tremia. Sentia até uma vontade de chorar por pensar que morreria pra um ET.

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