Capítulo I

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Olá, sou Kevin.. Tenho 16 anos e sim... Eu sou um poeta, mas não um mero bardo...

Comecemos do começo, caro leitor: meu dia.

⋆⋆⋆

- KEVIIIIIIN!!!! - a voz estridente que bem conheço grita meu nome, tentando me apressar cada vez mais.

- Você poderia simplesmente me esperar no carro, não é? Por que não faz? – digo, um pouco entediado por suas ações não pensadas. A vejo apoiada na parede de casa, com as mãozinhas na cintura cheias de autoridade, seu cabelo loiro escuro e suas sardas fazendo contraste ao sol da manhã.

- Ora, só queria saber para onde meu irmão favorito vai... – diz isso como se ela tivesse outros irmãos, mesmo sabendo que somos só nós dois.

- Ah Annie, eu apenas ia fechar o portão da garagem. Caminhando e afagando os cabelos dela, por mais que ela me estresse muito, eu a amo e faria tudo por ela. Annie é minha irmã mais nova, com seus cabelos caindo sob suas escapulas e olhos verdes grandes, um pouco precoce em perguntas sem sentido e respostas óbvias... Tem apenas 10 anos.

- Kevin, tenha mais paciência com sua irmã, querido. – Minha mãe diz, enquanto penteia os longos cílios com rímel. Ela é mulher alta e de ombros largos caídos, cobertos pelo cabelo castanho desgastado pelo tempo; um sorriso simples e cheio de vida, com um olhar voraz de uma contadora experiente.

- Mãe, você vai acabar recebendo outra multa desse jeito... Por que não faz isso em casa? – Digo a alertando, e com o bater da porta logo a vejo estalando a lingua em irritação, provavelmente se borrando com a maquiagem. mesmo enquanto ela acelera rua adentro ignorando meus avisos.

Ela já recebeu inúmeras multas e sempre fica irritada, mesmo eu dizendo para que pare, ela continua. Isso me desperta muitos gatilhos de ansiedade, pois seu estresse se acumula e ela explode, como uma bomba relógio e eu já estou pronto para ver isso quando os primeiros carros cortam a nossa frente pela lentidão na via. No final da avenida, logo vejo o transito se formando e a velocidade que vamos nos preocupa muito.

- Olha, eu sei que você não gosta quando peço pra ir devagar ou se maquiar no trabalho, mas eu te imploro olhe o transito, estamos a quase 60 por hora! - enquanto isso o carro segue, e a camionete preta logo a frente me remete muito uma carreta descontrolada e aperto o banco do carro.

- Eu sei o que eu to fazendo! – grita sendo consulmida pela raiva logo de manhã, uma ação bem recorrente, causado pelo estresse do trabalho acumulado.

- Mãe!! O farol está fechado, pisa no freio!

- Não grite comigo, Kevin William Lancaster! – então ela freia bruscamente. O motorista da caminhonete nos xinga como loucos. Eu suspiro e olho para Annie que agora está adormecida no banco de trás com os fones de ouvido, provando pra mim pelo menos que ela estava acordada no começo da descida. Olho para minha mãe irritado, frustrado com suas atitudes não pensadas.

- Se você nos matar, não vai mais ter que me ouvir mesmo! – solto após o susto – Nada melhor do que o ar de quase morte pela manhã para começar o dia, mãe. – suspiro, tirando algumas perguntas de Annie, sentada no banco de trás, que agora despertou com meu grito.

- Céus Kevin! Vire está boca pra lá!

⋆⋆⋆

Após chegar e passar pela portaria, me dirijo ao meu armário, temos o de sempre: cartas de admiradores das minhas poesias e algumas crazy girls, sorrio sozinho ao pensar no apelido carinhoso que dei a aquelas que não largam do meu pé. Recolho tudo e vou organizar o armário, quando noto algo que não havia visto antes...

Diários de um Poeta (W.I.P)Onde histórias criam vida. Descubra agora