Capítulo X

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Em questão de minutos montamos nosso plano

- Tentaremos expulsar um pai rebelde de uma garota perdida - repetia sem parar até terminarmos

- Kevin, você tem certeza do que está fazendo?

Me fazia essa mesma pergunta a cada bomba já montada ao mesmo velho amigo que sempre esteve ao meu lado: Giovanni.

- Tenho, meu caro, não importa ele ser meu sogro, ele agrediu a Giovanna e isso não ficará impune.

Nesse momento ela se levanta, seu rosto ainda está vermelho de tanto chorar.

- Amor, não é nada de mais, ele sempre faz isso...

Meu sangue sobe

- Como assim não é nada demais? Quem ele pensa que é?! E isso já indefere o fato de você ser minha namorada, agora sente-se que eu preciso terminar de te mostrar como ligá-las - digo abaixando o tom de voz e apontando para a cadeira.

Ainda relutante ela se senta e recebe as últimas instruções.

Depois de mais ou menos duas horas, ela já montava bombas mais rápido do que eu, o que realmente não me surpreendia - Apesar de sermos novos, somos geniais - brinquei com ela quando estávamos terminando, então ela ri, ela sempre ri.

G estava com a maior cara de preocupado do século, o que não era novidade alguma: ele sempre foi o mais pacífico de todos nós - por mais surpreendente que fosse. Ele era o nosso investigador mais experiente, não levantava suspeitas e sempre nos trazia informações novas, mas infelizmente ele não gostava disso, então preferia ficar sempre na base, apenas como auxilar de rádio.

- Está desperdiçando um dom nato Gikoz, e você sabe.

Sempre dizia isso para ele quando eu saía da base. Estávamos só nós três: Giovanna, Gikoz e eu, os grandes guardiões do Colégio Vargas.

Como eu e Giovanna morávamos perto do colégio, não foi difícil chegar até a casa do pai dela, o tirano Henrique Castro Helli, e quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração de um homem de humor negro, mal intencionado com tudo e todos, e acima de tudo, um boêmio incontrolável que agredia sua filha e tinha matado sua esposa, mas fora absolvido.

Descemos do carro, e tudo o que eu queria era ter um bom motivo para usar aquelas bombas. Claro, o objetivo era apenas lhe causar, no máximo, danos medianos; usamos Nitrocelulose, ou seja, algodão banhado em ácido nítrico, uma coisinha básica aprendida com um antigo amigo de infância.

- Amor, você tem certeza?

- Nunca tive tanto na minha vida, este homem pagará pelos seus atos não pensados.

Ela sempre gosta de quando banco o "policial mau", mas nesse momento em especial, ela estava apreensiva. Buzinamos loucamente com o carro do irmão do Gikoz, mas sem resposta, então Giovanna recebeu uma mensagem de seu pai.

Cade você? Sabe que ainda tem que fazer o almoço, você não presta pra nada mesmo, deveria ter te matado junto com a sua mãe

Isso me encheu de raiva. Ele jamais dirá tais palavras para a minha pequena A.B.

Ela me disse que o seu pai provavelmente estava no apartamento pertencente a sua falecida mãe, logo corremos para lá. Demoramos mais do que o normal, era na Zona Norte, longe de onde estávamos, mas ainda sim pisamos fundo, queria vingar os atos incoerentes desse ditador maldito.

- Chegamos amor...

- Eu sei, K.

Pelo walk-talk digo

Diários de um Poeta (W.I.P)Onde histórias criam vida. Descubra agora