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KAROL

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KAROL

Ah, ontem tinha sido uma forma de tentar fazê-lo mudar de ideia e ver até onde iria sua
vontade de ter seu filho de volta, mas hoje? Eu não sei se é a coisa certa a se fazer.
— Estava, sim — oh, não! Minha mente tem uma ideia diferente da minha boca. — Mas eu
não sei se é uma boa deia. — tento, por fim, ter um pouco de cautela.
— Eu aceito!
— Ruggero !
— Agora, só acho que devo receber uma aliança, amor — ele segura meu rosto entre suas
mãos — Eu quero receber você de todas as formas possíveis. Quero te fazer feliz, coisa que não
tenho feito ultimamente. Quero, antes de tudo, o seu perdão.
—  Ruggero , temos de ir com calma, eu...eu... — Eu sei que ele disse que me amava, mas já
confiei tanto nele e ele não honrou com minha confiança. Eu o amo, mas não consigo esquecer
facilmente suas ameaças de tirar meu filho.
— Volte comigo, por favor. — ele beija levemente meus lábios. Suas palavras me afetam,
sua proximidade me faz oscilar entre dizer sim e correr em direção oposta. Ele faz meu mundo
girar. E me fode como ninguém nessa terra, vamos ser justa.
— Estamos sempre girando em círculos, Ruggero. Precisamos avançar — digo e tomo uma
decisão. — Eu também quero tentar. Só não vou esperar muito de você.
— Então, vou fazer de tudo para mudar isso — ele me faz sentar outra vez e depois
reivindica minha boca em um beijo exigente e sensual — Você me deixa louco de todas as maneiras
possíveis. — resmunga, rouco — Termine seu suco, que irei levar você para um café da manhã dos
deuses.
Ele aponta para mim, seu semblante está descontraído e mais jovial. Ele abaixa a cabeça,
planta um beijo na minha barriga e sai em seguida, deixando-me derretida. Sou um caso perdido.
Ele não demonstrou estar chateado por eu não ter dito que o amava de volta. Um passo de
cada vez. Hoje é apenas o primeiro dia. Se ele queria tentar, quem sou eu para negar, apesar de
nosso começo tortuoso? Sim, devemos dar uma chance. Eu errei também, quando aceitei ter um
filho por dinheiro, e se disso tudo surgiu um amor, por que não dar uma chance? Não tenho
amargura no coração, nunca fui de guardar nada de ruim dentro de mim. Odiá-lo esses meses foi
muito ruim para mim. Só não vou deixá-lo pensar que pode me ter com um estalar de dedos. Sim,
ele pode, mas ele certamente não precisa saber.
O telefone da casa toca, e levanto para atendar na extensão da cozinha perto de onde estou.
Se não for minhas amigas, é a mãe de Ruggero .
— Alô.
— Querida, sou Giovanna.

— Imaginei. Como está? — tenho certeza de que foi ela que falou meu paradeiro para seu
filho. Eu até me surpreendi que ela não disse antes, ela o amava, não posso culpar a mulher por
isso. Ela fez muito por mim.
— Querida, sinto muito por não ter guardado seu segredo, mas eu não podia mais — ela
lamenta em tom angustiado. — Eu queria tanto ver vocês dois se dando bem.
— Tudo bem, Giovanna, eu te entendo perfeitamente. Não poderia esperar que você
guardasse isso para sempre. — digo, conciliatória. — Você fez o que achava melhor, e só tenho de
agradecer.
— Espero que esteja tudo bem aí. Meu filho não maltratou você, não é, querida? — ele
pergunta, preocupada — Eu juro que castigo Ruggero  com uma cinta se ele fez algo para magoar
você.
Eu rio alto da imagem que vem à minha cabeça, de um Ruggero  cheio de marcas de cinta.
Doce pensamento.
— Não me dê ideias, Giovanna.
— Tenho certeza que você pode aplicar um castigo no meu filho sem minha ajuda — ela
está rindo. — Oh, meu Deus! Esqueci de perguntar do meu neto. Que avó terrível eu sou.
Eu digo que estou bem, mas deixo de lado todo o estresse que tive hoje com Ruggero , não
quero ser uma nora queixosa o tempo inteiro. Quando voltar, irei tentar conhecer melhor a família
de Ruggero .
Termino a ligação e penso em ligar para Julia ou  Lunna, quando Ruggero  aparece de volta.
Não sei onde ele encontrou roupas limpas, mas evidentemente tomou banho e estava perfeito em um
jeans e camisa preta de mangas compridas puxadas até os cotovelos.
— Você está pronta? — refreio a súbita vontade de beijá-lo e aceno com a cabeça.
Ele me leva para o Café Palácio, o lugar tem uma vista maravilhosa da varanda.
— Não é o melhor lugar do mundo, mas a vista compensa — digo e sorrio com implicância.
— Eu sei, amor, ainda não posso levar você para o melhor café do mundo. Um dia levarei
— ele estende a mão para empurrar uns fios de cabelo atrás da minha orelha. O vento é forte aqui.
Ainda bem que vim agasalhada. — Você está linda!
— E você é um bajulador.
— Estou apenas falando o que vejo.
Depois que fomos servidos, ele volta ao assunto de mais cedo.
— Estou voltando para São Paulo, espero que volte comigo, karol  — ele me olha —
Sem expectativas, ok?
— Certo.

— Sem advogado, sem ameaça e sem tentativa de fuga; só nós três. — ele diz, quando
inclina para frente para beijar minha mão por cima da mesa — Amo você.
— Certo
Arrgh! Meu vocabulário está tão extenso!
— Isso é apenas se você quiser voltar. — ele reitera quando vê minha hesitação — Vamos
dar um passo de cada vez.
— Estranho vê-lo assim, Ruggero  — digo, séria. — Muito diferente de hoje mais cedo.
— Hoje mais cedo eu não enxergava um palmo na frente do meu nariz, karol — sua
mandíbula endurece — Estou envergonhado comigo mesmo por tratar você com tanta rudeza, ainda
mais estando grávida.
— Estou grávida, não em coma, Ruggero .
— Isso, eu sei. A grávida mais safadinha que conheço — ele ri.
— Fale baixo!
— E grita a plenos pulmões também — finjo ficar zangada, e ele ri ainda mais de meu olhar
raivoso.
Nosso café não foi tão grandioso como ele tinha prometido, mas serviu para descontrair do
nosso começo de manhã tenso.
São quase dez da manhã quando ele coloca minha última mala no carro. Apesar de não ter
trazido muitos pertences, esses meses aqui acumulei coisas para o bebê.
Quando entro no carro para voltar, eu oro para que tudo corra bem daqui para frente e, se
não der, não posso me sentir culpada por não tentar. Mas acredito que ele pode ser o homem da
minha vida.

obsessão fatal ( Terminada )Onde histórias criam vida. Descubra agora