➳♡゛37 - happy hour

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-Então, já entrou de férias? - A mãe de Mady perguntou, curiosa, do outro lado da tela do notebook.

Mady terminou de bebericar seu chá de camomila quentinho e sem nenhum leite, pois, não importava o quanto Liam e Claire dissessem que era bom, ela não conseguia lidar muito bem com a mistura. Talvez em alguns meses isso mudasse e ela finalmente pudesse dar uma chance e colocar um pouco de leite em seu chá.

-Só algumas aulas a mais e finalmente estarei de férias. - Ela apoiou a caneca vazia na bancada da cozinha e puxou as mangas do casaco. Uma chuva fina caía do lado de fora e a temperatura despencava cada vez mais. - Já sabe onde vai passar o natal?

-O Philipe me convidou para passar o natal com ele e a família mas, confesso que não vai ser a mesma coisa sem a minha filhinha. - Fez uma careta.

Mady deu um sorriso fraco. Esse seria o seu primeiro natal longe de casa e da família, já que não poderia viajar. Economizar dinheiro era primordial, principalmente agora que estava coberta de dívidas. Seu coração ficava apertado por isso - estava com saudade da mãe e também, elas sempre gostaram de passar o natal juntas. Quando seu avô era vivo, Marina sempre preparava uma ceia de natal. Depois que ele morreu, as duas passaram a comemorar com amigos próximos. Esse ano seria tudo diferente. Mas, Mady estava tentando ser positiva com relação a isso, afinal, ela estava em Londres - e a cidade ficava ainda mais bonita no período do natal.

-Estou com saudades. - Admitiu. - Promete que me manda muitas fotos?

-Mas é claro que mando! - Sorriu.

A jovem suspirou.

-Então, está mesmo namorando o professor Philipe? - Mudou de assunto.

Philipe era professor na mesma escola em que Marina dava aula e sua mãe havia lhe contado há algumas semanas que os dois estavam se conhecendo. Segundo ela, Philipe era um cara legal e divertido. Mady ficava feliz pela mãe. Marina não havia tido muitos relacionamentos depois do pai de Mady - que não era lá um homem muito bom. Ela torcia para que sua mãe estivesse encontrado a pessoa certa agora.

-Sim. E não vejo a hora de vocês se conhecerem. - Respondeu animadamente. - Tenho certeza que vocês vão se dar muito bem. - Garantiu. - A propósito, já arranjou algum namoradinho por aí? - Se Mady ainda estivesse bebendo seu chá teria engasgado.

-Mãe! - Ralhou, sentindo o rosto formigar de vergonha. Marina riu.

-O que foi? Eu sou sua mãe, você pode me contar essas coisas.

-Justamente por isso é que não quero falar sobre isso. - Retrucou desconcertada. Mady não podia evitar. Quando o tema era relacionamentos e derivados, virava uma bobona envergonhada. Principalmente com sua mãe.

-Ora, não seja boba, Madalena. Eu troquei suas fraldas. - Riu. Mady levou uma mão ao rosto. - Mas, tem ou não? - Levantou uma sobrancelha.

-Não! - Mas a verdade era que, bem no fundo, ela queria que um certo príncipe sapo estivesse apaixonado por ela da mesma forma que ela estava por ele. Mas isso iria ficar em seus sonhos mesmo.

-Tudo bem, tudo bem. - Levantou as mãos como forma de rendição. - Ah! Eu já ia me esquecendo. Eu enviei algumas coisas, incluindo um pequeno pote de açaí, pelo correio, que devem chegar ainda antes do natal. São para o seu colega de quarto, me lembro de você ter me dito que ele gostava. - O sorriso que começava a se formar nos lábios de Mady desapareceu.

-Como assim para o meu colega de quarto? - Franziu o cenho. - E eu? - Dramatizou.

-O seu deve chegar antes do ano novo. Enviei separado para não pagar pelo excesso de peso.

Um Príncipe Nada EncantadoOnde histórias criam vida. Descubra agora