Capítulo 9

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Acordo pensando no que o Pedro me disse sobre nos conhecermos desde crianças, que dizer tenho vagas lembranças de quando ia até a farmácia com meus avós e ele estava sentadinho atrás o balcão, éramos muito pequenos e nem que eu realmente tivesse um vínculo com ele naquela época seria capaz de me lembrar hoje, mas ele sim. Não sei porque nem como, mas se lembrou.

Me levanto, tomo banho, faço a cama e desço as escadas. Minha avó esta sentada no sofá e da um sorrisinho quando me vê

- Chegou tarde ontem em dona Maria Luiza.

- A senhora ainda estava acordada Vó? – pergunto me sentando no sofá. 

- Sim, quem veio te deixar aqui?

- A Pati – a mentira sai mais rápido do que posso pensar – Já estava tarde pra vir sozinha.

- Ela trocou de carro? – pergunta fingindo indiferença enquanto troca os canais da tv aleatoriamente.

- Era do Igor – por que estou mentindo? – E vc estava me vigiando por que em?? – tento disfarçar

- Você nunca foi de chegar tarde ué – meu avô responde entrando na sala – Ficamos preocupados.

- Desculpa – faço bico – Eu chamei a Patricia pra vir almoçar aqui hoje, tudo bem por vocês?

-  Que bom, faz bastante tempo que ela não vem aqui, nem consegui parabeniza-la pelo bebê ainda – minha avó diz empolgada – Vou preparar a lasanha que vocês duas tanto amavam quando crianças.

Horas depois a Pati chega, almoçamos e passamos boa parte do domingo jogando conversa fora sobre como será quando o Antônio nascer, sim é um menininho... No fim  da tarde subimos para meu quarto. Me jogo na cama, Patrícia faz o mesmo.

- Não sabia que tinha vindo te deixar em casa na volta de algum lugar em que fomos – ela faz voz de sonsa e joga o travesseiro em mim – Me conta agora pra onde você foi e com quem você foi garota!!!

- Aiiiiiiin amigaa – imito voz de choro – desculpa não te avisar, mas é que não sabia o que dizer pra minha avó quando ela perguntou – solto uma risadinha

- Ta, mas o que é tão ruim assim que você não quis dizer? – diz ela querendo saber

- Amiga, antes de mais nada você tem que me prometer que não vai me matar - digo isso me lembrando que nunca falei com a Patrícia sobre o Pedro, com toda a história da gravidez e a correria da faculdade eu simplesmente me esqueci.

- Fala logo Maria, assim você me assusta

- Eu fiquei com o Pedro! – cubro as boca com as mãos

- Pedro amigo do Igor? – ela abre um sorriso – Amiga ele não vale nada sua louca

- E você acha que eu não sei? O pior é que não importa o que eu faça ele sempre esta em todo lugar, inclusive na minha cabeça – respiro fundo, fecho os olhos – amiga não consigo parar de pensar nele e não é porque ele transa bem não sabe é outra coisa não sei explicar

- Você deu pra ele Maria Luiza? – Ela pergunta chocada

- E como não Patricia? – dou risada

- Ontem?

- Não... – faço cara de quem aprontou – no sábado

- Mas ontem foi sábado– ela diz confusa

- No sábado que fiz minha matricula na faculdade.

- Eu vou matar você – começa a me bater  com o traveserio – como você pode demorar tanto tempo assim pra me contar??? Você esta ficando com ele desde aquele dia??? Amiga então foi com ele que você saiu ontem?? Sua piranha safada – ela fala tudo muito rápido entre risadinhas

- Amiga não foi bem assim, calma – levanto da cama, ajeito o cabelo, respiro fundo e conto pra ela em todos os detalhes a história, inclusive a parte dele reconhecer a gente de criança.

- Onde vc foi se meter em menina – ela ri – Se apaixonar logo por ele

- EU NÃO ESTOU APAIXONADA PATRICIA. Acontece que nós transamos, depois ele foi muito escroto cmg e eu fiquei com tanta raiva que ainda não passou– falo convicta, mas nem tanto

- Amiga vc está – estica os braços – sinto muito

Antes de dormir término de ler alguns conteúdos da facul, arrumo a mochila, tomo um banho bem demorado, deito na cama: limpa, cheirosa, fresquinha, de pança cheia, seria uma ótima oportunidade pra dormir, a não ser pelo fato de não conseguir organizar meus pensamentos e eles juntos se resumiram a um único nome, ou melhor 2 letras....

Pedro Henrique, PK.Onde histórias criam vida. Descubra agora