Capitulo 8

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Mais de dois meses se passaram, continuo firme e forte na faculdade, cada dia amando mais e mais. Fiz amizade com algumas das pessoas da minha turma, mas ainda não tenho, digamos muitos amigos... Todos os dias que tenho uma graninha vou até a cantina conversar um pouco com a Ingrid, ela nunca consegue me dar muita atenção pq sempre está lotada, mas já nos consideramos amigas. A barriga da Pati já começou a aparecer e na sua próxima  ultra já saberemos o sexo da criança.
Hoje é sexta, chego em casa morrendo de cansaço e agradecendo a Deus, pois amanhã não teremos aula nenhuma, poderei dormir o dia todo, estou  precisando muitíssimo.
  Acordo assustada, pego meu celular e nem acredito, já passa das 12h00. Levanto em um pulo, lavo o rosto, escovo os dentes e desço as escadas. Encontro a casa vazia é um bilhete na geladeira: 

"Fomos pescar, na mesa da sala tem dinheiro pro seu sagrado pãozinho, vc sabe onde fica o mercadinho da dona Ana,
                                 Bjs te amamos Vó e Vô"

Ótimo Vozinha, obrigada por me mimar tanto... Troco meu pijama por uma blusinha e um shorts jeans, pego as chaves, o dinheiro e saio de casa para buscar pão.
Chego ao mercadinho da dona Ana, faço minhas comprar e quando já estou saindo ouço alguém chamar meu nome

- Malu??? Não acredito, o que esta fazendo aqui? - era a Ingrid, também fico surpresa por encontrá-la

- Eu moro aqui, quer dizer, meus avós moram, e vc?

- Eu também moro aqui - ela ri - Não acredito que todo esse tempo éramos vizinhas e não sabíamos

- Pois é, nem eu - as duas riem - Está de folga hoje?

- Sim amiga!! E acredite se quiser mas estava mesmo pensando em você - ela bate no meu ombro - hoje é minha folga e coincidentemente aniversário do meu namorado, daremos uma festinha e eu queria muito que vc fosse, ia te mandar msg mais tarde

- Ah Ingrid me desculpa mas não posso ir, na verdade eu até queria mas acontece que estou lotada de matéria da faculdade pra estudar - falo desanimada

- Mas vc me disse que queria conhecer meus amigos, eu disse que ia te mostrar o melhor do Rio!!! Por favor Malu, vai ser a única vez que te desvio do caminho dos livros - ela fala fazendo drama

- Como vc é dramática... - abro um sorriso

- Vou encarar como um sim! Pode aparecer umas 21h, vou te mandar meu endereço e da um jeito de desfazer essa cara de sono - ela me dá um beijo na bochecha e sai caminhando

Volto pra casa, passo o resto da tarde comendo e fazendo alguns exercícios e pesquisas pra facul... acabo caindo no sono e quando acordo já são 19h00, sinto uma pontinha de vontade de fingir que esqueci de ir à festa e continuar deitada, mas desisto dessa ideia logo quando penso no quanto a Ingrid é legal, sei que ela ficaria chateada se eu não fosse e também sei que alguém com uma vibe tão boa quanto a dela  não deve conhecer pessoas chatas,  seria uma noite legal.
Pulo da cama direto pro chuveiro, tomo um banho bem demorado, faço uma make, coloco um vestido tubinho preto e me all start, passo bastante perfume, pego minha bolsa e sigo pro endereço que a Ingrid me mandou, estava animada.
Chego na casa dela e ouço muito barulho, uma garota abre o portão pra mim e quando pergunto pela Ingrid ela aponta para o fundo do quintal onde a mesma estava, caminho até ela

- você veio mesmo!???! Eu não acredito - ela me abraça, provavelmente já bebada - Esse é meu namorado Matheus, mas todos os chamam de Budd...- ela cobre a boca com as mãos e faz uma cara de culpa - Eu esqueci completamente que vcs já se conheciam - Quando o namorado dela se vira eu entendo tudo, era o tal do Buddy Poke, aquele que estava na casa do Pedro na minha primeira noite no Rio, não acredito que a Ingrid esqueceu de me contar um detalhe desses

- É Malu né? - ele sorri e da me entrega um copo com bebida - Toma aí, bebe um pouco

- Sim - pego o copo - Obrigada.
O clima pesa um pouco, mas por minha causa, meu ânimo desce pelo ralo, só pelo fato de me lembrar da existência do Pedro, sinto vontade de voltar pra casa.
Ficamos ali bebendo por um bom tempo, conheci as outras pessoas e achei todos muito legais, decidi que era besteira acabar com meu humor por conta de alguém que não significa nada e que nem estava ali.
O lugar estava muito cheio e eu já estava ficando muito bebada, já eram 3 da manhã, meus pés estavam queimando de tanto de dancei, decido que é hora de ir pra casa, me sentia leve e feliz, me sentia jovem kkk começo a procurar pela Ingrid para agradecer pelo convite e me despedir, a música estava muito alta e eu também, sinto uma imensa vontade de vomitar, por sorte acho minha amiga e antes mesmo de dizer que estou indo embora, pergunto a ela onde fica o banheiro , ela aponta pra última porta no fim do corredor, vou correndo e quando abro a porta vejo o Pedro sem camiseta, beijando uma garota que ja estava quase nua, eles se assustam e eu também, percebo que estava meio que paralisada olhando pros dois

- Desculpa eu só queria usar o banheiro - falo envergonhadíssima como se fosse eu que estivesse quase pelada 
Pedro tira as mãos da garota na mesma hora que me reconhece e fixa seus olhos nos meus, antes mesmo que ele pudesse dizer alguma coisa entro no cômodo o empurrando, mas um lavabo é pequeno de mais pra três pessoas e acabo vomitando nos pés do dele.

- Meus Deus que nojo - a menina pelada fala com uma voz fina e sai dali vestindo a roupa

- Pedro desculpa eu não fiz de propósito, mas vc estava na frente da priv... - vômito mais um pouco, dessa vez no lugar certo

- Porra Maria, no meu pé? Pqp maluco - ele começa com um tom de raiva, mas logo se abaixa do meu lado e segura meu cabelo - Pode vomitar mais, depois a gente limpa.
Ele tenta me ajudar a levantar mas não consigo ficar em pé, acho que exagerei... Ingrid diz pra não me preocupar com a sujeira e pede pro Pedro me levar pra casa

- Lógico que vc n vai me levar pra casa né Pedro, eu consigo ir sozinha - tento dar um passo e tropeço
Quando percebo estou dentro de um carro,  acabo adormecendo.
Desperto com a mão do Pedro acariciando meu rosto

- Ei Maluca, já chegamos, está entregue

- Como você sabe onde eu moro? - pergunto confusa

- Minha mãe trabalha na farmácia da esquina - ele respira fundo, como quem vai se arrepender de dizer algo, mas continua- Quando eu era pequeno, nas férias da escola não tinha quem ficasse comigo, tinha que vir trabalhar com ela, vc e sua avó sempre iam lá, sem falar que dava pra ver e ouvir vc e sua amiga que namora o Igor brincando no seu quintal

- Pedro por que vc não me disse? - encaro seus olhos castanhos

- Eu não tinha certeza, minha mãe que confirmou - ele da de ombros - Sem falar que éramos muito pequenos e vc nem deve se lembrar...

- Me lembro de um menino loirinho com a camisa do Flamengo, mas ele era mais simpático que vc - Sorrio sem graça, seus olhos encontram os meus

- Isso parece coisa de filme -ele fala enquanto pega minha mão e aproxima seu rosto do meu.
Estamos quase nos beijando quando caio na real

- Caraca eu estou muito bebada - solto da sua mão e me afasto - Olha Pedro muito obrigada por me trazer aqui e desculpa por vomitar em você, agora preciso ir - abro a porta - Obrigada mesmo - Suspiramos juntos,!desço do carro, sinto meu corpo estremecer.

Pedro Henrique, PK.Onde histórias criam vida. Descubra agora