Pedro Henrique, PK.

Capítulo 5

Acordo com  no susto com um barulho de musica que vinha da rua, me lembro onde estou e me arrependo de tudo no exato segundo que sinto o peso do braço do Pedro por cima do meu corpo.  Onde eu estava com a cabeça?  Passando a noite na casa de um cara que acabei de conhecer, quase perdendo  o ultimo dia pra matricula e não satisfeita ainda transo com ele, sem saber nada sobre sua vida, nem  mesmo sua idade. Tudo bem que de ruim não teve nada, ele era um cara legal, o sexo foi bom, ninguém sabe do que aconteceu então não preciso me preocupar, é só fingir que nunca me senti atraída e focar no que eu realmente vim fazer aqui.

Me levanto com cuidado para não acorda-lo, sem o menor interesse em ter que passar por aquela situação constrangedora onde ele quer que eu vá, eu quero ir, mas ninguém quer transparecer que é só isso. Estava quase conseguindo quando ouço meu celular tocar acordando o Pedro

  - Olha, achou seu celular – Ele fala abrindo os olhos enquanto sorri.

- Agora? – reviro os olhos enquanto caminho ate a mesa – Meu Deus Pedro, já são 20h00 não acredito que dormi tudo isso, preciso voltar pra casa, meus avós não sabem onde estou!! –  falo quando vejo 26 chamadas pedidas no meu celular, das meus avós, da Patricia, do Igor e de um numero que não tinha gravado, sinto meu corpo tremer, pra que fui fazer isso.

- Por que vc ta gritando?? Acabei de acordar meu!! – Ele fala deixando sua irritação evidente- Claro que dormiu, tava cansada né, muito esforço físico. – Solta um riso sarcástico.

- Deixa de ser ridículo garoto! – que vontade de mata-lo -  Eu preciso ir logo, vc pode abrir a porta por favor? Ou pelo menos me fala onde esta a chave, não precisa ter o trabalho de levantar.

- Eu sou ridículo? Vc vem pra minha casa, mexe nas minhas coisas, causa o maior alvoroço, depois ainda me faz de motorista. Sem falar na desculpinha esfarrapada pra voltar pra ca "deixei meu celular na sua casa" – ele imita minha voz – Por que achei ele no bolso da sua blusa então? – fala mostrando a mesma jogada no sofá - se queria me dar era só falar tlg? Não precisava de tudo isso. 

Eu não sei o que me irrita mais. O fato de ele estar me tirando de puta ou de mentirosa. Olho para meu celular plugado na tomada e só então liga os pontos. Deixei ele aqui pq estava sem bateria, como agora a esta tocando?? Provavelmente o Pedro acordou antes de mim, achou e colocou pra carregar.  Mas não levei minha blusa, ela ficou aqui tbm, junto com meu celuar. 

- Você ta achando que esta falando com quem? Por um acaso não viu que nem minha blusa eu levei? Como eu estaria mentindo? Se liga mlk eu não sou essa menininhas que vc ta acostumado não! – Não consigo acreditar que além de tudo ainda estou passando por biscate. – não deveria nem ter vindo aqui ontem,  não sei pq fui ouvir a Patricia.

- Ela mandou vc me dar tbm? – ele fala  caminhando em direção a porta com a chave na mão.

- Você é realmente muito escroto – Digo já limpando as lagrimas, me odeio por chorar por tudo – Como pode me tratar tão bem e algumas horas depois se transformar nisso?

- Para de drama! – Ele abre a porta – Não queria ir embora? É só ir, ninguém ta te prendendo aqui. Vai surtar com outro, maluca. – vira de costas vestindo a camiseta e sumindo casa a dentro.

Saio enfurecida, como posso ter me complicado tanto com apenas 02 dias no Rio? Choro o caminho todo de volta, queria muito estar em são Paulo, na faculdade que sempre quis, na minha casa, com meus pais, meus amigos. Nada aqui parece dar certo, minha burrice só me complica.  Entro em casa devagarzinho pra não fazer a alarde, encontro minha avó sentada na mesa da cozinha com um café pronto, ela estava me esperando.

- Oh minha filha, que demora! Achei que vc não fosse mais voltar!! – ela fala enquanto me abraça. – A vó fez café, bolo e torta, vamos comer... – me sento a mesa, encontrando um jeito de pedir desculpas pela falta de consideração.

- Vó, desculpa por não ter avisado, é que eu fiquei sem bateria e...

- Como assim não avisou Manu? -  ela da um gole no café –  Seu amigo ligou pra mim do seu celular, disse que vc estava ocupada na faculdade e que pediu pra ele nos avisar, acho que  era Pedro o nome dele, rapaz tão educado, disse que vc estava cansada mas feliz, me tranquilizou.

Quase engasgo com o café, quem  ele acha que é pra mexer no meu celular, ligar para minha avó??  Tento me recompor pra parecer verdade.

- Ah, é verdade vó, tinha me esquecido. – levanto –  Muito obrigada por se preocupar, vou subir tomar um banho e dormir! Da um beijo no seu Luiz por mim!

Subo as escadas correndo, quando termino  de fazer tudo me jogo na cama, dando graças a Deus por não ter me complicado com meus avós. Sinto uma onda de raiva quando percebo que a Patrícia não deu a mínima, simplesmente me largou com um cara que não conheço, em  uma cidade relativamente nova.

Acordo assustada com minha avó me chamado.

- Manu, o Igor quer falar com vc, posso deixa-lo entrar? – ela fala enquanto tento me lembrar quem sou eu.

- Sim vó, mas o que aconteceu? – me levanto caminhando em direção a porta, trombo com tudo no Igor que me abraça e cai no choro

- Meu Deus, o que aconteceu? Cade a Patricia?

- Malu – ele continua a chorar, mas dessa vez longe de mim – Eu não sei o que fazer, ela não quer falar comigo, achei que ela estivesse aqui, não to acreditando, sou muito burro

- CALMA IGOR! Por que ela não quer falar com você? O que te fez pensar que ela estivesse aqui?? Eu não a vejo desde  sábado de manha na casa do Pedro.  Por que vc é "burro" o que foi que vc fez??

- ela não contou pra vc? Maria a situação esta pior do que eu pensava.

- Se vc for ficar enrolando e não dizer nada é melhor ir embora, não ta ajudando nada me deixar preocupada, além de que ela nem ...

- Ela esta gravida – ele me interrompe -  Me contou assim que descobriu, eu agi como um moleque e desde então ela não me da noticias.

- COMO ASSIM IGOR?? VOCÊS ESTÃO MALUCOS?? – Falo mais alto do que deveria. – Vamos até a casa dela agora, eu preciso falar com a minha amiga... Você tbm é um ridículo, o que foi falar pra ela? – empurro seu ombro.

- eu não sei, fiquei com medo e falei besteira, mas não era real, tudo que eu mais quero é ter uma família com ela Malu, tudo. – desaba a chorar de novo.

Me troco com a primeira roupa que vejo. Seguimos até a casa da Paty, a mãe dela explica que ela não quer ver o Igor, mas me deixa entrar.  Vou até seu quarto e a encontro em prantos.

- Por que vc não me ligou Paty? – a abraço e choro junto com ela -  Vc esqueceu que estou aqui pra tudo que vc precisar? – Não precisa passar por nada disso sozinha!! – Ela chora ainda mais.

- Não foi de proposito amiga, eu não sei como agir nem o que fazer! Não posso ser mãe, sou muito nova, não vou conseguir sem o Igor!  - na mesma hora  ele invade o quarto .

- Você não precisa meu amor. Tudo que eu sempre quis é isso que esta acontecendo.  – Ele segura as mãos dela e limpa suas lagrimas -  Nós vamos ter nossa família – sorri – Me desculpa por ter dito todas aquelas bobagens . 

Permanecemos com ela por mais algumas horas,explicando como seria a nova vida, bem melhor com a chegada do bebe, até quedecido que já posso ir, minha amiga a estava bem mais calma e as boas com o paido filho dela, não tinha nada mais o que fazer ali. Volto pra casa, não tenhotempo para dormir de novo, tomo banho, café e me arrumo. Tenho um primeiro diade aula pela frente. Tudo o que aconteceu antes dele, vou apagar da minhamente, como se tivesse chegado no Rio nesse mesmo momento.