Capitulo 2

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Vejo o Caio sinalizar com as mãos nos chamando pra perto dele, dois rapazes estão batalhando e a multidão parecia estar enlouquecida com cada palavra que ambos diziam, era um clima muito bom, todos pareciam estar felizes e despreocupados, como se nada além daquele momento importasse.
Depois de um tempo declaram o vencedor, não entendi muito bem o critério nem quem foi o escolhido, era um pouco confuso, difícil de acompanhar, mas mesmo assim estava adorando, um deles arregalava os olhos e sorria enquanto dava pequenos passos em todos os sentidos, ele tinha cabelos compridos por baixo do boné virado para trás, a pele branca mas seu rosto estava vermelho, usava uma camiseta 2x maior que seu tamanho, bermuda e chinelos. Um garoto comum, a não ser pelos olhos, eles eram verdes puxados pro castanho, quase tão profundos quanto o oceano e me proporcionaram uma sensação de anestesia quando esbarraram nos meus. Senti meu coração acelerar, aquilo não poderia ser comum. Desvio o olhar para outro sentido e sinto meu corpo voltar ao normal quando a Paty coloca a mão no meu ombro e questiona:

- Você está gostando amiga? Eu achei um pouco confuso, mas gostei - ela fala perto do meu ouvido, porém gritando.

- Confuso? Os cara são brabos - interrompe o Igor - bem que o Oik disse.

- Eu também gostei, apesar de não entender algumas coisas que eles dizem, mal de paulista - sorrio.
- E aquele cara te olhando em Malu? Pensa que eu não vi? – Ela fala mais perto para que o Igor não ouça – Não esta nem a 24 hrs  no Rio e já esta arrasando corações -  ela ri.
- Cala boca Patricia, só fala merda – faço careta.

Depois de assistirmos outras batalhas vejo a multidão se dispersar aos poucos e logo desligam o som, percebo que acabou. Nos três caminhamos até o Caio, que já estava distante novamente, ele percebe nossa chega é muito animado diz:

- Você viu que o cara é pika Igor? Como eu tinha te falado, não dá pra não envolver esse mano - ele fala apontando para o garoto da primeira batalha que me causou 678 emoções com um único olhar, evito ao máximo cruzar com ele novamente.

- Cê tá maluco mané, rima muito! O Oik te falou sobre o que eu estamos pensando em fazer?

- Sim! Eu achei maneirasso! Já ouvi seu trampo no P9 antes, tu canta pra crlh - ele falava alto, com uma voz rouca mas suave, o sotaque carioca aparece bem mais do que nos outros, observo-o de perfil, rapidamente pra não correr o risco de olhar em seus olhos, ele era lindo! Nunca vi uma cara de safado tão evidente, mas lindo.
 
- O P9 foi uma parte muito importante da minha vida, mas a acabou – ele da uma risada – Mas brota la em casa com o Oik depois pra gente resolver essa parada direitinho.

- Só marcar mané, já tenho uma ideias prontas -  Ele fala enquanto ajeita os fios quase que dourados do seu cabelo para dentro do boné

- Vocês estão com pressa? – Caio direciona a pergunta a nós três – O Pk estava me falando de um esquenta na casa dele, bora pia?

- Por mim jaé, só depende delas – Igor aponta pra nós e arqueia a sobrancelha.

-Vamos amiga, por favor, vai ser legal, pra você já ir se enturmando com o pessoal – Paty fala com voz de cachorro sem dono enquanto balança meu braço .

- Quem é esse Pk?  - Pergunto tentando descobrir qual seria a procedência desse tal "esquenta"

- Eu – O garoto da primeira batalha fala – Sou Pedro, Pedro Henrique, Pk é coisa dos amigo, ele sorri.

- Ah, me desculpa -  falo torcendo para que não tenha demorado mais do que meio segundo pra responde-lo e para que ninguém perceba que tem algo de errado acontecendo comigo -  é que eles estavam falando na terceira pessoa, ai achei que o Pk, quer dizer, você não estivesse aqui.

Pedro Henrique, PK.Onde histórias criam vida. Descubra agora