XIX

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O piscar das luzes arraigava o corredor, todos agrupados no canto do quarto escuro, tomado pelo silêncio quebrado por trovoadas assustadoras, estavam todos debilmente assustados, desejando que tudo fosse apenas mera coincidência.

—Droga, a lanterna apagou—Cutucou Niall a canela de Bella que ascendeu a lanterna reserva e a mirou para a porta.

—Que droga— as mãos suadas de Gemma agarram os dedos da amiga ruiva, sua respiração funda não a ajudava— preciso saber a hora!

—Pra que? Provavelmente vamos todos morrer nesse inferno de lugar?— perguntou Liam com sua voz trêmula, o ar de perplexidade o aproximava dos amigos, que se encontravam no mesmo estado.

—quero saber se estamos perto do dia clarear.

Um urro alto veio do saguão de entrada, talvez fosse o vento chacoalhando uma das janelas, ou talvez a porta. Mas o piso instrutivo rangia, como passos pesados acompanhado de arranhões ou talvez apenas galhos arranhando a vidraça.

—Quatro e meia— disse Zayn— só quero ver o sol logo.

O som se aproximava, todos se calaram, agora as lanternas reservas também estavam apontadas para a porta, algo havia de movido.

—Droga o que foi isso?— uma sombra acabara de passar pela porta, Harry foi quem mais se assustou.

—Puta merda, quem está ai?— Gritou Zayn assustado, sentiu algo quente entre suas pernas, percebeu que acabara de urinar em si mesmo. Mas não se importou, apenas encolheu seus pés e afundou os braços no colo de seu namorado.

A luz piscara novamente, dessa vez ela ficou acesa, eles apagaram as lanternas mas não se moveram.

—Merda Zayn— Liam havia sentido o líquido quente que escorrera entre seus calcanhares.

—Me desculpe, fiquei assustado!

Liam suspirou, ele compreendia Zayn.

—Merda, merda, merda— Niall se espreitava para trás de Gemma.

A maçaneta da porta estava se mexendo, como se alguém estivesse tentando destranca-la.

Todos miraram a cena, conturbados com tudo aquilo, desejando com toda força sumir o mais rápido possível.

Três batidas ecoram pelo corredor, alguém batia na porta da sala. Eles se entreolham.

—Tem alguém batendo!

A porta do quarto se abriu, sozinha. As luzes do corredor se ascenderam e a voz suave de Bethany ecoara pelo cômodo.

—Meninos, estão acordados?

—Acha seguro?— perguntou Harry intrigado a Bella que balançou a cabeça positivamente como quem quisesse dizer "não temos escolha"— certo, iremos todos juntos.

Os seis amigos caminhavam agrupados pelo corredor, tudo parecia tão misteriosamente diferente da noite atordoada que duvidavam da própria existência.

—Bethany!— Harry a viu incrustada a um grosso livro esverdeado por trás de seus óclinhos arredondados.

—O céus! que noite, que noite, faz um bom tempo que não temos tempestades assim por aqui, Oh posso entrar querido?

—Claro— Harry abria caminho para a velhinha baixa e gorducha.

—Veja só, pela manhã consegui o álbum com aquele marmota do Jimmy— disse ela entregando o grosso livro a Liam— como passaram a noite?

—O que tem de errado com esse lugar? Digo, isso é assombrado?— perguntava Niall que suava litros e litros.

—Esse lugar nunca foi normal querido, qualquer coisa coloque sal nas entradas, assim nada de ruim poderá entrar.

—Bom, nós vamos embora, isso não nos interessa!— Disse Liam que enfiava o livro por baixo dos braços e caminhava para a porta— O que estão esperando?

Ainda unidos os amigos desceram as escadarias coberta por lodo. Acompanharam a velhinha até a porta de saída. Entraram apressados no carro.

—Droga não quer ligar— Bella forçava a tentaiva inúmeras vezes, nenhuma com êxito.

—Vamos ter que opitar pelo sal não é?— disse Harry persuasivo— e esse livro ai?

Rodeado por olhares curiosos Liam abriu o misterioso álbum empoeirado.
Havia fotos antigas, muitas delas ainda em preto e branco, folheando as páginas cobertas por fotografias os garotos avistaram uma enorme árvore genealógica, desenhadas com tamanha delicadeza dava volta em duas gigantescas páginas.

—Vejam só— Zayn apontava para a caligrafia em destaque onde se lia em dourado Sant' Lou— esse homem foi o fundador— agora apontava para a primeira foto estampada na árvore.

—Merda é ele, é o homem com quem tinha falado— Harry observou a foto desbotada, um homem de aparência pomposa ocupava o lugar mais alto, um terno exuberante o refinava ainda mais, seus cabelos lisos bem penteados por trás das orelhas, com olhos claros e um sorriso impiedoso seguido por um esplêndido monóculo.

—Isso não ta certo, ele morreu já faz séculos, e vejam— Liam arrastou os dedos para a foto mais nítida e nova— deve ser a garotinha.

Little Devil - Larry stylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora