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Adrien Agreste

Era começo de janeiro e meu pai havia me notificado que estávamos saindo de viagem por 2 meses no Brasil, para um lugar chamado Boa Viagem em Recife. Aparentemente ele estava indo a trabalho e ficaria tempo demais fora para me deixar sozinho em Paris, pois Natalie e Gorila o acompanharia.

Eu já estava arrumando as malas, saíriamos de madrugada no dia seguinte. Ao mesmo tempo que eu estava ansioso para ir, eu estava exitante. Ansioso porque eu conheceria um novo lugar e novas pessoas, porém eu deixaria meus amigos para trás... Eu iria sentir falta deles.

Meu pai nunca se importava com o que eu pensava sobre as coisas, ele nem sequer me perguntou se eu queria fazer essa viagem com ele, ou se prefiria ficar em Paris mesmo, na casa de algum amigo. Ele apenas chegou em mim na mesa de jantar - o que era um milagre apenas de ele ter aparecido - e disse com as exatas palavras "Prepare suas malas porque daqui dois dias estaremos viajando para o Brasil.", e dito isso ele se levantou e me deixou sozinho comendo a refeição.

Eu sinto falta da minha mãe. Talvez se ela ainda estivesse aqui, meu pai ainda seria alguém mais presente na minha vida, porque mamãe tinha a habilidade de nos manter unidos.

Antes de mamãe morrer, meu pai era uma pessoa totalmente diferente do que é agora. Ele... era mais receptivo, mais amoroso. Naquela época eu realmente sentia que eu tinha um pai. Mas quando o câncer conseguiu levar mamãe para longe de nós, ele se tornou uma pessoa muito fechada. Ele se tornou alguém frio e distante. Era como se mamãe levou todo o amor e vida que existia nele com ela.

Mas tudo bem. Logo eu farei dezoito anos e poderei sair daqui e das garras de meu pai, finalmente poderei sair com quem eu quiser e quando eu quiser. Poderei ter minhas próprias escolhas. Poderei finalmente seguir meu próprio caminho, com ou sem o apoio dele.

Escutei duas batidas na porta.

- Adrien? - Natalie me chamou.

- Pode entrar - Ela abriu a porta e perguntou:

- Você já terminou de arrumar sua mala, Adrien? - Concordei com a cabeça. - Você se importa de eu checar para ver se você não esqueceu de nada? - Eu sabia que era só um pretexto para Natalie poder reogarnizar tudo de novo. Ela sabia que eu não me dava muito bem com essas coisas.

- Sem problema algum. Eu vou te deixar em paz- e irei até o jardim para ler um pouco - Ela concordou com a cabeça e seguiu em direção à minha mala.

Às vezes eu sentia que Natalie me conhecia melhor que meu próprio pai.


La Belle de Jour - [AU Adrinette] (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora