- O gatinho no telhado tá sozinho sem sua gata... - Cantarolei baixinho enquanto observava a vista escorado na varanda. Minha mãe costumava cantar essa canção para mim toda noite antes de eu dormir. Sempre costumo pensar que ouvir ela cantar era a mesma coisa que ouvir anjos falarem. Sinto falta das canções dela.
Eu não sou feliz. Nem um pouco. Você pode estar se perguntando "como você pode não ser feliz? Você é rico, as meninas caem nos seus pés, é famoso, blá blá blá, seu ingrato, você tem de tudo enquanto outras pessoas não tem nada!", é, você tem um ponto nisso, mas o dinheiro que eu tenho - ou melhor, o dinheiro que meu pai tem -, nunca vai suprir o vazio que há dentro do meu peito.
Eu já havia sido completamente engolido pela solidão; e a dor, o vazio que eu sentia no peito era inquietável e agoniante. Eu não tinha um pai, uma mãe, ou amigos. As pessoas que se dizem meus amigos, são meus amigos mesmo ou são apenas pessoas que querem estar perto de mim por causa do meu dinheiro e da minha fama? Eu nunca saberia dizer.
Coloquei as mãos na cabeça, agarrando meus cabelos. Apoiei a testa na grade da varanda e me permiti derramar algumas lágrimas guardadas há muito tempo.
Às vezes eu só precisava de um abraço,de alguém me dizendo que tudo ficaria bem. Eu só precisava de alguém que estaria ali por mim para qualquer coisa. Eu só precisava de... ser amado, sabe? É pedir muito?
Levanto meus olhos cheios de lágrimas para o céu azul, e sussurro:
- Eu só queria ser feliz de novo, Deus - Fecho os olhos com força. - Por favor, me deixe ser feliz, eu te imploro - Cai de joelhos no chão e comecei a soluçar enquanto chorava.
Dor. Era tudo o que eu conseguia sentir. Dor inquietante, dor que ardia. Estava doendo, e eu não sabia o que fazer para parar de doer. Apertei meu peito com força, esperando que eu pudesse arrancar meu coração, talvez assim a dor passava.
Pare, pare, pare!, eu gritava internamente.
𖡼
Levantei meu rosto molhado, respirando pesadamente. Eu estava sem ar, precisava sair daqui e meu pai não me deixaria sair sozinho, então com um pouco de dificuldade, me pendurei na árvore que se encontrava perto da minha sacada e fui descendo com cuidado.
Era aproximadamente 16:40 e saí correndo rapidamente para a praia, com medo que meu pai ou Natalie me pegassem saíndo escondido.
Quando cheguei na praia e me certifiquei que estava longe o suficiente para que ninguém me encontrasse, parei de correr e coloquei a mão nos joelhos respirando pesadamente. Apesar de minha perna estar ardendo e eu estar muito cansado, me sentia um pouco melhor e aliviado.
Me sentei pesadamente na areia, para recuperar o fôlego e relaxar um pouco, e depois de alguns minutos quando levantei a cabeça que estava apoiada nos meus dois joelhos,ne finalmente contemplei o horizonte, foi quando eu encontrei uma garota de cabelos curtos azuis, sentada um pouco mais distante e mais a frente de mim, contemplando o mesmo horizonte que eu.
Marinette, pensei com um sorriso e meu coração deu um salto. O que era isso?
Em um impulso me levantei e segui em sua direção, foi quando eu consegui notar que ela estava com um cigarro pendendo em suas mãos. Ela deu uma tragada e começou a cantarolar:
- It's just a cigarrete, and it cannot be that bad... (É apenas um cigarro e não pode ser tão ruim).
- Honey, don't you love me and you know it makes me sad? (Querida você não me ama e sabe que isso me faz triste?) - Completei, e ela olhou para mim assustada com a minha presença, mas depois de alguns segundos continuou:
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La Belle de Jour - [AU Adrinette] (EM ANDAMENTO)
FanfictionOnde Adrien Agreste viaja para uma praia localizada no Brasil e encontra a menina dos seus sonhos, quem ele julga ser sua alma gêmea e seu primeiro amor. O parisiense certinho que se apaixonou por uma brasileira problemática, quais são as chances de...