Santa Claus [Taekook]

1am

Good day bb's, boa leitura❤

Taehyung e Jungkook tinham terminado a garrafa de vinho e naquele momento ela rolava vazia de um lado para o outro, sendo empurrada pelos pés de Jeon. Pouco tempo antes, ele havia tirado a pesada bota de couro que usava e ficado apenas com meias, sendo seguido por Taehyung, que fez o mesmo com suas próprias botas.

Depois da confissão de Jungkook, os dois tinham trocado mais algumas histórias sobre si mesmos, até que o assunto mudou de algo triste e mórbido para algo engraçado. Bem, talvez essa mudança tenha sido graças à quantidade de vinho que eles tinham ingerido naquela última hora.

Taehyung tinha contado a Jungkook como era um grande perna de pau e não conseguia jogar futebol, mesmo que seus dois melhores amigos tivessem tentado ao máximo ensiná-lo. Jungkook, ao contrário, amava jogar futebol e sempre que podia, durante os finais de semana, acabava indo jogar em algum lugar.

– Teve um dia que eu caí de bunda quando tentei chutar a bola. – Taehyung contou. – Eu tive uma crise de risos tão forte que Seokjin teve que me levar para o hospital porque eu não conseguia mais respirar devido à asma.

– Seus melhores amigos sofreram com você, Taehy. – Jungkook disse em meio ao riso, o apelido saindo tão naturalmente possível, como se já fosse hábito chamar Taehyung  daquela forma.

– Seokjin e Namjoon são mesmo incríveis. Eu os conheço desde sempre. – Taehyung apoiou o rosto no ombro de Jungkook, sorrindo. – Falando nisso, eu tenho que dar os presentes deles quando sairmos daqui.

Jungkook arregalou os olhos e ergueu o braço, conferindo que horas eram, e então exclamou.

– Oh, Deus. Nós estávamos conversando e esquecemos de trocar presentes. – Ele olhou para Taehyung, aconchegado em seu ombro com os olhos semi-abertos. – Você disse que era tradição na sua família trocar presentes de meia-noite, não disse.

– Não é como se eu tivesse alguma coisa aqui para te dar de presente, Jungkook. — Taehyung falou, a voz lenta e rouca.

A tolerância de Taehyung ao álcool não era zero, mas chegava quase perto desse número. Ele tinha bebido menos que Jungkook, isso era claro, mas mesmo assim o efeito era mais forte sobre ele. Sua mente não estava processando informações rápido o suficiente e ele ficava irritantemente carente quando estava bêbado, o que explicava a forma como ele estava se aconchegando contra Jungkook cada vez mais.

– Improvisamos um jantar, não foi? Podemos improvisar presentes também, não acha? – Taehyung ergueu o rosto e olhou ao redor de si, observando as velas ainda acesas, as roupas e botas dos dois em um canto, os potes de vidro que estavam com os panettones e rabanadas, por fim os buquês de flores que também se encontrava ali.

– É, talvez... – Falou, vago, se esticou
para puxar um dos buquês para perto de si. Tirou uma Gerbera rosa entre as demais e girou a delicada e grande flor entre os dedos, observando suas pétalas com cuidado.

Taehyung olhou para Jungkook com um pequeno sorriso e então estendeu a flor para ele, que sorriu de volta antes de pegá-la.

– Seu presente de Natal. – Kim falou de uma forma calma. – Uma Gerbera. Representa sensibilidade e sensualidade, assim como amor e nobreza. É uma flor que traz consigo um significado de alegria e pureza também.

Jungkook observou o homem sentado ao seu lado com os lábios ligeiramente abertos em descrença e depois olhou para a flor que tinha na mão. Ela possuía uma grande quantidade de pétalas alongadas, além de algumas bem pequenas perto do miolo central, que era amarelo-vivo.

– Você é algum tipo de dicionário ambulante de flores, Taehyung? – Brincou, mas depois acrescentou. – Ela é linda e agora eu estou devendo um presente para você.

Jungkook se desencostou da parede e virou para ficar de frente para Taehyung. Levou as mãos até a própria cabeça e tirou o chapéu de Papai Noel, olhando-o por um segundo antes de erguer os braços na direção de Taehyung. Jungkook colocou o chapéu na cabeça do garoto, ajeitando-o para que a pequena franja ficasse arrumada em seu rosto.

Jungkook afastou-se e observou sua obra. É, com certeza Kim Taehyung era mais parecido com um anjo do que com o Papai Noel.

– Obrigado, Kook. – Taehyung falou baixinho e então se esticou para frente, sem nenhuma hesitação, até estar com a cabeça apoiada no ombro de Jungkook novamente, o rosto escondido sob o tecido vermelho.

– Está com sono?

– Não exatamente, só grogue por causa do vinho. 

– Você é um bêbado engraçado,
Taehyung. – Jungkook disse. E então estava ali, a conexão que nenhum dos dois esperava ter um dia. Presos naquele elevador, sozinhos com a companhia um do outro, parecia que de certa forma o mundo tinha desaparecido do lado de fora. 

Jungkook não soube explicar porque pareceu tão certo levar uma das mãos até a nuca de Taehyung e acariciar seus cabelos que escapavam do chapéu, mas quando o fez, soube que não estava errado.

Taehyung soltou um suspiro manhoso e se acomodou mais para perto de Jungkook, sem mover o rosto de seu ombro em nenhum momento. Uma linha imaginária estava sendo tecida entre os dois naquele momento, sem nem ao menos perceberem.

– Uma vez eu saí com Seokjin para
beber e fugi dele enquanto ia no banheiro. — Taehyung começou a falar de repente. — Eu andei até estar parado na frente de um McDonald's e fiquei ali por mais de uma hora.

Jungkook franziu o cenho, os dedos
sem parar a massagem contra o couro
cabeludo de Taehyung.

– Você simplesmente ficou parado por uma hora? 

– Sim. A única coisa que lembro naquela noite foi ter achado o hambúrguer muito mais colorido que o normal e simplesmente fiquei admirado com isso.

Jungkook riu baixinho e negou com a cabeça, como se não acreditasse no que estava ouvindo.

– Você é estranho, Kim.

– Falou o cara que está vestido de Papai Noel, usando meias do homem de ferro e preso em um elevador comigo. – Taehyung retrucou.

– Você não pode criticar minhas meias do homem de ferro, quando está usando uma meia de bolinhas coloridas! – Jungkook resmungou em resposta, o que fez Taehyung levantar a cabeça.

– Eu ganhei do meu irmão, tudo bem? Não reclame! — Apontou o dedo contra o peitoral de Jungkook, que riu em resposta.

– Se apoia em mim de novo e cala a boca, Taehy.

Jungkook não precisou fazer mais nada para que Taehyung fizesse exatamente o que ele havia dito.