fim

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Boa leitura❤

Uma semana havia se passado desde que Jungkook ficou preso naquele elevador com Taehyung .

Jungkook tinha passado a acreditar que
coisas incríveis, mágicas, poderiam
acontecer desde aquelas doze horas que tinha passado trancado com seu vizinho.

Parecia irreal a forma como a vida de Jeon tinha mudado drasticamente desde aquele dia, era como se o Jungkook que ele era no dia 24 de dezembro tivesse morrido e um novo Jungkook tivesse renascido no dia 25. E aquilo era no sentido literal. Jeon Jungkook se sentia leve, muito mais leve do que tinha se sentido nos últimos longos e tediosos anos. Naquele momento, ele não tinha mais receio de falar o seu sobrenome em voz alta, de se sentir parte de uma família novamente.

Poucos dias depois de ter expulsado Jungkook de casa por ser gay, o Sr. Jeon tinha encontrado as duas irmãs de Jungkook chorando abraçadas no quarto que ambas compartilhavam. A falta da presença do garoto estava afetando a todos de uma forma intensa, as irmãs que tinham a idade mais próxima a de Jungkook pareciam ter sumido da vida social da casa, ambas isoladas no quarto. As pequenas gêmeas Sana e Chae-won não paravam de perguntar onde o irmão delas estava e porque ele não brincava mais com elas.

Com tudo indo por água abaixo, a mulher tinha procurado outras mães com filhos gays. E havia sido assim que ela tinha descoberto que tudo que ela acreditava era apenas um estereótipo que as pessoas preconceituosas passavam às demais. Ter um filho gay não era motivo de vergonha, muito ao contrário daquilo.

E foi então que ela começou sua busca por Jeon. Ele não tinha saído com nenhum celular, computador ou algo com que pudesse se comunicar. A última vez que se tinha tido notícias de Jungkook foi em um hotel barato, onde ele tinha passado duas noites antes de desaparecer da cidade.

Quando ela propôs ao marido que eles procurassem pelo filho, o homem se recusou. Dali as coisas só pioraram, as brigas em casa eram diárias e culminaram em um duro divórcio, que consumiu o tempo da mulher e a distanciou ainda mais de qualquer pista de para onde Jungkook tinha ido.

Jungkook havia descoberto tudo aquilo em uma longa e chorosa ligação com a mãe. Às vezes ele se perguntava se tudo aquilo era real, se ele iria mesmo se encontrar com a sua família dali a alguns dias, como eles tinham combinado.

Jeon tinha até mesmo ganhado dois irmãos, que até então ele desconhecia a existência. Os gêmeos Jungwoo e Haneul já tinham sido concebidos quando Jungkook sairá de casa, porém ninguém sabia sobre eles ainda.

Tudo isso graças a Taehyung. Se não fosse por ele Jungkook jamais teria tido coragem de telefonar para a mãe depois daqueles longos anos. Jeon tinha ganhado sua família de volta.

Taehyung.

Os dois tinham passado aquela semana toda conversando por mensagens de texto e, por ironia do destino, eles se encontravam no elevador algumas vezes. Não era nada marcado ou planejado, mas Jungkook não conseguia evitar sorrir quando as portas do elevador se abriram em seu andar e ele se deparava com Kim Taehyung ali dentro.

Jeon tinha descoberto que nenhuma pessoa no mundo ficava mais bonita que Taehyung quando corava. Jungkook tinha passado a observar mais as pessoas quando andava nas ruas, vendo a forma como se portavam, como se vestiam, como franziam o cenho enquanto andavam. Graças a Taehyung, Jungkook tinha aprendido a observar os pequenos detalhes da vida.

Bem, talvez fosse só uma desculpa para observar todos os pequenos detalhes de Taehyung.

Taehyung e seu perfume de morengo, botas brilhantes e roupas esquisitas tinha se tornado o novo fascínio de Jungkook e, ele não conseguia evitar a si mesmo de estar parado como um pateta, olhando para o nada e pensando na deliciosa combinação que era Kim Taehyung.

Se Jungkook fosse um complicado quebra-cabeça, de alguma forma maluca e impensável, ele tinha certeza que jamais seria resolvido sem Taehyung. Tinha sido rápido demais, intenso e único demais, porém Jungkook sabia que Taehyung agora era uma peça importante do Quebra-Cabeça, Jeon Jungkook.

[...]

30 de dezembro.

Jungkook estava parado diante da porta do apartamento de Taehyung, vestindo o mesmo sobretudo café com leite que usava na noite em que conhecera o seu vizinho. Seu coração estava acelerado e sua mão tremia quando ele a levou até a campainha e a apertou.

Alguns agonizantes segundos se passaram até que Taehyung abrisse a porta. O homem usava uma calça escura e apertada, botas douradas e uma camisa de manga comprida com alguns botões abertos. Sobre um dos seus braços repousava um pesado casaco de frio.

– Sua forma de se vestir sempre me surpreende, Tae. 

– Isso se chama perfeição. – Piscou um dos olhos para Jungkook, enquanto fechava a porta.

– Isso era para ser uma piada com seu nome? – Jungkook ergueu uma sobrancelha. – Porque se era, foi péssima.

Taehyung riu e empurrou Jungkook levemente com o ombro enquanto esperavam o elevador chegar ao último andar. Eles trocaram um olhar intenso e as bochechas de Taehyung coraram sob os penetrantes e misteriosos olhos escuros.

– Seus olhos são misteriosos. – Falou em um sussurro, os olhos sem se desviar do rosto do garoto.

– Misteriosos?

– Sim, muito misteriosos.

Taehyung não percebeu o quanto tinha se aproximado até estar como rosto a centímetros do de Jungkook, ambos compartilhando o mesmo ar, os narizes quase colados e os olhos concentrados um no outro.

– Eu sempre me perguntei como algo assim era possivel. No começo eu achava que estava ficando louco, mas seus olhos são tão escuros como uma jabuticaba.– Taehyung começou a falar. – Eles são parecidos com pequenas galáxias em torno de um satélite, tem um brilho chamativo e bonito, cada vez que você fica próximo, eles se tornam mais intensos.

– Talvez meus olhos sejam mesmo como uma galáxia, então. – Jungkook falou, distraído. Os lábios de Taehyung se mexiam lentamente conforme ele falava e Jungkook estava sendo.consumido pelo desejo de beijá-los novamente.

– Uma imensa galáxia.

– E você não tem medo de explorar?

– Eu já explorei, e gostaria de
explorar cada vez mais.– Admitiu Taehyung.

Os lábios de Taehyung e Jungkook se encontraram de uma forma graciosa, quase mágica. O beijo era inexplicavelmente deles, totalmente único e perfeito com suas imperfeições. Era tão suave quanto a pétala da mais delicada flor e, ao mesmo tempo, tão destrutivo quanto a maior bomba jamais produzida.

As linguas se tocavam, os dentes puxavam os lábios. Jungkook mordeu o lábio inferior de Taehyung e o puxou antes do beijo se quebrar por apenas um segundo e então recomeçar.

Explosões, Flores, Explosões e flores. Aquela era realmente a definiçāão para o beijo de Taehyung e Jungkook.

Eles se separaram quando o elevador apitou, avisando que finalmente tinha chegado. Taehyung reabriu os olhos lentamente, afundando-se na galáxia escura e brilhante, e então, levantou um pouco os pés deixando um beijo no nariz de Jungkook antes de dar um passo para trás.

– Então, Sr. Jeon, onde pretende me levar hoje?

Jungkook entrelaçou o seu dedo mindinho ao de Taehyung, enquanto entravam no elevador.

– Acho que lhe devo o maior sorvete da sorveteria, não acha?

– Bem lembrado. – Taehyung sorriu.

Tudo era novo, um caminho que nenhum dos dois jamais havia trilhado e que, graças à magia do Natal queriam trilhar juntos.


Fim.






obrigado a todos que me acompanharam até aqui, amo vocês

Santa Claus [Taekook]Onde histórias criam vida. Descubra agora