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-Meu Deus já são 8:20 hs da manhã e eu ainda nem arrumei esse cabelo! - eu dizia para mim mesma enquanto terminava de vestir minha roupa, era um dia especial, iria começar a estagiar em uma revista; havera me formado há dois meses, mas não consegui fazer um estágio antes. Queria que tudo saísse perfeito naquele dia, o primeiro passo da minha carreira, não podia me atrasar, então arrumei o cabelo em um coque alto, calcei meus sapatos altos e sai sem nem tomar café. Estava tão ansiosa, seria minha primeira experiência como editora de uma revista, ainda na observação, mas sabia que tinha muito talento e logo seria uma das melhores editoras da revista Teen, e daí em diante só crescer... quem sabe uma Vogue no futuro... apenas sonhava alto.

Cheguei uns 10 minutos antes do horário, até pensei em comer ao menos uma barra de cereal, mas fui impedida por um rapaz um tanto afeminado que me parou no caminho.

- olá! Você deve ser a Nah - ele disse muito alegre, me intimidei a princípio. Principalmente com a intimidade que ele já me tratava.

- sim, sou eu. - eu disse corando ao ver as outras pessoas da redação me olharem. Não gostava de olhares.

- ótimo, vem comigo vou te levar até a sua sala. - ele disse pegando em minha mão e me levando com ele. - não gostei muito disso, não gosto que me toquem, por isso saí de casa, mas isso não é pensamento pra hoje, tudo tem que ser perfeito aqui. - aqui é a sua sala, é pequena, eu sei, mas com um tempo você se acostuma. - na verdade era a metade da minha casa, que não era muito grande, até porque morava sozinha, mas era um tamanho razoável. Gostei do espaço principalmente sabendo que era só meu.

- ah obrigada... - fiquei envergonhada por não saber o nome dele.

- Ton. - ele disse

- claro, Ton, você é muito gentil. - eu disse abrindo um sorriso.

- daqui a pouco a sua supervisora vem aqui falar com você. - ele disse já saindo. - boa sorte e seja bem vinda.

- obrigada Ton. - sentei em minha nova cadeira, meu novo trono. A sala era muito clara, acho que era para clarear as idéias, precisávamos de criatividades alegres e vibrantes, afinal, era uma revista para adolescentes fanáticos e curiosos.

Algum tempo depois a minha supervisora chegou, ela era baixinha e nova, eu ficava muito alta em sua frente, e ainda fui com um salto de 11 cm, fiquei envergonhada, mas sentamos logo.

- então Naraya, eu sou Letícia, sou editora chefe da revista, e estou encarregada de avaliar você durante esses três meses. Eu terei que lhe informar que você vai dividir essa sala com um outro estagiário, que por sinal é o meu filho. - ela disse orgulhosa. - ele é redator e vai estagiar aqui e depois vai pra Paris. Então se você for efetivada, o que eu espero, a sala é toda sua.

Fiquei um pouco aflita com essa idéia, era uma pressão maior trabalhar com o filho da minha chefe, mas não podia fazer nada além de sorrir assentindo. Ela se foi e eu comecei com uns projetos novos da revista. Editei algumas matérias e coloquei o meu toque nelas, claro, me ousei já no inicio.

Na hora do almoço decidi ficar e continuar alguns outros projetos que ainda faltavam, só pra adiantar. Toc toc toc

- pode entrar! Falei sem tirar os olhos do computador.

- oi. - era uma voz rouca, virei-me e vi um cara de olhos puxados cabelo grisalhamente roxo, estranho. Mas muito lindo e estiloso.

- oi. - eu disse focando em seus olhos claros que enfeitiçavam, pareciam ser cinzas.

- eu sou o Choi, sou estagiário, e acho que vou dividir essa sala com você. - ele era muito humilde, nem falou que era filho da chefe. E esse nome? Meu Deus! Ele não se parece nada com a minha chefe, a não ser o cabelo bem liso. Talvez o pai dele seja oriental.

- ah claro, como vai? Sou Naraya. - eu disse levantando e o cumprimentando.

- oi Naraya. Acho que você ainda não saiu pra almoçar né...

- não, to sem fome. Vou ficar e adiantar o trabalho. - eu disse

- acho melhor você ir comer alguma coisa, a minha mãe... quer dizer... a nossa chefe diz que barriga vazia criatividade zero.

- tem razão... - eu disse com um pouco de medo de que ele contasse a mãe. - acho que vou comer alguma coisa mesmo. - sorri, e saí.

DECISIONSOnde histórias criam vida. Descubra agora