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Me arrumei com um vestidinho um pouco rodado e uma jaqueta curta, calcei um coturno, prendi o cabelo num rabo de cavalo e me senti pronta. Fui até a casa da Rafaela, e lá estava ela com um short muito curto e meia preta, parecia uma garota de programa. Uma maquiagem muito forte e barriga a amostra. Achei muito vulgar, mas não podia voltar atrás. Fiquei com medo, se os amigos dela forem assim eu corro!

- Oi, espera só um pouco que vou tirar essa touca. - ela disse saindo pro quarto, eu entrei e fiquei esperando na sala. - você não vai se maquiar? - ela gritou de lá, e meu pensamento dizia: não como você.

- ah eu estou bem assim obrigada. - ela voltou me dando um susto, estava com cabelo roxo.

- to bem assim?

- er... diferente.

- adoro ser diferente. Você devia tentar as vezes. Agora vem aqui pra eu te maquiar.

- ah não eu não gosto de maquiagem. - eu disse mentindo, eu gosto, mas na medida. A dela era muito forte. Mas não adiantou ela chegou com um estojo e foi logo tirando o rimel.

-eu prometo que não vou fazer muito forte. - ela disse

- eu só deixo você me maquiar se você prometer que eu posso vir embora quando quiser. - eu pedi amedrontada com o pensamento de ficar com ela e a turma a noite toda.

- ta bom. Você pode vir. Mas não vai reclamar da maquiagem.

- ok. - eu disse com medo. Ela me maquiou, fui olhar no espelho e estava ótima, um batom da cor do meu vestido que era azul escuro, estranho, mas muito bonito. Eu gostei, meus olhos estavam bem delineados.

- então?

- adorei.

- podemos ir então. - ela disse pegando sua bolsinha e eu a minha carteira no sofá.

Uma típica noite paulistana...

Jovens saindo pra balada...

Não curtia muito isso, mas eu precisava esquecer aquele homem, era o homem dos meus sonhos... chegando na frente do boate entreguei meu documento e entrei. La encontramos os amigos dela, eram duas meninas e três meninos. Todos de cabelos coloridos. Mas ninguém com maquiagem tão forte ou roupa escandalosa. Me apresentei e tomamos umas bebidas, as minhas sem álcool, claro. Eles pareciam se divertir dançando, eu estava até um pouco enturmada, mas não tinha tantos assuntos como eles.

- gente eu vou pegar uma bebida pra mim.- Eu disse levantando do sofá e indo ao barzinho.

A musica estava muito alta, e tinha muita gente ali. Não via a hora de ir pra casa, mas parece que tinha funcionado, não pensei uma só vez em Johnny essa noite. A não ser agora.

- oi... moço... MOÇO... - eu tentava chamar a atenção do barman, mas ele estava atendendo a muitas pessoas. - moço, mais um desses por favor. Eu disse mostrando o copo de marguerita sem álcool. Logo ele me atendeu. Peguei a minha bebida e virei me para voltar à mesa, quando bati de frente com um rapaz derramando-lhe um pouco da bebida.

- Meu Deus me desculpe. Por favor, eu não tive a intenção.

- tudo bem Naraya. - ele disse e eu levantei os olhos para o seu rosto.

- Choi! - eu disse surpresa

- Naraya! - ele repetiu o meu tom de voz rindo.

- me desculpe Choi eu...

- imagina. Tudo bem. Eu sempre quis que a minha blusa branquinha tivesse uma mancha vermelha.

- Choi eu...

- to brincando. Você quer dançar?

- eu não gosto de dançar, eu...

-Tudo bem, eu vou ver se encontro alguma garota que queira dançar com um cara que tem uma macha vermelha enorme na camisa. - ele ameaçou virando

- tudo bem, eu danço. - eu disse puxando em seu braço. Fomos pra pista e dançamos, eu até que tava gostando. O Choi era muito cheiroso, muito mesmo. E dançava muito bem. Me encantava com suas mãos girando sobre meu corpo, ele me tocava na cintura com cuidado, fiquei arrepiada. Ele me puxou pra perto dele... senti seu bafo de hortelã em meu rosto, ele estava com os olhos vidrados em mim, ao som de write your name da Selena Gomez, senti ele me puxar pra mais perto... eu o deixei me levar, ele estava com um olhar intenso, fervendo... em um movimento ligeiro, ele estava com a boca colada na minha, seus lábios doces, sua língua explorava a minha boca inteira, um beijo molhado no ponto. Ele segurava no meu cabelo por baixo, na nuca. Deixando-me de cabeça erguida, sua outra mão estava me pressionando na cintura, estávamos com os corpos tão colados que cheguei a sentir sua excitação. Foi o beijo mais demorado que dei... incrível, sim... maravilhoso, aquele cheiro aquele gosto, aquelas mãos... esse menino é tão... ele é o filho da minha chefe! Lembrei o soltando rapidamente e saindo. Cheguei no sofá onde a Rafaela estava a conversar com os amigos, peguei minha carteira...

- tchau gente preciso ir.- disse virando-me e saindo

- Naraya... o que aconteceu? Você quer que eu vá com você? - Rafaela disse atenciosa.

- não Rafaela ta tudo bem.

- foi aquele carinha que tava te beijando? Ele te fez alguma coisa? - ela disse preocupada e irritada, e eu corei.

- não. - droga ela viu tudo. - ele é de boa.

- ah...

- e não precisa vir comigo, curte a sua festa aí com os seus amigos que eu... - fui interrompida com uma mão no meu ombro.

- Naraya posso falar com você? - era ele. O Choi. O lindo e desejado Choi.

- er... - gaguejei

- se quiser eu vou com você Naraya. - Rafaela disse

- obrigada Rafaela. Ta tudo bem pode voltar a curtir com os seus amigos. Tudo bem. - eu disse, ela sorriu forçadamente pra ele e saiu.

- Naraya... eu sinto muito, se você não gostou me desculpa, mas eu preciso que você saiba que pra mim f...

- Choi foi um erro. Isso foi um erro. - eu disse, e ele baixou a cabeça fazendo uma linha rígida nos lábios. - eu tenho que ir. - eu disse apressada.

- você não quer que eu te leve?

- obrigada, acho melhor pegar um taxi. - eu disse já acenando para um taxista que passava. Entrei no carro... - até amanhã no trabalho. - eu disse fechando a porta. O vi caminhando de volta para a balada quando o carro saiu. Fui tentando não pensar, mas era impossível. Eu fui me distrair para esquecer um cara e beijo o filho dele! Isso é muito confuso e errado e confuso de novo. Pelo menos ele é solteiro. Mas assim eu ficaria mais próxima ainda daquele que atormentou a minha mente o dia todo. Melhor esquecer que o dia de hoje aconteceu. Impossível.

Minha mente brincava com o meu coração enquanto seguia-se uma forte dor de cabeça quando deitei-me. O rosto obscuro dele não me saia da memória, aquele olhar, e aquela insegurança dele por medo de lugares fechados, me deixou muito atraída, pelo menos ele tinha um ponto fraco, eu tinha vários, mas não eram notáveis. Em compensação aquele beijo, aquele cheiro, era o filho dele, adotivo, mas ainda filho. Eu estava entrando em um abismo e sabia disso.

POSTEI MAIS PORQUE NÃO AGUENTO ESPERAR, E PORQUR SOU UMA PESSOA SIMPÁTICA, GENEROSA, EXTROVERTIDA, DEDICADA... SHUAHSUAHSUAHSUAHSUA E O MAIS IMPORTANTE HUMILDE! SHUAHSUAHSUAHUA

DECISIONSOnde histórias criam vida. Descubra agora