nine

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Acordei do transe quando o meu telefone tocou.
-oi! - atendi.
-Você ta pronta? - era o Choi.
-oi?
-Você disse que viria... Então ja posso ir te buscar?
-er... Já ta tarde Choi. Eu... eu to cansada e...
-ah... sério que você vai me dar bolo ?
-me desculpa Choi... eu...
-por favor Naraya. - ele pediu com uma voz tão doce que brisei.
-ta. Me passa o endereço que eu pego um taxi. - anotei o endereço e fui trocar de roupa, Já eram 00:35 hs, demorei mais do que pensei no jantar com o Johnny, pobre Choi ainda estava me esperando.
Liguei para um taxista que ficava na rua e ele me levou ate a casa noturna. Há muito tempo... não, na verdade eu NUNCA havia feito essas coisas, sempre fui mais recatada, sempre me entreguei completamente aos meus estudos e ao meu trabalho na biblioteca, de onde eu tirava o meu sustento junto com a pensão do meu pai que eu comecei a receber desde os 12 anos quando ele se foi, e continuaria a receber até os 21 anos, que não estava longe.
-Ela chegoooooou! - ouvi o grito de Ton vindo ao meu encontro. Parecia bêbado.- e aí doidinha! - falou alto encostando em mim. Eu definitivamente não gosto que me toquem sem que eu esteja preparada pra isso.
-oi... - falei sorrindo e me afastando.
-Nah! - Choi veio até a mim. - vem comigo.
-onde?
-sair dessa bagunça. - ele me puxou pela mão e saímos para o lado de fora do boate. Algumas mulheres que ja vi no trabalho ficaram nos olhando.
-então... você me chamou para uma "noitada" - fiz aspas com os dedos - e agora quer sair?
-ah... isso era só para que você viesse comigo. Mas eu não quero ficar junto com todo mundo. Quero ficar sozinho, com você. - nesse momento o meu coração palpitou... ele era tão fofo.
-você é um fofo Choi. - sorri.
-e você uma linda Naraya. - ele disse segurando minha cabeça e aproximando os nossos lábios, mas me afastei.
-alguem do trabalho pode nos ver.
-você quer dar uma volta?
-eu to cansada Choi.
-você quer ir pra minha casa, podemos assistir e voce pode ficar num quarto de hospedes. - ele era mesmo um fofo. Mas então lembrei que eu poderia encontrar o pai dele la. Era a última coisa que poderia acontecer na vida. Além disso, a mãe dele é minha chefe.
-Não podemos fazer isso Choi... - tentei falar, mas ele me puxou para mais perto e me olhou com aqueles pequenos olhos brilhantes.
-por favor Naraya. Fica comigo essa noite! - disse e eu pisquei algumas vezes. - Não vamos fazer nada demais. Só quero passar um tempo ao teu lado.
-sem fazer nada demais?
-sim. Só assistir algo, sei la... - respirei fundo e sorri.
-ok. Vamos para a minha casa então. - ele sorriu e segurando na minha mão chamou um taxi. No caminho até a minha casa ele não soltou a minha mão enquanto me contava o que estavam fazendo antes de eu chegar, no resumo, entendi que Ton ganhou todos os campeonatos de bebidas, da pra notar...
-entre. - abri a porta e Choi entrou. - fica a vontade. Eu vou só trocar de roupa. Você pode escolher o filme. - apontei para os DVDs na estante. Ele foi até la. Ao voltar, com uma roupa de dormir vi Choi ja sentado no sofá com o controle na mão.
- que tal "A casa de Cera"?
-hum... terror... ótimo. Faço pipoca?
-otimo. - disse sorrindo e olhando para o meu corpo.
-que foi? - falei confusa.
-esse babydoll fica lindo em você.
-ah para Choi. Não me deixe constrangida.
-você tem que aprender a receber elogios Naraya... - levantou e veio até a mim. - você é linda... - passou suas mãos pela minha cintura sem quebrar o contato visual.
-Choi... - ele aproximou nossas bocas antes de eu falar. E senti seus lábios quentes se chocarem contra os meus... suas maos me puxaram para si... sua língua começou a explorar a minha boca e senti arrepios quando ele apertou o meu quadril... gemi e me assustei com as sensações que estava sentindo. Choi começou a me beijar com mais força, meu corpo se contorceu aos seus movimentos. Choi me encostou na parede colando nossos corpos com força... começou a beijar o meu pescoço, nossas respirações estavam num ritmo de desespero. Eu o queria tanto... Choi então apertou os meus seios...

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-PARA ME SOLTA SEU BEBADO DESGRAÇADO!
-Eu vou te comer hoje docinho...
-MÃE SOCORROOOOOO!
-Ela não ta aqui... não adianta gritar.
-maaae... - eu ja estava sem forças... ele apertava os meus seios com uma das mãos enquanto a outra segurava as minhas... eu estava embaixo daquele porco bêbado. Sua barba raspava o meu pescoço e eu so conseguia chorar desesperada.
-gostosa... - ele sussurrou sem soltar minhas mãos. Eu estava com tanto nojo...
-socorroooo...
-MAS O QUE PORRA É ISSO?

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-PARA! - falei alto e Choi parou me olhando.
-ta tudo bem Naraya?
-sim... - me consertei tentando não pensar mais naquele terror. - vou fazer a pipoca. Ele parecia confuso. Mas não posso lhe contar. Eu mal o conheço. E tenho vergonha.
Vou para a cozinha e tento me recompor depois de um copo de água.
-se você quiser eu vou embora Naraya. - Choi diz atras de mim.
-acho melhor.
-você vai ficar bem?
-sim. Me desculpe Choi. Eu só... Só...
-Não precisa dizer nada. Eu espero que um dia você confie em mim. Mas fique bem Nah. - ele se aproxima e beija o topo da minha cabeça. Ele parecia entender.
-obrigada Choi. - falei séria. Ele saiu e eu fui para a cama chorando. Quando esse trauma me deixaria viver?

DECISIONSOnde histórias criam vida. Descubra agora