Chegava a ser engraçado como mesmo após décadas Hinata mexia com as batidas do coração do moreno. Imerso na beleza das luzes coloridas do presente que ganhara do ruivo, Kageyama redescobre o arco íris.
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A candidez da relação daqueles dois nunca fora tão bem ilustrada quanto naquele momento, daquele primeiro levantamento. Foi ali que uma luz brilhou em seus peitos, os guiando e os dizendo que aquele era o caminho certo a se seguir. Foi no momento em que Kageyama resolveu dar uma chance à Hinata, quando aquele passe foi feito que se encaixaram da forma mais pura e inocente que existe; eles se complementavam.
Kageyama não sabia se expressar direito e na realidade nem sabia o que estava sentido para poder se expressar, mas sabia de uma coisa: aquele tampinha alaranjado o fazia querer evoluir, tinha a sensação de que se parasse de correr por um mísero segundo seria deixado para trás.
Não queria ficar observando as costas do outro, estava à frente e gostaria de continuar lá, mas embora não admitisse, queria que o menor o acompanhasse e corresse ao seu lado.
Estar na quadra com Hinata era incrível, o garoto possuía a mesma fome de jogo que ele, sua vontade de jogar era tão grande que impulsionava todos os outros. Kageyama se sentia honrado de tê-lo como rival, mas só admitiria isso mais tarde.
Nada é perfeito, e não tinha como a relação dos dois se livrarem disso, a briga mais marcante daquele ano como calouros foi quando Hinata quis mudar a jogada dos dois. Passaram dias sem nem olhar na cara um do outro, mas mesmo angustiados e com aquele sentimento de mágoa em seus peitos eles treinavam separados para atingir o próximo nível, para poderem entregar ao outro seu melhor.
A sintonia dos dois era invejável, eles não entendiam os sentimentos que os faziam sempre buscarem um ao outro. Pobre Kageyama não fazia ideia do que estava acontecendo em seu coração, mas sabia que queria permanecer ao lado de Hinata e só podia ter a esperança de que o menor não quisesse deixar seu lado.
Aquele ataque rápido, suas jogadas conjuntas, a confiança que passaram a ter um no outro e a vontade que possuíam de cada vez estarem mais próximos eram a ponte que os ligavam, era o primeiro passo de um longo caminho que viriam a percorrer juntos.
