Laranja

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A sensação do momento para Kageyama era simplesmente inexplicável, até o cheiro do ambiente era diferente

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A sensação do momento para Kageyama era simplesmente inexplicável, até o cheiro do ambiente era diferente. Estar ao lado de Hinata naquela quadra, não tinha preço, era pura nostalgia, lembrava o tempo em que jogavam no colegial, mas agora eram profissionais e titulares na seleção japonesa de vôlei.

A felicidade que invadia o peito do moreno parecia que ao mesmo tempo em que o confortava, iria consumi-lo de tamanha intensidade. Ele finalmente havia encontrado aquele que seu avô havia dito que um dia ele encontraria e não só isso, ele havia encontrado aquele que o completava em quadra e na vida. 

Sair do vestiário de mãos dadas com Hinata não era algo novo, mas agora o ruivo era seu noivo e estavam cada vez mais perto de conquistar mais um objetivo. A sensação era um pouco diferente, mas ainda assim insubstituível. 

A parte frustrante era soltá-lo para que pudessem adentrar o recinto e assumirem suas posições como profissionais; mesmo que por apenas um momento, soltar a mão de Hinata era algo que lhe dava calafrios, a falta do calor das pequenas mãos do ruivo era desconfortável.

Porém, entrar naquele ambiente e ouvir a torcida vibrar, gritando por seus nomes, só lembrava Kageyama de como no fim, Hinata estaria ao seu lado; como haviam compartilhado tudo até o momento e em breve o mesmo sobrenome, uma vez que já dividiam a mesma cama e o mesmo teto. 

Durante o jogo, ver Hinata acertando todos os seus levantamentos, até os mais “desleixados” devido ao cansaço, preenchia Kageyama com uma sensação forte de segurança e confiança. 

Sim, Hinata cumpriria sua promessa de que mais uma vez ele acertaria e que com ele Kageyama seria invencível. 

Hinata era uma máquina que o acompanhava em perfeita sincronia, eles eram monstros, a dupla mais temida pelos adversários assim como fora desde o colegial. Juntos alcançaram o topo do mundo disputando as olimpíadas do ano pelo país em que nasceram. E, para eles, não havia honra maior; no momento não poderiam desejar mais nada, já tinham tudo que queriam: O vôlei e o amor. 

Kageyama sempre dissera que seu primeiro amor fora o vôlei, mas o que ele não sabia era que na verdade o vôlei fora sua primeira paixão. Seu primeiro e único amor era Hinata. Aquela cabeleira ruiva com reflexos de outro mundo compartilhava da mesma paixão ardente pelo esporte, a mesma vontade de vencer e de crescer. 

Hinata exalava entusiasmo, exalava paixão, sua aura era extremamente atrativa e ao mesmo tempo intimidadora, era lindo ter o privilégio de presenciar de perto. Kageyama se viu mais uma vez apaixonado ao ver o noivo cortar seu último levantamento que rendeu o ponto da vitória. Era como um anjo, Hinata realmente aparentava ter asas. 

Em um impulso, ainda com a adrenalina do jogo percorrendo suas veias, Kageyama puxou Hinata pela camisa e o beijou em frente a todos, que aplaudiram de pé, afinal não é como se eles tivessem a relação por baixo dos panos, eram publicamente assumidos. 

Abraçados, sem se importar com o suor devido ao jogo, Kageyama e Hinata saíram de quadra seguidos de seus companheiros de time após se despedirem e agradecerem a torcida por todo o apoio durante a partida. 

Mais uma vez estavam juntos, mais uma vez compartilhando um momento inesquecível. Kageyama e Hinata formavam definitivamente uma boa dupla, como se fossem especialmente feitos um para o outro, para se completarem. Era como se tivessem nascido com um mapa nos corações que direcionavam um ao outro, para se encontrarem.

Após alguns meses veio o fim do ano e com ele um dos melhores momentos do relacionamento que compartilhavam. Não tiveram muito tempo para se aproveitarem durante aquele ano, havia sido um ano bem agitado, portanto estar ali naquele lugar era simplesmente um sonho. 

O casal estava no Brasil, mais especificamente em uma praia escondida por entre as árvores, um lugar onde não havia ninguém, então poderiam aproveitar um ao outro sem nenhuma interrupção indesejada. 

A intenção inicial era passar a virada de ano em Copacabana, mas não puderam realizar o desejo devido aos problemas que cercaram o mundo durante aquele ano. Entretanto estavam felizes, pois sabiam que teriam outras inúmeras oportunidades. 

Exatamente à meia noite puderam ver alguns fogos de artifício preenchendo o céu noturno, indicando o início de um novo ano, de um novo momento, de uma nova era e sob a luz da lua Hinata parecia um anjo disfarçado em suas vestes claras.

Admirando os traços do pequeno a sua frente, Kageyama colocou os braços do mesmo em torno de seu pescoço e o levantou do chão, deixando este com as pernas balançando ao vento. Encostando suas testas por um breve momento, o moreno logo selou seus lábios aos de Hinata; queria passar para o ruivo o que estava sentindo naquele momento. 

Aquele beijo calmo ao som dos fogos de artifício e do quebrar das ondas na costa representava muito mais do que um simples beijo, era como se fosse uma promessa silenciosa que dizia: eu estou e sempre estarei aqui. 

Se Kageyama pudesse, viveria naquele momento para sempre. Era uma sensação de tirar o fôlego e ele sabia que não precisava de luzes pelo resto da noite, uma vez que nem mesmo os fogos de artifício tinham vez perto de Hinata, que ofuscava tudo a sua volta com o brilho de seu sorriso. 

Em poucos meses se casariam, em breve aquele em seus braços teria seu sobrenome e Kageyama finalmente poderia dizer que aquela cabeleira ruiva alegre tinha uma parte de si além de todo seu coração. 

Tudo se encaixava. Com Hinata nos braços Kageyama entendeu que seus braços haviam sido projetados para segurá-lo, que suas mãos antes de fazer levantamentos perfeitos, foram feitas para tocá-lo, que seu sobrenome combinava perfeitamente com o nome do ruivo. 

__ Kageyama Shoyo... – O moreno deixou escapar de seus lábios e arrancou um sorriso ainda mais luminoso do noivo. Hinata fazia Kageyama se sentir em casa.

O moreno não sabia exatamente para onde estavam indo, mas sabia perfeitamente aonde ele pertencia. Seguiam caminhando pelas bordas do mundo, em uma estrada que não guiava para nenhum lugar em específico, mas não era uma corrida para o fim, seguiriam lado a lado fugindo da luz do dia se fosse preciso para que durasse pra sempre.

The Rainbow In UsOnde histórias criam vida. Descubra agora