Doctor Carina Deluca.

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Carina's Pov

Acordei com a pouca luz do sol entrando pela fresta de minha janela do quarto. Olhei para o teto e busquei o ar limpo. Mais um dia sem nenhuma novidade aparentemente. Quero dizer, ontem, foi algo novo, foi algo totalmente e completamente novo, Maya Bishop surgiu em minha vida novamente.

Sorri com meus pensamentos bagunçados sobre a loira de olhos azuis, e que certamente, o universo está me tentando falar alguma coisa.

Já pronta, antes de ir diretamente ao Grey-sloan, resolvi dá uma passada na companhia, Tony estava em aula e me recebeu com muito afago. Suas alunas, que pareciam saber quem eu sou, são todas muito simpáticas e talentosas, assisti alguns minutos de aula até ter que me despedir. Tony me pediu que eu aparecesse, e foi o que fiz. Entretanto, tudo ainda era complicado e delicado para mim. Ver todas aquelas novas bailarinas, cheias de sonhos e pensar que eu era assim, pensar que tudo mudou rapidamente... Afastei as lágrimas que ameaçavam cair sobre minha face.

Se as pessoas soubessem o que se passa dentro da minha cabeça todos os dias, me chamariam de louca, depressiva, e até mesmo ingrata. Porém, não é tão fácil deixar a sua história a sua indentidade ir embora de vez por todas. Não é fácil ter que pensar que sua vida tinha tudo para perfeita do jeito que sonhou e agora não mais.

Antes de ir embora Tony me pediu que eu fosse algum dia em que eu não estivesse de plantão, que eu fosse lá com mais calma e apreciasse o momento, sem pressa.

A caminho do grande hospital, pensei em minha mãe, e em nossos pequenos momentos entre a minha infância e adolescência. Trago comigo muitos dos seus ensinamentos, mas apenas um não consegue sair dos meus pensamentos, a memória mais nítida que carrego.

Flashback On

- Mãe? – Lucia Deluca se encontrava de cabeça baixa, seus cabelos escuros tampavam a parte direita do seu rosto, escondendo as rugas de preocupação, as grandes olheiras que se formaram e o brilho das lágrimas em seus olhos castanhos. As mãos se apressam para enxugar as lágrimas, tentando esconder seus monstros da garotinha que tanto lhe trazia paz.

- Pode falar, meu amor. – Respondeu, direcionando seu olhar para a pequena menina parada na porta do quarto, a menina era eu, segurando meu inseparável ursinho azul em uma mão e coçando os olhinhos com a outra. Caminho aos tropeços e subo na cama dos meus pais, ficando entre minha mãe, e meu pai, que no momento estava em um sono profundo.

- Não consigo dormir, estou tendo pesadelos. – Minha voz suave e sonolenta ecoa pelo quarto, quase como uma melodia para o coração espedaçado de minha mãe. A mulher passa um dos braços em volta do meu pequeno corpo frágil e magro, acolhendo-me, sentindo o calor que emanava de seu corpo cheio de vida e disposição. Se assemelhava a uma fonte de vida.

- Quer me contar sobre esses pesadelos? – Questiona, deixando um beijo casto no topo da minha cabeça.

- Hm, pode ser. Um grande buraco negro me engolia no espaço e monstros me sugavam para o nada, o vlácuo. – Explico, deixando pequenas lágrimas brotarem em meus olhos escuros.

- Ah meu amor, mamãe sabe exatamente como você está se sentindo. Mas não chore. Você sabia que os sonhos possuem significados muito importantes? – Apenas neguei, em silencio. Minha mãe continuou. – O buraco pode significar várias coisas, como uma fase nova na sua vida, reiniciando seus pensamentos para algo novo, você ainda está apenas aprendendo. Ou, pode ser somente os seus pensamentos criativos muito aflorados.

- Certo. – Me afastei um pouco dos braços de minha mãe, tendo a mesma em meu campo de visão. – Um dos meus colegas da sala gosta de fazer piadas sem graça soble mim, porque as pessoas são assim? – Lucia consegue ver angustia nos meus olhos, então, segura meu rosto em suas mãos com leveza, sentindo a minha pele macia. Delicadamente move a minha cabeça para o colchão.

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