Wrong conclusions.

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Maya's Pov

Depois de vários shots e vários copos virados de uma só vez, eu conseguia sentir que já estava ficando bêbada. Estava sentindo o corpo agitado e minha cabeça girava, o álcool continuava queimando tudo dentro do meu estômago, eu odiava essa sensação.

Depois de ter ido ao banheiro e voltado, vi que Carina estava sentada onde eu estava anteriormente. Ela conversava animada com Andy, Vic e Travis, parecia que já se conheciam há anos. Me aproximei da mesa e ela me mostrou um enorme e sincero sorriso, aquele maldito sorriso, que antes estava sendo direcionado ao homem que estava a seu lado na outra mesa.

— Maya, achei que não ia falar comigo então eu vim até sua mesa. — Ela disse se levantando e se aproximando de mim. — Seus amigos são bem legais.

— São sim. — Tentei soar sóbria, mas ela percebeu, pegando na minha mão e me puxando para um outro lugar mais tranquilo, uma mesa especialmente para duas pessoas que ficava no fundo do bar.

— Aconteceu alguma coisa? — Indagou após se sentar, mencionando que eu fizesse o mesmo, e o fiz.

— Não, por que?

— Não sei… Parece outra pessoa, diferente daquele dia que foi me visitar no hospital. — Passei a mão na nuca e direcionei meu olhar para a italiana. — Espero não ter feito nada.

— Claro que não Dra DeLuca.

— Nossa quanta formalidade. — Ela fez menção com a mão para um garçom que estava por perto.

— Vou querer mais três shots. — Falei para o garçom que assentiu. — Vai querer o que?

— Nada, não estou bebendo hoje. — Sorriu para garçom e prosseguiu. — Vou querer apenas água, por favor.

— Mas estava bebendo agora pouco com aquele cara. — Disse alto sem pensar, chamando sua atenção.

— Maya, eu não estava bebendo com ninguém, e você está se referindo a quem? Ao Tony?

— Vocês são bem próximos, é um relacionamento muito bonito.

— Você não está sendo justa, Maya. — Passa a mão pelo cabelo, colocando uma mecha atrás de sua orelha. — Você está bêbada e com certeza está tirando conclusões erradas.

— Conclusões erradas… — Gargalhei alto e ela me olhou confusa. — Ele não sai do seu lado um minuto, naquele dia do hospital só faltou lhe comer com os olhos, e você estava gostando.

— Maya, não fala bobagens, a gente mal se conhece. — Tomou sua água na qual o garçom havia deixado agora pouco. — Não vou te explicar nada nem discutir com você, está bêbada e não imagina as palavras que está proferindo.

— Não es-estou bêbada coisissima nenhuma. — Virei todos os shots de uma só vez. Em minha consciência, a pouca que ainda me restava eu sabia que estava bêbada, e muito provável iria me arrepender de tudo que estava falando.

A mulher italiana ao meu lado jogou a cabeça para trás e soltou o ar pesado de seus pulmões, ela usava uma roupa simples, e seus cabelos estavam soltos sobre seus ombros. Observar Carina era algo que eu passei a gostar de fazer, por mais que não tenha feito muitas vezes.

Ela tomou o restante de sua água e buscou seu celular em sua bolsa. Pareceu preocupada e ao mesmo tempo pareceu entediada e chateada, algo que eu não saberia explicar bem a razão. Jogou o cabelo todo para um só lado com a mão e me olhou fixamente em meus olhos. Não desviei o olhar, fazendo com que ela também não o fizesse, quase como se estivéssemos mantendo um diálogo silencioso.

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