Constant struggles.

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Oi, primeiramente quero agradecer por todo apoio e carinho que vocês me dão. Me desculpem pela demora nas atualizações, estive/estou em momentos difíceis comigo mesma. Não desistam de mim e nem da história, eu prometo que tentarei ser um pouco mais rápida.

Este capítulo está dedicado para Sofia, que mesmo me cobrando por capítulo novo todos os dias, me dá apoio e entende o motivo da demora.

Enfim, é isso, boa leitura, espero que gostem. ♡

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Carina's Pov
Seattle, Março de 2021.

Durante toda a minha vida passei por todas as fases que tinha que passar, apenas com um pedaço enorme de mim faltando, mas ainda assim vivendo as experiências que uma jovem adulta deveria viver. Descobri minha orientação sexual muito cedo, aprendi com meus erros, quebrei a cara com algumas paixonites, fui traída, sorri nos momentos que precisava e até mesmo por nada, chorei bastante, e me sabotei o tempo todo, sempre que possível. Os poucos amigos que conheci na faculdade e na companhia de ballet ainda me acompanham, não tão intimamente e não com muita frequência, não como antes, quando todos estavam com pena de mim por causa do acidente, essa fase passou, e mesmo com toda essa estranheza que emana de mim, que continuou crescendo a cada ano, eles não saíram do meu lado.

Aos vinte e três anos decidi voltar para a Itália, e logo após a minha volta, perdi meus pais e meu irmão mais novo em um acidente trágico de carro, era como se A vida estivesse rindo da minha cara o tempo todo e me fazendo perder tudo que eu mais amava. Desde então, sou eu e apenas eu contra o mundo e contra todos os meus problemas internos e lutas diárias contra os demônios da minha vida. Continuei na Itália por mais seis anos, me formei na faculdade de medicina, agora, sem poder seguir mais com a carreira de bailarina, sou ginecologista obstétrica. Eu tentei seguir com a minha vida, não foi fácil, não é fácil, nunca foi, desde aquele novembro, há dez anos atrás.

Quando acordei hoje, olhei pela janela do meu quarto, o dia estava cinza, frio, sem sentido e sem vida. Fechei os olhos e estranhamente a primeira imagem que invade minha mente é do rosto do meu irmão. Meu doce e querido irmão. O pouco que consigo lembrar é o suficiente para me tirar o fôlego e ter a certeza completa de que ele era um ser humano de luz intensa, como as estrelas.

Agora com trinta e dois anos, minhas escolhas e decisões me levaram diretamente para o oposto do que eu pensava que seria. Nada saiu como planejado, ou como eu tinha imaginado, nada de bom aconteceu depois daquele incêndio, nada que pudesse me fazer querer viver novamente, nada que me desse um propósito. Nada saiu como planejado, e minha vida estava completamente uma bagunça. Olhei para as caixas empilhadas ao lado da minha cama no quarto e passei as mãos nos cabelos, respirando fundo.

Flashback On.

— Eu irei com você. Não vou sair do seu lado, Carina. — A bombeira disse sincera e eu fechei os olhos, acariciando sua mão e segurando com mais força. Para ter certeza que não ficaria sozinha.

Senti a loira sentar ao lado da minha maca dentro da ambulância, e o automóvel começou a se mover. Eu não conhecia a bombeira em questão, mas algo dentro de mim dizia que eu não podia deixá-la escapar, não agora, não no meu estado.

Quando a ambulância finalmente parou em frente ao hospital, a loira abriu as portas e saiu depressa de dentro do veículo, dando todas as informações necessárias para os enfermeiros e médicos que estavam prontos para me ajudar. Eu estava fraca e minha visão estava turva, eu não conseguia assimilar muito bem as pessoas, ou as coisas que eram ditas por elas. A última coisa que me lembro antes de fechar os olhos foi a mão da bombeira segurando a minha novamente enquanto eu sentia ser arrastada para dentro do grande hospital.

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