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.Que.Foi.Aquilo???? Eu não sei o que deu em mim, não sei o que deu nela, eu não sei mais de nada. Nada faz sentido. Quer dizer, tudo perdeu o sentido na hora exata em que aqueles olhos cor de chocolate encontraram os meus. Ela me deixou inebriado, fascinado. Eu simplesmente não soube como reagir e agi feito um adolescente apaixonado. Não. Eu não estou apaixonado. Noah Urrea não se apaixona. Decido parar de pensar nessas abobrinhas e ligo para Barbara. Ninguém melhor que ela para me fazer esquecer qualquer coisa. Dois minutos depois de desligar comigo, Barb aparece com uma de suas lingeries ultra sexy na minha porta. Mas…diferente das outras vezes, eu não sinto absolutamente nada. Nem mesmo um calorzinho. Nada.
-Noah? Você prestou atenção em algo que eu falei?
-Me desculpe, Barb, eu não prestei, você pode repetir?
-Eu estava dizendo que fui promovida na revista e agora vou ser editora-chefe da Le Mond.
-Uau! Meus parabéns, cara. Você merece. Nossa, que notícia boa!
-Obrigada, amigo, acho que agora nós poderíamos comemorar, hein.- Diz enquanto beija meu pescoço.
-Sim, podemos.
-Noah, eu te conheço, aconteceu alguma coisa. Você sabe que pode confiar em mim para contar qualquer coisa.
-Ai, Barb, você me conhece mesmo, não é?! Bom, a minha nova advogada, ela mexe comigo de um jeito…diferente.
-Meu Deus, Finn, isso é maravilhoso.
-Eu não sei ao certo. Eu não sei como agir quando a vejo e não consigo pensar direito quando ela chega muito perto.
-Você está apaixonado e isso é ótimo.
-Mas parece errado.
-Mas não é. Noah…Já faz dois anos desde que aconteceu aquilo tudo com a Sina, você merece amar de novo, você merece ser feliz, você precisa se dar uma nova chance.
-Eu não sei, não faz sentido, sabe?! Ser feliz sem ela…Sem a minha pequena. Me parece egoísta seguir a minha vida e sair sorrindo por aí enquanto ela nem mesmo teve a chance de descobrir o que é alegria. Me parece injusto ser feliz quando eu nem mesmo tive a chance de me despedir. Se eu não estivesse longe, se eu estivesse lá…
-Se você estivesse lá, você não poderia ajudar do mesmo jeito, você não é médico. Eu não imagino o tamanho da sua dor, não imagino o quanto você sofreu e sofre com essa perda, mas infelizmente ou felizmente, a vida continua, meu amigo. E com certeza ela iria querer ver você feliz, vivendo.
-Eu realmente não faço ideia do que fazer. Eu nem mesmo sei se a Any gosta de mim também. Não sei decifrar o que sentimento é esse e o quão intenso ele pode ser.
-Esse sentimento, nós já sabemos que é paixão, resta você admitir isso para si mesmo. Mas já que você está tão perdido, espera mais um pouco, embora eu ache que você já esperou demais para seguir em frente, vê no que vai dar, deixa as coisas acontecerem e esse sentimento tomar um pouco mais de forma até você admitir o que ele de fato é.
-Acho que você tem razão, realmente faz sentido.
-Eu sempre tenho razão, baby.
-Convencida.
-Sou mesmo.
-Obrigado, de coração, por tudo.
-Não precisa agradecer, você sabe que por trás da nossa amizade colorida existe uma amizade forte e verdadeira. Só não te digo que te considero um irmão porque não sou de apoiar incestos.- Dito isso, nós rimos.
-Você é demais, garota!
-Eu sei que sou. Agora, eu preciso ir porque a editora-chefe precisa chegar cedo na firma amanhã.
-Tudo bem. Mais uma vez parabéns e obrigado por tudo.
-Não há de que, vizinho. -Beijos, vizinha editora chefe.
Assim que ela vai embora, eu começo a pensar sobre a nossa amizade um tanto…diferenciada. Nossos pais são amigos desde crianças, portanto nós também somos. Três anos atrás, Barb se mudou para o meu prédio e nós voltamos a conversar. Minha primeira vez e meu primeiro beijo foram com ela, depois disso nós mantemos essa amizade colorida por anos. Até ela ir para a Inglaterra estudar jornalismo. Logo depois que ela se foi, aconteceu uma série de acontecimentos dos quais não quero me lembrar na minha vida. Um ano atrás nós voltamos com a amizade colorida, mas nunca nos envolvemos amorosamente, na verdade não é nada mais que pegação e conselhos. Podemos tranquilamente viver sem a parte da pegação, mas não queremos. É bom pegar alguém que te conhece e sabe de tudo o que você gosta e não gosta. Mas a Barb sempre foi a primeira pessoa a me incentivar a “recomeçar “a minha vida, como ela mesmo diz. Embora eu ache que não estou completamente pronto, talvez minha amiga tenha razão e eu realmente deva tentar.
Perdida. Essa é a palavra. Eu estou total e completamente perdida. Eu jurei nunca mais me apaixonar por qualquer pessoa com quem eu pudesse me envolver profissionalmente. E todos sabem a receita da ruína no amor: se apaixonar por um galã boêmio de Hollywood. Any Gabrielly Rolim Soares não se apaixona. Ou melhor, não se apaixonava. Ok, agora eu estou confusamente confusa. Á beira da loucura, chamo a Shivani para tentar me entender, visto que eu mesma sou incapaz de fazer isso no momento.
-Você está a pai xo na di nha.- Ela soletra bem devagar para me torturar um pouco mais. Como se estar apaixonada por Noah Urrea já não fosse tortura suficiente.
-Eu não estou. Eu não posso estar.
-É claro que pode. Já faz três anos desde que aconteceu tudo aquilo com o Josh e o Krys.
-É que ás vezes eu sinto que não vou conseguir amar de novo, sabe?
-E quem falou em amar? O primeiro passo para não se decepcionar é não pular etapas. Vai vivendo o momento. Deixa arder. Só estou te dizendo para ir um pouco mais além de uma noite.
-Eu não se se consigo.
-Talvez esteja na hora de descobrir.
-Realmente.
Conversamos mais um pouco e passamos o resto da tarde juntas até que ela recebeu uma ligação do hospital e precisou ir ver um paciente. Ser a cirurgiã plástica mais procurada de Manhattan era algo bem trabalhoso, mesmo Shivani fazendo parecer absurdamente fácil.
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Até quarta meus amores
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Não existe amor em Nova York- Noany
Fanfic[EM ANDAMENTO] Any Gabrielly estaria disposta a superar a dor do luto e seguir em frente? As pessoas realmente são quem elas dizem ser? O amor existe em Nova York? Só saberemos as respostas quando essa história chegar ao fim.