Parece que o jogo virou, não é mesmo?

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Acordo e olho para o lado

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Acordo e olho para o lado. Vejo que ela não está na cama. Olho no banheiro e em todo o quarto. Suas roupas também sumiram, eu fico boquiaberto, ainda tentando compreender. Noah Urrea acordando sozinho depois de uma noite em que foi dormir acompanhado. Essa é nova. Olho para o relógio e vejo que são 12:40, será que a Iasmin realmente estava falando sério quando me mandou ir embora de tarde? Nossa, mas a tarde acabou de começar e a Any, certamente, foi embora há tempos.

Confuso e um pouco chateado, ligo para a única pessoa que poderia me esclarecer alguma coisa -a mesma pessoa que inventou tudo isso. Ela atende no terceiro toque, com uma voz de ressaca horrorosa.

-Joalin, ela foi embora. Ela foi embora antes de eu acordar.

-Alô? Noah? O que?- Diz visivelmente bêbada.

-A Any. Nós dormimos juntos e foi maravilhoso. Eu pensei que fôssemos, no mínimo passar o dia juntos, mas ela foi embora e quando eu acordei a cama estava vazia.

–Uaaaau. E qual a surpresa? Eu te avisei para ir embora logo no dia seguinte. Tudo bem que dessa vez ela foi bem rápida, mas eu sabia que isso iria acontecer, a Any não faz o tipo romântica, e apesar de gostar de você, ela jamais se entregaria de primeira.

-Pois se ela acha que eu vou rastejar atrás dela, ela está enganada.

-Duvido que não, você está louco por ela.

-Eu não preciso disso.

-Não precisa, mas quer. Enfim, meu trabalho aqui está feito, vou curtir meu Natal com a minha noiva, agradeceria se você não me ligasse de novo. Tchau.

E ela desliga. Acho incrível como a Any se relaciona com pessoas tão mandonas quanto ela.

Decepcionado e sem ter o que fazer, junto minhas coisas e vou para o aeroporto, no caminho, ligo para Sam e conto tudo o que aconteceu. Ele ri da minha cara e diz que estou apaixonado. Eu digo que ele está errado, mesmo sabendo que talvez não esteja.

Assim que entro no avião, tomo o remédio mais forte para dormir que encontro, e mesmo assim não faz efeito. De mãos atadas, volto a pensar na noite anterior. Não tem como esquecer aquela diaba. Nem que eu queira. Que droga.

Horas depois, chego em casa exausto e decido me jogar debaixo da água fria. Me masturbo pensando nela. Foi o melhor sexo da minha vida, ela é tão boa na cama como é nos tribunais, aquela mulher é uma leoa insaciável. Nunca senti isso na cama. E muito menos na vida. A diferença entre ela e as outras mulheres com quem dormi -e o meu maior problema- é que com ela os meus sentimentos não se restringem só ao sexo. Eu sinto prazer com ela, mas não só quando estamos sem roupa. Sinto prazer em fazê-la rir, prazer em ver aqueles olhos cheios de paixão quando ela fala de algo que gosta. Eu sinto prazer em observa-la existir. E isso é a pior coisa que poderia ter acontecido.

Não existe amor em Nova York- NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora