VI

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Monique só queria transar e ter uma história legal pra contar depois de baixar a poeira, acabou confirmando os boatos sobre a péssima relação de Sants com o irmão.

Apesar dos pesares, barraco era barraco e não perdeu tempo em tomar um dos bombons como aperitivo. De tão séria a discussão, o nervoso ultrapassava a porta que o moço se recusou a abrir por não querer olhar na cara do outro ou quem sabe preservar a privacidade e esconder a presença dela. Se oferecessem dinheiro pra manter o bico quieto, não hesitaria aceitar.

As trufas de pimenta se tornaram suas favoritas nos poucos minutos em que assistiu uma acalorada briga sobre o quão injusto era a cobrança de agir como um palhaço de circo pra meio mundo, que lembrar da situação humilde que seus pais só deixaram graças ao trabalho duro dos dois pela carreira do caçula era a tática mais suja que Ítalo usava para mantê-lo na linha e que a pressão de seguir como marionete midiática em nome do medo deles em voltarem pobres pra Puerto Rico como se fosse sinal de fracasso era tão ridícula quanto a mania dele em falar em seu nome. Fofocas de qualidade e uns palavrões muito aleatórios em espanhol que soavam sexys graças a aura de badboy do moço e nessa hora lembrou do que foi fazer ali. Só que faltava era esse estresse todo broxar o cara justo quando aproveitaria daquele corpinho lindo. Egoísta, né? Nem perdeu tempo fingindo que não.

O que poderia fazer além de contemplar o desgaste fraternal do século? Pôr panos quentes ou passá-los pra um dos lados não era opção, mas se aproximar como quem não queria nada e beijar o pescoço de Santiago pra aliviar a tensão sim. Se fosse rechaçada era um sinal pra vestir as roupas e correr dali o mais rápido possível, mas não ocorreu. De tão rendido a ela, o moço desistiu de discutir e do outro lado Ítalo o chamou de irresponsável em duas línguas diferentes por compreender o bastidor da mudança de postura e a única reação de Santiago foi puxar os cabelos da nuca de Monique e devolver o gratificante e bem vindo beijo. Quanto ao escândalo, pediu para que a "hermosa" não ligasse e ela preferiu esse tom e idioma que quando foi chamada de gata no seu. Enfim, por ela tava tudo enterrado, mas se ele queria relaxar, podia enterrar-se inteirinho nela pra ter mais ânimo pra brigar depois.

De volta aos delírios de fã que ela queria realizar, se livrou logo da maldita toalha e não escondeu gostar muito do que viu. Sem o clichê de gigantismo porém bonito até, na expessura perfeita de suas fantasias e mal podia esperar pra praticá-las, mas concordou que um pouco de curtição pré sexual não cairia mal. Doces foram a oferta milagrosa pra melhorar o humor dele e até que foi envolvente aceitar os ótimos confeitos dela depositados em sua boca. Meio aleatório dado o contexto, mas tava gostoso. Se recusou a mandar um "tão deliciosos quanto você" porque era capaz dela perder o tesão de tanto rir, logo manteve-se na saga de mocinho turbulento pero gostoso porque ela não tava afim nem de suas relações tumultuadas ou cantadas furadas e sim de se divertir. O que podia oferecer em troca do mimo? Tinha muita bebida ali e ele a ofereceria todas contanto que já tivessem transado. Poucas coisas eram tão excitantes quanto a certeza da sobriedade e do consentimento de uma mulher. Ficava no orgasmo simples e puro mesmo, mas antes um minuto pra apreciar uma das minas mais bonitas que já pegou.

Teve seu momento de musa venerável quando ele ligou o som pra abafar a voz externa e a tirou pra dançar uma vez que sua roupa o atraía demais para passar despercebida. Girou-a na mão, pegou seus quadris e dançou com ela bons instantes até recuperar a vibe necessária pra dar a atenção que ela merecia, o que não foi difícil na companhia daquela gostosa que rebolava bem demais. Se os demônios fossem todos como ela, deixaria de lado as rezas que sua mãe ensinou e entregaria sua alma pra moça que o jogou sentado na cama. Longe de ser a primeira moça com a brilhante ideia de embalar o romance com uma das canções dele e dar seu melhor numa dança privê, a originalidade nunca foi ambição de Monique. Seduzi-lo sim e bateu a meta só com a coreografia mais simples que o TikTok ensinou. De costas, abriu e fechou as pernas pra aumentar o impacto visual da ginga e o sobe e desce deixou sua bunda mais cativante. E ela foi descendo, descendo e em momento algum perdeu o ritmo. Lindo de ver, mas ele quis participar e bastou que ela levantasse pra chegar mais perto que deu seu jeito de puxá-la pra ele até que ela caísse encaixada em seu colo.

Arfou assustada e cuidou pra se equilibrar enquanto as mãos deles se enfiavam pelas dobras em sua cintura até cercarem suas ancas e, com mais força, encurtar o espaço entre eles. Cheirar seu pescoço eriçou os pêlos de Santiago e entre um beijo e outro pelo colo, elogiou seu perfume provocando um sorriso mais safado e envaidecido. Beija aqui, aperta ali. Deu toda a liberdade para ele descontar a frustração em tapas na sua bunda e, graças a isso, acabou com as duas mãos dele marcadas e enormes em ambos os lados. Gemeu contra os lábios dele e devolveu lanhando suas costas. Empolgado, mordeu seu rosto e repetiu o gesto para um replay das reações dela. Não foi igual. Dessa vez Monique gritou baixo, se remexendo lenta em seu colo. Foi infinitamente mais gostoso!

Ordenou o prosseguimento da dança e, travessa, demorou só pra apanhar mais. Com uma pegada dessas, dispensar o toque era burrice, mas ele não deu o que ela quis. Em vez disso, deslizou por sua coxa roçando os dedos afundados na carne mole, um contraste com a brutalidade da mordida em seu ombro e do puxão de seu cabelo.

— Agora, hermosa! - rompeu a falta de diálogos e a última barreira da excitação que ela aliviou se roçando contra ele.

Seus lábios inchados ao fim da música depois de tanto beijá-lo e considerá-lo mais gostoso do que em seus mais perversos sonhos. Mal deu falta do sutiã que ele desabotoou, encarou-o hipnotizado pelos piercings argolados com pingentes de pimenta que enfeitavam seus mamilos, tal como com seus seios por inteiros. Se ela citasse as joias na conversa, teria dado um jeito de antecipar o encontro de tão tarados pela excentricidade que deixou os charmosos peitos rajado de estrias e auréolas agigantadas dela ainda mais bonitos, puta merda. Agarrou-os com delicadeza pois nem o mais forte desejo de marcá-los inteiros com apertos ou mordidas valia o crime de profanar coisa tão bela, mas a sensibilidade dela nas extremidades seria gratificada com a melhor mamada que já recebeu, guiada pelos agudos emitidos pelo descontrole de sua voz rouca. Como retribuição, passou as unhas pelas tatuagem que marcavam seu bíceps, o peitoral e o mordeu bem perto dos três pontos aglomerados entre o ombro e a nuca, passeando com a língua por onde o notou reativo.

A lei da atração funcionava reversa na vida da moça, pois quando pensou estarem gastando muito tempo com preliminares quando havia o risco de algo atrapalhar, o telefone do moço tocou porque é claro que o único celular não coletado na porta daria o ar da graça no pior dos momentos e pior, não dava pra ignorar a mãe do cara do nada assim.

Ele tinha sorte de ser extremamente delicioso ou teria desistido!

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