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Num dos últimos stories da conta de Sants, ele anunciava a chegada. Tática básica de marketing básica pra chamar o público da cidade pro show, mas a ultimamente egocêntrica Monique não viu mal em jurar que o aviso lhe foi direcionado. Já que a vida lhe abençoou com um clichê gostoso desses, o viveria com estilo sem arrependimentos.

O próximo se tratava do show que ele até ofereceu entradas, mas estranho seria para seus amigos que aparecesse lá do nada depois de choramingar horrores a falta de grana pra esse rolê. Ficava pra próxima, Santiago jurou pelo fake e isso ela cobraria. Continuava sendo uma fã ávida por performances e apresentações, afinal.

Foi a última coisa que viu antes de entregar o celular na porta da casa que a produção do moço alugou pra tal festa que quando chegou com os tais doces que supostamente foi contratada pra entregar. Cuidado nunca seria demais em uma casa com tanta gente rica, famosos, subcelebridades de bairro e poderosos fazendo o que não deviam. Só avisou as amigas que não voltaria tão cedo pra casa e desapegou em nome de fazer mais perversidades que o planejado quando enfim seguisse à risca a ordem do anfitrião em "receber seu pedido direto no quarto graças ao cansaço". História furada que ninguém daria atenção por estarem ocupados demais, amém.

Passar despercebida seria o menor dos problemas perto de achar o quarto certo. Deus a livrasse de abrir a porta errada e interromper a foda de alguém. Hora de usar seus conhecimentos de fã e apostar no número da sorte que ele tatuou entre os dedos direitos e entrar direto na 7ª porta do corredor. A jaqueta que ele usava nos stories do show no chão e a voz que assobiava de lá do banheiro, gente como a gente, sinalizaram acerto, ainda bem.

Trancou a porta, deixou os bombons de pimenta na mesinha e quase derrubou a caixa na ânsia de se livrar do macacão da doceria, disputando com suas obras quem pareceria mais apetitoso. Se soubesse do inferno que era encontrar uma lingerie tamanho 52 que fosse bonita e coubesse em seu orçamento, Santiago não teria marcado pra tão em cima o encontro, mas o que Monique não faria pra suprir a própria necessidade de sentar num pau gostoso? Lá estava linda e bela num conjunto vermelho conferindo se por acaso a roupa de trabalho não lhe deixou fedendo a gordura ou outro preparo da cozinha. Bendito impulso consumista que lhe rendeu o kit cheirosíssimo que perfumou seu banho, pois graças a eles estava em pé de igualdade com o cara que desligou o chuveiro.

Jogo rápido. Conferiu as curtas plumas que enfeitavam sua pouca roupa, colocou o arco de chifres que trouxe na bolsa e se encarou no espelho como se fosse possível encontrar algum defeito em sua aparência. Tomara que a foda valesse sua disposição, mas achou melhor não trair mau agouro. Foi o tempo de retocar o gloss e tirar o excesso de rímel que escorria pelo canto de seus olhos verdes e se deitar de lado na cama com uma pose magistral digna de qualquer quadro renascentista. Obra divina, com o perdão do trocadilho com a fantasia escolhida a dedo para provocar. Mordeu a unha o mais sexy que pôde e pronto, ele surgiu deslumbrante pelo portal onde pairou paralizado.

Uau! Morrer e encontrar um anjo era uma frase clichê. Morrer e encontrar a luxúria encarnada louca pra lhe mostrar a perdição fazia mais o seu estilo. Monique riu agradecida, mas não se rendeu aos corriqueiros protocolos dos encontros. Reclamar jamais, porém, com toda a sinceridade, não queria seus elogios, queria seu pau. Fundo, de preferência. Se na garganta ou bunda, ele ficava livre pra escolher.

O susto da presença estranha durou dois segundos até se transformar em um riso sacana que muito mal movimentou o canto direito de seus lábios. O olhar queimou no caminho que seguia a mão que percorreu pela pele mais desejada do último mês como um convite. Gostosa! Muito. Uma das poucas com quem saiu que eram mais bonitas fora do Instagram, mas ele não tava ali pra ficar comparando mulheres. Secou os cabelos molhados que combinavam com a calcinha dela. O queixo quase caiu junto da ficha de se deparar com Santiago Uchoa em carne, osso e sexappeal lhe encarando doido para lhe comer. O homem era lindo! Às claras então... E parecia tão gostoso que seus dentes lanharam a boca automáticos.

O que ele tava esperando pra dar as caras, hein? Santiago adorava as garotas sem tempo a perder, mas a maior graça era torturar com uma tensão enorme até elas suplicarem um contato mais bruto como o que o rosto de Monique transparecia desejo. O cair da toalha não foi planejado e por impulso segurou parte dela, tampando a única parte que ela se interessava em ver logo e causando efeito de curiosidade semelhante à um striptease. Ela queria mais? Por que não via mais de perto? Se aproximou da cama e a percebeu trêmula só de sentir a ponta de seus dedos roçarem sua coxa. Mirou o fundo dos olhos de uma Nicky alucinada e doida para lhe conhecer melhor, claro, cortando a parte em que sabia mais da vida dele do que uma desconhecida deveria, e puta merda, quanto mais excitada mais gostosa ela parecia e mais queria pegá-la pelos cabelos e arrastar seu rosto largo até ganhar o boquete que os lábios brilhantes e inchados de tesão dela prometiam, porém se tinha algo que Sants adorava era atrapalhar a vida e os desejos de Santiago. Realizou o movimento pra beijá-la como tanto quis nos últimos dias e lamentar ter que deixá-la esperando dois segundos até que mandasse seu querido irmão pro inferno antes que ele derrubasse a porta na pior hora pra bancar o excelente empresário.

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