IV

3.4K 560 371
                                    

O que começou tímido e desconfiado, no auge das três horas perdeu todo o pudor.

A essa altura, sabiam que tinham um ótimo senso de humor e que por ventura tinham coisas em comum. O papo de se descobrirem almas gêmeas não colava, Mas nenhum a graça de um flerte durava pouco tempo caso restrito a assuntos sexuais e as tão faladas "fotos de agora".

Para Santiago, bom saber que acertou enfim em uma garota que não ficasse só falando do quanto amava suas músicas quando nem sabia uma delas direito, se divertindo com áudios desastrosos dela tentando acompanhar a velocidade de suas rimas. Pra Monique, o que podia ser melhor que descobrir um lado de Sants em que ele curtia séries de investigação policial, piadas ruins, bons drinks adocicados e, como bom conquistador, dar mimos de qualidade pras garotas com quem saía. Recebeu uma pizza por conta do cara, isso o tornava um dos flertes mais legais que já teve.

Gratidão expressada por um foto sua só de sutiã sem mostrar muito de seu rosto além dos lábios que lambiam os dedos sujos, isso por malandragem. Ser pouco adepta de sedução virtual não tirava dela a sagacidade da proteção e quem era Santiago pra reclamar? As fotos dele também eram escuras por motivos de segurança. Nada pessoal, gata, mas nunca se sabia quando imagens íntimas de um famoso poderiam hitar nas redes e a consciência de que pouco afetaria sua vida moral diferia de querer contratempos e uma exposição desse nível ou arris patrocínios importantes. Monique não reclamou. Homens misteriosos eram excitantes e o que mais tinha curiosidade de conferir tinha destaque especial. Belo volume. Bem atrativo por sinal. Ruim mesmo era não conseguir ver muito das belíssimas tatuagens dele que tanto a excitavam mas em breve as veria num ambiente em que ele não se preocuparia com reconhecimento, esperava. Uma chance de lamber a barriga dele todinha, centímetro por centímetro, antes da mão dele agarrar seus cabelos enquanto mamava seu pau até engasgar e ela nunca mais reclamaria da monotonia da vida.

Ainda flertava com seu ídolo, certo? Descolou uma versão especial do refrão de sua letra favorita, a do tal clipe que reassistiu mais cedo, especial e jurou que ele cantava melhor sem o autotune que agora parecia tão excessivo quanto os haters diziam e ele concordava, mas quanto mais famoso ficava mais perdia a autonomia, né? Quando conquistasse sua live desplugada em que pudesse lembrar de quando era só mais um cara rimando na praça de um bairro do centro de San Juan, a capital do Porto Rico, prometeu um convite especial que nem precisava e ela sabia da chance de ser esquecido como qualquer promessa de um homem excitado, mas valia a intenção.

Sabe o que também valia? Fotos dele segurando o nó da toalha, com a água escorrendo em meio às poucas áreas iluminadas do corpo. Pra um suposto tímido, ele sabia incitar que era uma beleza, né? Longe de reclamar, abanou o rosto quente e, de novo, mirou o monte saliente perto da fenda do tecido, mordeu a boca. Ficaria para trás? Não! Devolveu-se ainda mais gostosa. Visão aérea e o rosto dela era lindo, mas o que eram aquelas coxas sensacionais enfiadas em meias 3/4 brancas transparentes cujo a inocência sequer os traços de gatinho que enfeitavam as bordas grossas conseguiam manter?

— Queria enfiar minha cara entre as suas coxas! - pensou e respondeu rápido.

Não tinha nude no mundo que superasse a voz rouquinha desse homem praticamente sussurrada em seu ouvido. Se o tesão não subiu pelas paredes, o ego tomou tal espaço. Que vaidade não passaria dos limites ouvindo Sants quase gemer a necessidade dele em lhe chupar enquanto esmagado por suas pernas? Ela quase enlouqueceu!

Resistiu bravamente por toda a conversa porém sua calcinha pesou mais do que gostaria, porém injusto ser a única. Agora que tinha a liberdade de gerar nele fantasias semelhantes com as que pervertiam sua mente, aproveitaria firme. Todos os cursos de fotografia com smartphones que fez encontraram emprego melhor que alavancar perfil virtual de doceria na hora em que se ajoelhou numa cadeira em frente ao espelho, ajeitou melhor o contorno da calcinha, empinou a bunda e pronto! Fim de jogo! Aquela luz, aquela pose e aquele rabo que, mesmo que não prometesse nada, merecia as melhores rimas de lovesong que pudesse encaixar no próximo EP!

Vídeos de masturbação eram broxantes na sua opinião e em vez de imagem monótona dele acariciando o próprio pau, um áudio claro e lindo de seu instrumento de trabalho ecoando pelo quarto numa performance apoteótica que não seria capaz de reproduzir nem em premiações. Combinou muito com o nervoso da fricção dos dedos que percorriam o úmido vão entre suas coxas. Divino. Marcante. Único. Melhor ainda: exclusivo. Ousou em imitá-lo e gravar-se clamando o nome dele. Não Sants, mas Santiago. Um deleite que tornaria qualquer trabalho solo obsoleto. Nos próximos dias, sua maior obsessão seria assistir esse espetáculo ao vivo, a cores e a toque. O mais rápido possível!

Onde ela morava mesmo? Voltou na bio pra saber e conferiu sua agenda. Puta merda, que sorte! A cidade tava no mapa e em poucos dias. Dispensou o hotel costumeiro do fim de semana e seu irmão ficaria contente ao vê-lo ceder ao apelo por uma festa dessas em que se enche a cara de patrocinadores e contratantes de bebida, comida e modelos lindas. Ótimo pano de fundo pra comer sua mais deliciosa ambição.

@firegod: vou fazer um show aí por perto esse fim de semana e vai rolar um After depois. Se tiver afim... Caralho, eu preciso muito te foder! - assumiu perdido.

Sants a convidava pra uma festa? Santiago Uchoa implorava uma chance de fodê-la? Um rolê privativo em que ele a trataria como atração principal? Não hesitou aceitar. 

F*ckstories ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora