III

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Santiago não tinha tempo a perder, literalmente.

Os ensaios, fotos, entrevistas e todo o combo da vida dos famosos que nunca esperou viver de fato um dia consumia muito de sua agenda e por melhor que fosse a conversa com qualquer mulher, infelizmente não podia dar tanta atenção assim. Louco não era de perder dinheiro e compromissos por tesão e não que seu alvo não valesse o esforço, pelo contrário. Alguém que entendia seu lado e não cobrava o tratamento de paixão avalassadora pra atração física merecia o devido valor, sabia bem.

Requisitado como era, Monique imaginou que ser notada, respondida e correspondida por alguém do porte social dele era um privilégio e se de um lado soava corrido, do outro era ótimo. Isso o tornava direto e sem rodeios. O lado romântico onde ele prometia canções inspiradas nela, a citava incomparável e invocava uma paixão falsa para atraí-la ele ficaria devendo, mas a achou linda, atraente e queria a chance de fodê-la gostoso qualquer dia, podia ser? Amado, no sentido figurado da palavra, óbvio, bastava marcar um dia. Ela que não bancaria a difícil!

Conhecer Santiago além do título de Sants não foi tão encantador quanto as histórias contavam mas não perdeu o glamour. Porra, um cantor super gostoso pra quem pagava mó pau surgindo na DM lhe dando a oportunidade de pagar um boquete digno das suas fantasias mais profanas e sendo sincero ao não lhe prometer um super romance, mas garantir um prazer eterno enquanto tudo durasse? Puta merda, parecia um sonho distante mas graças a Deus não era.

Se contasse, ninguém acreditaria, o que não seria problema uma vez que prometeu sigilo. Como já dito, ele prezava pela discrição da vida pessoal e quem era ela pra impedir? Não queria estampar revistas apesar da publicidade pra seu negócio cair bem. Muito menos queria a atenção das Santas, como chamavam o fã clube, voltada para suas fotos e detonando sua imagem como se sair com o ídolo máximo delas lhes desse esse direito. Só tava afim de dar uns amassos cabulosos num motel caro por aí depois de flertar pela conta fake que começou a lhe seguir quando a outra que puxou conversa não tinha sequer a liberdade de curtir uma foto por acidente sem acabar com diversos portais e blogs confabulando sobre sua vida amorosa. Não foi uma intencional a crítica à hiperexposição das celebs, até porque esse papo não combinava com algo muito mais privado que as conversas.

A troca dava liberdade, pois enquanto a conta oficial e verificada de Sants era compartilhada com meio mundo de funcionários e suscetível à ataques por pertencer a uma celebridade, a mais simples e até murcha era pessoal, secreta e íntima. Tudo o que alguém precisava para expor seus piores lados e se entregar a fantasia louca que demorou a se encaixar em sua cabeça. Bloqueou a tela que se tornou espelho de seu rosto confuso. Será que não alucinava no pós masturbação e tudo era obra de sua criatividade? Pensou nisso durante a preparação do chantilly e, no fim, concluiu que não precisava fazer sentido contanto que a fizesse gozar. Pra caralho, de preferência.

Entregou tudo o que precisava pra fechar o dia de trabalho e já era noite quando pôde programar melhor sua vida virtual. Nada muito fabuloso além de incluir o fake nos tais stories privados e tirar o resto, até a oficial. A chance de acontecer alguma dúvida ainda existia, entretanto o perigo serviu de tempero. Pra experimentar, bastava uma blusa de alças finas que valorizasse seu colo e a mordida no lábio foi um bônus. Moço de sorte esse espectador!

Não era a garota mais linda que já viu e nem curtia isso de comparar belezas, porém entrou fácil em seu top 10, principalmente pelos lábios bonitos enfeitados em tom de pimenta. Tão apetitosos que causaram arqueamento ladino nos seus. Curtia o ar direto de quem lançava charme sem privar os dois das intenções tão claras quanto maliciosas. De doce, só os que ela cozinhava e o clima caloroso da madrugada a dentro.

Quem precisava descansar quando se podia papear noite a dentro com uma gostosa que tinha até mais que o corpo e rosto lindos pra oferecer. Essa não era a hora em que descobria uma amiga fiel e possível parceira cheia de conteúdos na paquera da vez, mas às vezes era bom apenas rir de uma piada de mal gosto entre um áudio safado e outro, alternando entre gostosas e curtas risadas de doer a barriga e poses de doer outro ponto do corpo.

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