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VII

Santiago se perguntou se em alguma linha do contrato com a gravadora aceitou um azar tão grande quanto seu tesão pela moça insatisfeita em sua cama.

Uma coisa era mandar Ítalo para a casa do caralho, outra coisa era lidar com su Mama. Não dava pra ter interações desse tipo com ela na linha, seria até desrespeitoso. 

Por sorte o senso de privacidade de Mercedes superava o do filho mais velho e bastou um "ahora no puedo" com todo o carinho do mundo após a benção para que ela soubesse que não tinha o que se preocupar e era só mais uma das paranoias de pseudo empresário dele. Desculpou-se para caso o estivesse atrapalhando e desejou juízo, poucos minutos que pareceram eras. 

Gastou sua sorte inteira sendo notada e desejada por ele, Monique pensou. A intenção era só transar um pouco, como que acabou conhecendo metade da família dele? Aliás… 

— Mais alguém na sua família quer se envolver com a gente? - quis se certificar pois mais uma quebra de clima dessas e daria a noite por perdida. 

Mesmo ciente de sua parcela de culpa com os contratempos, cortou o caminho ao desprezar desculpas formais. Ainda tinha seu lado conquistador e graças a ele a moça permanecia à espera de sua atenção, certo? Beijou sua mão no tom necessário para que ela se sentisse especial, concluindo a tática com o riso lateral canalha que devolveu a umidade ao meio das coxas tão desejadas por ele, amém, mas Santiago não se satisfez enquanto não a ouviu arfar de tesão de novo. 

— Não quis te deixar esperando, mi chile hermosa! - apostou no gracejo que ela curtiu ouvir mais cedo misturado à referência às pimentas de seu piercing e a garota tremeu.

Outrora julgaria problemática essa fixação por seu espanhol nativo porém não estava no Twitter e não dava para foder a militância. Felizmente seu pau não tinha senso crítico. No máximo rolou reprimenda em forma de tapão na raba, mas ela gostou ainda mais que ele.

Mais um segundo longe dos lábios gostosos e do corpo farto dela e se consideraria um amante fracassado, não sendo esse o saldo final que queria para a noite. Em sinal de que nada mais atrapalharia os dois, jogou longe o celular desligado e aumentou a música para não ouvirem interferências externas nem se a casa pegasse fogo. O único incêndio a se considerar seria o dos lençóis quando entrassem em contato com tudo o que reprimiu graças às interrupções. 

Por meio das sobrancelhas expressivas de Monique se descobriu palhaço. Um pouco de diversão aleatória era saudável, não? Devolveu o olhar ardente lhe dirigido pela dama que o observava deitada de lado numa pose belíssima e o sorriso maldoso que enfeitou as bochechas redondas dela perguntava a razão de ainda demorar para se fazer presente. Se na cama mulheres reinavam, quem seria esse pobre súdito para negar um pedido seu? Rogou por perdão e por uma última chance de integrar as fantasias dela ao pegar firme em sua nuca e beijar seu pescoço. Golpe baixo! 

Na euforia momentânea, tal qual uma sereia, puxou-o de uma só vez na intenção de afogá-lo no mar de seus desejos. Como encontrar resistência em alguém tão dominado por seus encantos? Santiago se entregou tranquilo em troca da chance de se amassar com ela pelo colchão, a tocando grosso no descer as mãos pela espinha até agarrar sua bunda. A chance de serem interrompidos novamente não serviu de desculpa pra abandonarem os amassos mais calorosos, afinal queria guardar na memória qualquer pedacinho das formas dela, passeando a boca por entre as pintas em seu ombro direito. Para revidar os deliciosos apertos dele na flacidez mais escondida de sua coxa onde encontrou sensibilidade, foi mais direta e apalpou seu pau. Prioridades, né? Não quis arriscar um novo contratempo que lhe tirasse a chance de poder dizer um dia que punhetou um arrepiado Santiago Uchoa. Ao menos esse prazer não tirariam mais dela, porém queria mais e o homem continuava em dívida.