O apartamento encontrava-se virado do avesso. A mesa da cozinha partida e outras coisas também. O sofá estava virado ao contrário dando porteção para quem estivesse atrás dele. Eu e as raparigas ficamos chocadas com o que vimos. Eu pousei os meus sacos e fui até atrás do sofá. Esperando pelo pior respirei fundo e fechei os olhos. Quando os abri vi o Storm encostado ao sofá assustado. As raparigas começaram a vasculhar a casa à procura dos rapazes mas eles não foram encontrados.
"Onde é que acham que estão?" A Mags perguntou examinando a casa.
"Pelo que eu vejo eles lutaram contra alguém. Meteram-se em confusão de certeza." A Carley disse apontando para um buraco na parede. Defenitivamente causado por uma bala.
"E agora?" perguntei sentindo as lágrimas no canto dos meus olhos. Desde pequenina que tinha sido uma grande chorona. Uma das minhas muitas qualidades. Notem o meu sarcasmo. A Cam ficou pensativa por um bocado enquanto mexia no seu cabelo vermelho.
"Vamos à procura deles. E é agora!" Ela disse/gritou. Nós olhámos umas para as outras em medo. No que é que nos estavamos a meter a final?
Agarrámos nos sacos e saímos porta fora. Entrámos no carro da Mags. Mas ninguém se mexeu ou disse nada. A onde é que os íamos procurar afinal? Nós não fazemos a mínima ideia de onde eles estão. A Cam suspirou antes de dizer:
"Eu sei onde eles podem estar"
O carro arrancou com a Cam a conduzir. Cada uma de nós estáva em silêncio. Nem o rádio se ouvia. Completamente silencioso.
"Como é que sabes deste "sítio" onde eles podem estar?" A Mags perguntou sendo ela a mais corajosa de nós todas. A Mags voltou a suspirar e a conduzir nunca tirando os olhos da maldita estrada.
"Quando eu e o Michael começámos a namorar nós costumavamos encontrar-nos neste sítio. Era uma espécie de armazém todo velho a cair de podre. Era o suposto esconderijo deles. Houve um dia em que o gang do pai do Luke descobriu o nosso esconderijo. Houve uma grande guerra entre os dois. Entre o Luke e o pai. Acabámos por ter de fugir. O Luke tinha sido baleado e ele tinha prometido. Não só a nós mas como a ele mesmo. Que um dia ele ia acabar com isto tudo. Naquele mesmo sítio. E parece que esse dia chegou" Os meus pensamentos multiplicavam-se rapidamente com o desenvolver desta história. O meu medo tornou-se maior e os meus receios mais trágicos. A Carley abraçou-me e prometeu-me que tudo iria ficar bem. Mas eu não tinha a certeza e aposto que ela, também não.
Entrámos dentro de um pequeno bosque. Seguindo um pequeno trilho grande o sufciente para passar o carro da Mags. Comecei a brincar com o meu piercing devido ao nervosismo. Já não era a primeira vez. Tirei-o do meu lábio já farta dele e enfiei-o no bolso de trás das minhas calças. A Cam estacionou o carro longe do armazém provavelmente para não sermos vistas. Saí do carro e deixei lá o Storm. E digo-vos não foi nada fácil
"E agora o que fazemos?" A Carley perguntou enquanto começava a roer as unhas. Nervosismo.
"Sobrevivemos" disse a Mags.
Caminhámos em fila com a Cam a guiar-nos até ao armazém. Apróximavamos dele rapidamente e o meu coração queria saltar da boca. Ouviámos pessoas a discutir presumindo que era o Luke e o pai. Encostamo-nos ao armazém. Encontrávamo-nos perto da porta. Mas nenhuma de nós se mexia.
De repente alguém me agarrou por trás e meteu-me no seu ombro. Comecei a gritar e o homem tapou-me a boca com a sua mão. Mordia e ele largou-me. Vi as outras raparigas a serem transportadas por diferentes homens. O homem arrastou-me pelos meus cabelos em vez de me agarrar. Gritei e o homem completamente ignorou os meus gritos de dor. Ele fez-me sentar numa cadeira e amarrou-me. Braços atrás das costas e tornezelos presos à cadeira. Olhei em frente e vi o Luke com o olhar fixado em mim. A preocupação tomava conta do seu olhar tornando os seus olhos azuis claros.
"LUKE!" gritei por ele. E ele começou a correr na minha direção mas foi emprurrado para trás por outro homem. Senti uma mão bater fortemente contra a minha bocheicha. A dor tornou-se insurportável e deixei as lágrimas escorrerem. Olhei para a frente encarando um homem. Este parecia estar nos seus 50 anos. O seu cabelo era cinzento e tinha aqueles olhos. Era o pai do Luke.
Ele agarrou no meu queixo. Os meus olhos enfrentaram os dele. Este sorriu maliciosamente e eu cuspi-lhe na cara. O meu desprezo por este homem era intenso. Muito intenso.
"Atrevida, hãn?" Este voltou a sorrir antes de falar. "Ganhaste o euromilhões hãn Lukey?" este continuou a falar enquanto me observava atentamente. O Luke estava a ser agarrado por dois homens tais como os outros rapazes. "Era uma pena se lhe acontecesse alguma coisa. Por exemplo se alguém , por acaso, só por um mero acaso, metesse uma bala nela." Ele disse rindo maléficamente enquanto rodava a arma entre os seus dedos. O Luke lutava por tentar que os homens o largassem.
"Nem sequer penses!" O Luke gritou e continuou a lutar contra os que o agarravam-no.
"Ups" O pai do Luke disse e apontou a arma contra a minha cabeça. Ouvir ele a preparar-se para a disparar.
Eu não queria morrer agora. Eu queria fazer tanto ainda. Eu queria começar uma família. Eu queria voltar a conversar com o meu irmão. Eu queria voltar a falar com os meus pais. Eu queria continuar a viver com eles e ela. Eu queria viver por ele. Ele precisava de mim. E Eu precisava dele. Muito mais do que tinha vindo a pensar. Então num último momento o Luke saltou para cima do pai derrubando-o. E foi aí que o Inferno começou.
O Michael, o Calum e o Ashton começaram a lutar e a dispara contra quem pudessem. O Luke continuava a espancar o pai. Vi um dos homens a começar a incendiar o armazém. As raparigas já tinham sido desamarradas e já estavam com eles. Eles tentaram cheagar a mim mas uma viga caiu ao meu lado impedindo eles de chegarem até mim. Metade das pessoas já estavam mortas ou desaparecidas. Só restava eu o Luke e o seu pai. O Luke continuava empenhado em matar o pai.
"LUKE!" gritei assim que vi mais vigas a começarem a cair. Ele largou o pai e desamarrou-me da cadeira. Abracei-o e ele pegou-me ao colo correndo para fora do armazém em chamas. Agarrei-me com força a ele fechando os meus olhos com receio da morte. Mas se pudesse escolher um sítio onde morrer seria ali nos braços dele.
Abri os meus quando senti uma brisa de ar bater-me na cara. Já estávamos cá fora. O Luke começou a correr em direção ao carro da Mags comigo nos seus braços. Ouvimos o armazém a explodir e avistámos o carro da Mags. Quando chegámos ao pé deles o Luke pousou-me. Abracei-o e ele abraçou-me de volta.
Olhámo-nos nos olhos como tinhamos feito muitas vezes antes. Ele sorriu-me e eu sorri-lhe de volta não podendo evitar a minha alegria. Beijámo-nos como nós tinhamos feito muitas vezes antes. Mas cada vez ia se tornando mais memorável. Não vale entrar em descrições de como é. Não vale a pena. Consta poucas palavras no meu vocábulario que pode descrever este pequeno evento.
"Eu amo-te" Ele disse-me olhando os meus olhos à procura de uma reposta.
"Amo-te mais" disse.
Sorrimos e vimos o armazém a desfazer em bocados. O Luke puxou-me mais para si e beijou a minha testa. Dando-me segurança. Mas foi naquele momento que pensei:
Será que isto é o fim?

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Punks / l.h
AksiSe calhar eles não foram feitos para ficarem juntos. Mas aconteceu. Eles conheceram-se e apaixonaram-se. E agora o passado vai colidir com o presente. Prejudicando o futuro. ............................