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"Wow isso é marado" o michael disse com a sua cabeiça baixa. O resto deles abanaram a cabeça concordando. Limpei uma das lágrimas que escorregava dos meus olhos. Este simples movimento fez com que todas as outras lágrimas fugissem.

Era impressionante como num espaço de 3 anos aconteceu-me aquilo tudo. Impossívelmente possível. Essa é a parte que menos gosto da vida. Ela adora-nos pregar partidas. Quando parece que está tudo a ficar bem acontece alguma coisa de mal. A vida é uma constante luta para ficarmos sempre no nosso melhor. Ninguém quer ficar preso nos seus piores momentos. Podemos ficar presos na escuridão da nossa tristeza durante miseráveis segundos ou dolorosos anos. Temos que ser nós a encontrar a luz por mais que custe. 

Custa sempre. Sempre pagamos algo em troca da nossa alegria. Quer queiramos quer não. É uma daquelas coisas que não se pode evitar. Assim que batemos no fundo é difícil chegarmos a cima. Tentamos escalar as nossas próprias barreiras mas caimos sempre. Ganhamos sempre mais uma marca daquela luta. Porquê? 

Essas marcas são a quantidade de vezes que tentámos. Quantas vezes caímos. Quantas vezes ficamos imóveis, sem sentir nada. Presos no nosso subconsciente.

Sempre me questionei o que sentes quando morres. Será que não sentes nada é como se tivesses adormecido assim do nada ou será que sentes tudo? Será que vês a tua vida a passar-te à frente dos olhos? Será que sentes tudo o que sentiste antes uma última vez? 

Os pensamentos foram interrompidos quando o michael me abraçou seguido do resto deles.

"Tás bem?" a Cam perguntou abraçando-me. Afirmei com a cabeça.

"Anda deves tar cansada" O Luke disse esticando a sua mão para eu a agarrar. Dei-lhe um leve sorriso e depois agarrei a sua mão.

"Obrigada" Disse virando-me para eles.  Estes sorriram-me.

O Luke guiou-nos até ao seu quarto. Deitei me na cama só usando a minha roupa interior e a camisola do Luke. Aconcheguei-me na cama. O Luke juntou-se a mim. Ficámos em silêncio. 

"Estás bem?" Ele perguntou-me. Suspirei metendo a minha cabeça no seu peito.

"Sim" disse. Ficámos ali durante o que pareceu horas a olhar para o teto. Presos nos nossos próprios pensamentos. A imagem do meu irmão assombrava-me. Ele era literalmente o meu melhor amigo. Ele era o meu mundo. Eu sei ele não era nada. E eu perdi-o.

Não perder fisicamente mas psicológicamente. Ele encontra-se deitado numa cama de hospital imóvel. Encontra-se morto fisicamente mas vivo mentalmente. Realmente pertubrador. Estares preso durante meses nos teus próprios pensamentos. Sem a capacidade de acordar. A reviver todos os teus momentos. Sem exceção de nenhum. Eu queria visitá-lo sempre quis. Mas tinha medo. Eu não era capaz de o enfrentar. Quando o visse a realidade de que aquilo está mesmo a acontecer iria bater-me à porta. E eu preferia viver um sonho do que enfrentar a realidade. E depois temos os meus pais. Sendo os bons pais que são vão todos os dias visitar o meu irmão. Eu não os queria enfrentar.

Eu tinha os desiludido tanto. Entrei para a reabilitação. Foi o meu paraíso e o meu inferno num só. Era horrível a quantidade de perguntas que me eram feitas lá. Eles queriam que eu revivesse a minha dor. Eles queriam encontrar o meu ponto fraco e torná-lo forte. Ser parte da ferida. As minhas marcas nos pulsos na altura agarravam os olhares de toda a gente. Cortes, cortes e mais cortes. Agora não. Agora são invisíveis. Estão tapados por uma das minhas tatuagens. Uma simples frase navega sobre elas. "Battle Scars".

Após 2 meses presa naquele edifício fui finalmente liberta. E assim começou o faz de conta. Fingir que nada se tinha passado antes de entrar para aquele sítio. Mal eles sabiam que memórias não podem ser apagadas ou esquecidas. Elas são parte de nós.

"Luke" chamei por ele. Este olhou para mim especionando a minha cara com aqueles olhos.

"Diz"

"Amanhã eu quero ir visitar o meu irmão ao hospital. Eu e tu. Eu não sou capaz de enfrentar a minha família sozinha por isso vais comigo. Tu agora és a minha rocha, a minha âncora a minha lua. Eu preciso de ti." Eu disse. Uma lágrima escorreu pela minha cara. Parece que ultimamente a única coisa que faço é chorar.

"claro" ele disse sorrindo para mim. Sorri de volta e abraçei-o mais forte. Estava já quase a adormecer quando o Luke susurrou ao meu ouvido "amo-te". E apartir de aí fui recebida pela total escuridão.

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Eu sei que já passou algum desde que publiquei e têm todo o direito de refilarem mas a escola dá cabo de mim. Espero que estejam a gostar da fic. Comentem e votem!!

Foto do Michael ao lado------

Bjs Jo

Punks / l.hOnde histórias criam vida. Descubra agora