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Acordei com o Storm a lamber-me os pés e o cheiro a torradas no ar. Levantei-me e acariciei o meu cão e este alegremente ladrou. Desci as escadas para ver o Luke a fazer torradas só de boxers, ele cantava alegremente, não sabendo que eu já estava na cozinha. Quando parou eu bati palmas e comecei a gritar, ele riu-se e beijou-me suavemente.

"Boa tarde" ele disse, metendo os nossos pratos com torradas na mesa.

"Boa tarde" disse de volta, sentando-me à mesa. O Storm gania pedindo por comida e eu sentia-me a enfraquecer e a cair na tentação de lhe dar uma.  Agarrei na mais pequena e atirei-a para longe, vendo o meu cão correr em loucura atrás dela.

"Ele come mesmo tudo, não come?" o Luke perguntou, sorrindo. Eu acenei com a minha cabeça e continuei a comer. Ele agarrou na minha mão entrelaçando os nossos dedos.

"Desculpa, por ter reagido daquela maneira e ter me ido embora. Mas eu precisava de pensar e-e tomar uma decisão" Ele disse. Eu acenei com a cabeça e lancei-lhe um sorriso.

"Qual é o plano?" perguntei. Ele desviou o seu olhar do meu e suspirou.

"Eu vou resolver isto sozinho, não quero meter nenhum de vós em risco"disse, com determinação na sua voz.

"Mas Luke.. e os rapazes, o gangue?" perguntei.

"Eles também não vão, estes são os meus problemas, nãos os deles" Ele disse, agarrando nos pratos e metendo-os na máquina.

"Mas tás louco??? Tu não podes ir sozinho!!! Tu não consegues enfrentar o teu pai e os seus capangas sozinho!!!!" disse, quase aos berros com ele. 

"Eu sei o que estou a fazer" disse, calmamente, obviamente não querendo discutir comigo. Mas eu não desisti.

"Luke, eu não te vou deixar fazer isto sozinho" disse e aproximei-me dele. Agarrei na mão dele e entrelacei os nossos dedos. Ele virou-se para mim e abraçou-me forte.

"Tu achas que eu quero fazer isto? Eu não quero. Mas é o que tenho de fazer, se quero ter pelo menos uma vida mais ou menos normal contigo, eu tenho que acabar com tudo que te pode afastar de mim. Porque acredita, essa é a última coisa que eu quero. Eu não te posso perder".Ele beijou o meu pescoço suavemente e limpou as minhas lágrimas com os seus polegares.

"Tu tens que acreditar em mim. Eu sei que é difícil, mas eu tenho que fazer isto" ele disse, e eu acenei a minha cabeça que sim. Puxei-o de volta para os meus braços, e encostei a minha cara no seu peito.

"Quando é que..?" perguntei-lhe, não o largando.

"Ainda não sei, estou à espera de notícias do meu infiltrado" disse. Ele separou-nos e levou-me para o nosso quarto. Ele deitou-se e deu uma palmadinha no lugar ao seu lado. Deitei-me ao seu lado e ele puxou-me contra si. Ficámos ali deitados, a apreciar a companhia um do outro, nada mais. Estava quase a adormecer quando o telemóvel do Luke tocou, fazendo o refilar.

"O que queres?" Ele perguntou. Ele ficou calado durante alguns segundos, ouvindo o que diziam no outro lado da linha. Um sorriso desabrochou da sua cara e despediu-se. Ele virou-se de volta para mim e juntou os nossos lábios por uns meros segundos, que mais pareceram minutos.

"O que foi?" perguntei sorrido, vendo ele sorrir para mim.

"Temos planos" disse. Ele levantou-se deixando-me sozinha. 

"Ei! Não me deixes" disse, rindo-me levemente. Ele estendeu os seus braços e eu saltei para os seus braços. Eu desatei-me a rir, ele juntou-se o seu riso com o meu, formando a mais bonita melodia. Ele pousou-me no chão e beijou os meus lábios. 

"Agora, vai-te vestir" Ele disse. Suspirei em frustração porque não sabia o que vestir. Vesti umas calças pretas e um top preto. Calcei os meus vans e vesti a flannel do Luke, finalizando o conjunto. Ele estava vestido com as suas calças e camisola preta. Fui à casa de banho e tentei-me fazer parecer apresentável.

"PRONTA" disse, demasiado entusiasmada. Era a primeira vez que sairia da casa em 2 semanas.

"então vamos. Eles já estão à nossa espera" disse e estendeu-me a sua mão para a agarrar.

Saímos de casa de mãos dadas para encontrar a uma lindíssima noite. Eu observei as estrelas enquanto andávamos. Estava uma noite fria e encostei-me mais ao Luke tentando-me aquecer. Ele beijou o topo da minha testa e continuámos a andar. Chegámos à casa do Calum e o Luke agachou-se para atar os ténis. Eu esperei por ele antes de entrar na casa do Calum.

O nosso grupo todo estava lá, na conversa, e estavam tão interessados na conversa que nem sequer notaram que nós já tínhamos chegado. A Carly levantou-se e correu até mim, abraçando-me. Eu abracei-a de volta e o Luke foi cumprimentar o resto do pessoal.

"Eu tive tantas saudades tuas Rachel!" Ela disse. "Desculpa, tivemos" Ela corrigiu-se apontando para a sua barriga enorme. Eu sorri-lhe e voltei a abraça-lá. Cumprimentei o resto do pessoal e depois sentei-me no sofá ao lado do Luke. Ele meteu o seu braço por trás de mim puxando-me para mais perto. Estivemos todos a conversar sobre o bebé até a Carly ter começado a chorar devido ás hormonas.

"Estou a ver que o teu plano de reconciliação resultou Luke" O Ashton disse apontando para mim e para o Luke. .

"Correu muito bem" Ele disse, fazendo aquela coisa com as suas sobrancelhas. Eu corei furiosamente assim que me apercebi ao que ele se estava a referir. Tentei esconder a mina cara entre o seu ombro e o seu pescoço.

"Oh meu deus" foi a única coisa que saiu da boca da Mags antes de começar a rir.

"SEXO DE RECONCILIAÇÃO!" O Michael gritou fazendo o resto do grupo todo rir.

"Acho que daqui a pouco tempo já vai haver pequenos Hemmings a correr de um lado para o outro" Disse o Ashton fazendo as minhas bochechas ficarem encarnadas. 

Falámos durante horas até irmos jantar. A Carly tinha encomendado pizzas porque estava "demasiado grávida para cozinhar" como ele dizia. Toda a gente estava alegre mas eu não conseguia ignorar o medo e a preocupação que sentia. E perguntava-me se eles faziam a mínima ideia do que o Luke estava a planear. Eles não sabiam.

Examinei o Luke detalhadamente como se estivesse a olhar para um quadro. Continuei a fazer isso até ao final da noite. Com medo, que se algo lhe acontecesse, eu pudesse a vir esquecer a sua cara. Ou a sua personalidade. Mas a cima de tudo tinha medo



De o esquecer.

E de tudo o que nós éramos e que poderíamos ter vindo a ser.



Punks / l.hOnde histórias criam vida. Descubra agora